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Delírio Coletivo

por Fada Verde

E fez-se a luz!

Ou não.

Período Nonsense

Ao longo da história, a maioria dos movimentos literários e artísticos contradiziam o movimento anterior. O Renascimento foi contra tudo o que a Era Medieval disse, o Realismo negava os fundamentos do Romantismo e assim por diante.
Já o movimento Nonsense resolveu que não gostaria de contradizer o movimento anterior, no caso, o Modernismo e a Pop Art, o Nonsense quis negar absolutamente tudo ou não negar absolutamente nada.
Sob a máxima "Pra que fazer sentido!?", esse movimento cria uma contradição de tudo e dele mesmo, com raízes em todos os estilos literários e tendo por característica a abolição da linguagem figurada, nada mais era figurativo, tudo era real, e o que era real não existia, ou existia, ou o que quer que o leitor prefira.

O que aconteceu foi que no fim do século XX e começo do século XXI, com o fim da Guerra Fria, a ascensão dos EUA como maior força política e econômica do mundo, detendo um poder quase imperialista e com a estagnação de todo e qualquer movimento revolucionário, o mundo conheceu um período de conformismo em que qualquer coisa era uma revolução. Andar fantasiado, por exemplo, ou simplesmente usar um nariz de palhaço pela rua, já causava um grande choque por quebrar a monotonia cotidiana. O movimento DC, autor da obra Sofia, foi um dos primeiro a notar isso e adotar a idéia do Nonsense.

Da idéia para a prática foi um pulo. Embora no começo, apenas algumas pessoas tivessem adotado essa "revolução", assim como em qualquer outra já ocorrida, o clima e as idéias sem sentido foram tomando proporções mundiais e o mundo conheceu uma época maravilhosa, onde a espontaneidade e a imaginação tomaram conta de todos e tudo passou a ser fantástico e irreal. Chegou até a haver um certa desaceleração nas pesquisas cientificas, afinal não importava mais provar que pode-se dividir uma célula infinitamente.

Antes desse movimento, as pessoas buscavam uma explicação científica para tudo, mas depois ninguém mais queria a explicação lógica e inteligente. Todos perceberam que a fantasia era bem melhor, que cada um poderia formular sua própria teoria para qualquer coisa, todas as lendas sobre os "porquês" voltaram à tona e todos os povos buscavam as raízes de suas culturas para saber algo, quando não encontravam, criavam uma nova cultura.
Em meados da década de 10 do século XXI, o mundo já não fazia sentido algum. Viam-se pessoas fantasiadas, nas ruas, nos supermercados e até nos escritórios você encontrava pessoas vestidas de Pantera Cor-de-Rosa ou Smurffle.
As casas tinham pinturas psicodélicas e, às vezes, achavam-se florzinhas desenhadas no meio da rua.
Com a população nesse incrível estado de espírito, era natural que as artes também seguissem esse caminho.

Leis Absolutas do Delírio Coletivo

1ª Lei Absoluta
PATAFÍSICA- Tudo é decidido pela imaginação e não pela razão.

2ª Lei Não Absoluta
Não encher as caras aos domingos.
Quem quer fazer sentido?
A realidade é relativa;
A Fantasia é bem melhor;
Arte, Poesia e Loucura.

3ª Lei Absoluta
Usar LSD.

4ª Lei Absoluta
Enlouquecer a Política.

5ª Lei Absoluta
Nenhum tipo de censura.
Mandar as preposições e a gramática pro inferno!

6ª Lei Absoluta
O que fazer em casos de incêndio?
Deixe queimar!

7ª Lei Absoluta
Jogar uma garrafa de conhaque no Delírio Coletivo

8ª Lei Absoluta
DELIRAR.

9ª Lei Absoluta
Assassinar a monotonia causada pela razão.

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Loucura Lúcida

por Fada Verde

Não conseguir fugir da realidade significa um excesso de lucidez ou extrema loucura? A resposta confirmaria minha tese poética-lunática, de que não só o excesso de lucidez leva a loucura como o excesso de loucura leva a lucidez.
Se minha realidade é na verdade uma ilusão, quando tento fugir dela, tento alcançar a realidade? Ou migro de ilusões em ilusões? Se as realidades são múltiplas a tentativa de alcançar a realidade única em que todos se enquadram seria uma farsa. Talvez todos vivam em suas respectivas ilusões, que criamos e recriamos. Se pertence a cada sujeito que a resolva viver, a realidade sim que é uma ilusão, a ilusão da ilusão. A ilusão é uma realidade. A realidade está fora ou dentro? do exterior ou do interior? O que faz pensar quantas realidades seriam possíveis. Infinitas. Nos casos que unem mais indivíduos, podemos denominar precisamente como o fenômeno do delírio coletivo.
Se produzimos a realidade ilusória, o que é loucura? Como são diversas as loucuras, digo, ilusões, realidades. A metafísica disso tudo é expressa pela loucura de Deus, o tal dançarino do qual falava Nietzsche, que nos criou a sua imagem e semelhança, como deuses de nossas próprias loucuras. Fato é que nelas podemos fazer o que quisermos dentro dos limites da loucura de Deus.
Dizem por ai, que o sóbrio é aquele que sabe distinguir a realidade da fantasia, mas o que dizer se somos máquinas de produzir fantasias? Certamente jamais será possível olhar um homem despido de seu imaginário. Ilusões sobrepostas numa translucidez aguda. Perceber que está iludido não significa que nos livramos da ilusão se ela é real. As ilusões/realidades se desdobram uma fora da outra. Se trancafiamos alguns de nós dentro das salas estofadas, é porque os condenamos pelo abuso da criatividade.
O excesso de lucidez, faz perceber a ilusão real, que se exacerbada leva a loucura originária. A loucura alucinatória se levada a extremos nos leva a realidade ilusória, que é a realidade possível.

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Groucho-Marxismo

“O groucho-marxismo, teoria da revolução pela comédia, é muito mais do que um esquema para a luta de classes: como uma luz vermelha na janela, ilumina o destino inevitável da humanidade, a sociedade déclassé. O groucho-marxismo é a teoria do deleite permanente”, explica logo nas primeiras linhas Bob Black, ativista, cientista social norte-americano e autor do mais novo título da Coleção Baderna: Groucho-Marxismo.

O cientista social de extrema esquerda questiona o comportamento dos militantes de esquerdas, “pseudo intelectuais” que, segundo ele, estão preocupados em se mostrar responsáveis para serem aceitos nos “grandes salões” da sociedade. Para Bob Black, os pervertidos sexuais não são mais os membros da TFP, mas sim a esquerda, a única que defende sinceramente a tradição, a família e a propriedade.

Autor de textos polêmicos publicados em veículos como o Wall Street Journal e a revista Village Voice, o escritor faz uma verdadeira ode ao que ele entitulou de teoria groucho-marxista. Não se trata de anarquismo ou de uma teoria comunista ou socialista. Aliás, o estudioso faz duras críticas a todos esses movimentos. “Os
anarquistas não se entendem sobre trabalho, industrialismo, sindicalismo, urbanismo, ciência, liberdade sexual, religião e um sem-número de coisas mais importantes, especialmente quando tomadas em conjunto. Há mais pontos discordantes do que qualquer coisa que os una”, afirma Black em um dos capítulos do livro entitulado “Meu problema com o anarquismo”, dedicado ao pensamento anarquista.

Já sobre o marxismo, no capítulo destinado a tratar as “Palavras de Poder”, Bob Black é taxativo: trata-se do “estágio mais elevado do capitalismo”. Outras palavras de poder que merecem destaque:

Arte? Um substituto cada vez mais inadequado para o sexo.
Civilização? A doença de pele da biosfera.
Política? Como um brejo – tudo o que é sujo acaba subindo.
Serviço militar? Conheça o abatedouro.
Punks? Hippies com amnésia.
Punques? Punks que cursam escolas de arte.
O rock? Tem um grande futuro por trás.
Vegetarianos? Você é o que come.
Vida após morte? Por que esperar?

Com muito humor, a linha filosófica groucho-marxista prega que “se a revolução não servir para dançar e rir, não será nossa revolução”. Em “A abolição do trabalho” o autor discorda e lança argumentos contundentes contra uma das grandes bandeiras socialistas: a questão do pleno emprego. Ele avalia todos os lados da moeda, inclusive o “não-trabalho”: “O lazer é o não-trabalho em nome do trabalho. O lazer é o tempo gasto se recuperando do trabalho e na frenética, porém vã, tentativa de esquecer o trabalho”. Bob Black vai mais além: “A principal diferença entre o trabalho e o lazer é que trabalhando pelo menos você é pago por sua alienação e exasperação”.

“[Bob Black] supera qualquer ensaísta político vivo... o trocadilho mais rápido do Oeste”, define Hakim Bey, outro autor da Conrad – escreveu Caos - Terrorismo Poético e outros Crimes Exemplares e TAZ Zona Autônoma Temporária, também da Coleção Baderna

O autor

Bob Black tem uma formação acadêmica respeitável (graduações em ciências sociais e direito, dois títulos de mestrado), mas rejeitou desde o início os dois caminhos principais apresentados à intelectualidade “séria”: a segmentação cientificista liberal ou o cinismo da esquerda frígida. Em vez disso, tornou-se famoso pelos cartazes anarquistas/situacionistas/absurdistas que criou à frente da “Última Internacional”, entre 1977 e 1983

Além da ação panfletária, escreveu também centenas de ensaios, distribuídos indistintamente entre periódicos anarquistas, jornais da área de direito e órgãos da grande imprensa, como Wall Street Journal, Village Voice, Semiotext(e) e Re/Search. Publicou Friendly Fire, em 1992, Beneath the Underground, em 1994, e Anarchy after Leftism, em 1996. O texto The Abolition of Work and Other Essays que faz parte do livro Groucho-Marxismo - é o capítulo “A abolição do trabalho” - foi publicado originalmente em 1985. Também foi um dos pioneiros na divulgação do situacionismo nas Américas. Sua capacidade singular para criar jogos de palavras, aliada ao humor ácido e ao conhecimento teórico, faz dele um dos grandes nomes do anarquismo heterodoxo.

Fonte: http://www.portal364.com/m5.asp?cod_noticia=9155&cod_pagina=1013


TESES SOBRE O GROUCHO-MARXISMO
Bob Black

1

Groucho-marxismo, a teoria da revolução cômica, é muito mais que um projeto para a luta de classes: como uma luz vermelha numa janela, ele ilumina o destino inevitável da humanidade, a sociedade desclassificada (1). G-Marxismo é a teoria da folia permanente. (Aí, garoto! Até que enfim, eis um ótimo dogma).

2

O exemplo dos próprios Irmãos Marx mostra a unidade da teoria e prática marxista (por exemplo, quando Groucho insulta alguém enquanto Harpo depena sua carteira ). Além disso, o marxismo é dialético (Chico não é o clássico comediante dialético?). Comediantes que fracassam em sintetizar teoria e prática (para não
mencionar aqueles que fracassam totalmente em pecar) são não-marxistas. Comediantes posteriores, fracassando em entender que a separação é “o discreto charme da burguesia”, decaíram para meras gafes, por um lado, e mera tagarelice, por outro.

3

Como o G-Marxismo é prático, seus feitos não podem nunca ser reduzidos ao mero humor, entretenimento ou “arte”. (Os estetas, afinal de contas, estão menos interessados na interpretação da arte do que na arte que interpreta.) Depois que um genuíno marxista assiste a um filme dos Irmãos Marx, ele diz para si mesmo:
“Se você achou isso engraçado, preste atenção à sua vida!”.

4

G-marxistas contemporâneos devem decididamente denunciar o “Marxismo” vulgar, de imitação, dos Três Patetas, Monty Python, e Pernalonga. Em vez do marxismo vulgar, devemos retornar à autêntica vulgaridade marxista. Retoficação (2) serve igualmente para aqueles camaradas desiludidos que pensam que “a linha
correta” é o que o tira faz quando manda eles pararem no acostamento.

5

Marxistas com consciência de classe (isto é, marxistas conscientes de que não possuem nenhuma classe) devem rejeitar a “comédia” anêmica, da moda, narcisista, de revisionistas cômicos como Woody Allen e Jules Feiffer. A revolução cômica já ultrapassou a mera neurose – ela é risonha mas não risível, discriminante mas
não discriminatória, militante mas não militar, e aventurosa mas não aventureira. Os marxistas percebem que hoje você deve olhar no espelho de uma casa assombrada de parque de diversões para se ver da forma que você realmente é.

6

Embora não totalmente desprovido de vislumbres de insight marxista, o (sur)realismo socialista deve ser distinguido do G-Marxismo. É verdade que Salvador Dali deu uma vez a Harpo uma harpa feita com arame farpado; no entanto, não há nenhuma evidência de que Harpo alguma vez a tenha tocado.

7

Acima de tudo, é essencial renunciar e execrar todo sectarismo cômico como o dos trotskos eqüinos. Como é bem sabido, Groucho repetidamente propunha o sexo mas se opunha às seitas. Para Groucho, havia uma diferença entre ser um trotsko e estar louco para “trotar” (3). Além disso, o slogan trotsko “Salários para o
Trabalho Eqüino” cheira a reforma, não a folia. Os esforços trotskos para reivindicar Um dia nas Corridas e Os Gênios da Pelota como de sua tendência devem ser indignadamente rejeitados; na verdade, A Mocidade é Assim Mesmo está mais na velocidade deles (4).

8

O assunto mais urgente que os G-Marxistas confrontam hoje é a questão do partido (5), que - ao invés do que pensam “marxistas” ingênuos, reducionistas – é mais que apenas “Por que não fui convidado?” Isso nunca foi impedimento para Groucho! Os marxistas precisam de seu próprio partido disciplinado de vanguarda, pois
eles são raramente bem-vindos aos de qualquer outro.

9

Guiadas pelos dogmas fundamentais do desbehaviorismo e do materialismo histérico, as massas inevitavelmente abraçarão, não apenas o G-Marxismo, mas também mutuamente uns aos outros.

10

O Groucho Marxismo, então, é o tour de farce da comédia. Como seguramente se diz que Harpo falou:
“Em outras palavras, a comédia será revoltosa ou não será!” Tanto por fazer, tantos para fazê-lo! Sobre seus Marx, está dada a largada! (6)


Notas:

1. No original, déclassé. (N. do Tradutor)

2. “Rectumfication”, neologismo bricalhão que Black inventou a partir de “retificação” e “reto” (rectum, canal do ânus). (N. do T.)

3. Trocadilho aqui intraduzível entre “Trots” (trotskistas) e “hot to trot” (excitado para trepar), sem esquecer a brincadeira com os eqüinos pois “to trot” significa trotar. (N. do T.)

4. Um dia nas Corridas (A Day in the Races) e Os Gênios da Pelota (Horse Feathers) são filmes dos Irmãos Marx, enquanto A Mocidade é Assim Mesmo (National Velvet) é um velho drama onde Liz Taylor atuou ainda garota. (N. do T.)

5. Mais um trocadilho neste texto pleno deles: “party” é tanto partido quanto festa em inglês. Para entender a piada melhor, leia o parágrafo com os dois significados, substituindo onde houver “partido” por “festa”. (N. do T.)

6. Outro trocadilho praticamente intraduzível, desta vez com a exclamação que dá início a competições de corrida : “On your marks, get set –go!” aqui trocada por “On your Marx, get set – go!”. (N. do T.)

Tradução de Ricardo Rosas

Fontes:
Página de Bob Black na Spunk: http://www.spunk.org/library/writers/black/
Rizoma: http://www.rizoma.net/interna.php?id=162&secao=intervencao


Manifesto Comedianista

Um fantasma ronda a Representança - o fantasma do comedianismo.

Todas as impotências políticas se unem numa aliança Nonsense para conjurá-lo: toskistas e sacerdotes do neo-liberalismo, caciquistas e dançarinos de polca, leninistas e as viúvas do estado-de-bem-estar. Ao ouvir 'os comedianistas estão chegando' até mesmo os anômicos cerram seus punhos!

Que manifestação expontânea e divertida não foi acusada de 'engraçadinha' por seus adversários? Que oposição por sua vez não se sentiu ofendido com uma tortada, vinda da direita ou da esquerda, recheada de chantilly e engraçadismo?

Duas conclusões decorrem desses fatos:

1) O comedianismo já é reconhecido como um força debochademente perigosa por todas as correntes políticas da representaça.

2) Já é tempo dos comedianistas exporem, à face do mundo inteiro, seu modo de ver, suas piadas, suas ironias, seus sarcasmos, contrapondo o escracho de seu manifesto às patifarias ideotrágicas e cinzentices habituais.


PARTE 1 - REPRESENTANTES E DEBOCHADOS

A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das guerras de tortas. Homem livre entorta o escravo, o patrício tortilha o plebeu, o senhor torteia o servo, numa palavra, torteadores e torteados, representantes e representados, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada, uma guerra que termina sempre com mais de uma pessoa com a cara lambuzada, ou após o aumento súbito no preço do chantilly devido a demanda.

A representança moderna, que brotou das ruínas do poder divinamente instituído, sempre foi antagônica ao riso. Criando uns cem mecanismos para punir aqueles que se opuseram a sua total falta de humor, velhas condições de opressão, novas formas de conter a gargalhada.

Entretanto, a nossa época, a época da representança, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos. A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: exploradores-representantes e representados-explorados. Debocharemos de ambos 1) se os representantes não abrirem mão de sua representança e 2) se os representados continuarem bundisticamente estáticos diante da condição dos primeiros.

De todos os grupos que hoje se contrapõem a representança, só os comedianistas constituem um grupo verdadeiramente engraçado. Todos os demais desaparecem ante a sisudez e a chatice dos eleitoreiros; os engraçadinhos, ao contrário, são, em parte, frutos desta mesma chatice.

Todos os movimentos precedentes foram movimentos de minorias. O Movimento comedianista é o movimento autônomo da gargalhada em proveito da imensa maioria. Maioria que é relegada a um segundo plano, chamada de eleitora, pelega, alienada e que tem como única utilidade votar cabrestamente. É comumente proferido em alto e bom som, em microfones, televisores, rádios e palanques “Cidadão, exerça seus direitos. Vote!” e ninguém mais sequer fica corado diante de tal estapafúrdia.

A condição essencial da existência e da supremacia eleitoreira é a acumulação da legitimidade nas mãos de uns poucos que independente de sua orientação ideológica se tornam tediosas elites. Seus interesses geralmente se assemelham: A formação de quadros, o crescimento da influência do partido, marketismo visando ás próximas eleições. Sua legitimidade está fundamentada no eterno desempoderamento que exercem sobre os passivos eleitores.
O progresso do analfabetismo político se deve em grande medida à representância, esta tendo atingido seu cume, está nos nossos dias caindo vertiginosamente indo de encontro com os fortes indícios sustentados pelo movimento internacional comedianistas de que "pra baixo todo santo ajuda".

Assim, o desenvolvimento de um grande escracho que chacoalhe o terreno em que a representança assentou seu regime de expropriação política não só é viável mas está em andamento. Os representantes são, sobre tudo, personagens excelentes para a produção quadrinhos debochados, trotes originais, boatos incriminadores e piadas desprestigiantes. Sua queda (no ridículo) e a vitória dos comedianistas são igualmente inevitáveis.


PARTE 2 - COMEDIANISTAS E APARTIDÁRIOS

Qual a posição dos comedianistas diante dos apartidários em geral? Os comedianistas não formam um grupo à parte, oposto aos outros grupos horizontais. Não têm interesses que os separem do apartidarismo em geral. Não proclamam muitos princípios particulares, segundo os quais pretenderiam brincar com massa de modelar. Os comedianistas só se distinguem dos outros grupos apartidários em dois pontos:

1) Entre as diversas formas de ação política os comedianistas elegem o deboche como elemento ontológico contra o estatus quo e em pró de um mundo mais criativo e divertido.

2) Nas diferentes frentes em que insurge a guerra entre representantes e representados, os comedianistas se dão ao direito de fazer graça e meter o bedelho, além de chineliar aqueles que entre nossos antagonistas se destaquem por sua imoralidade e ranhentice, em nome dos interesses do movimento em seu conjunto.

Praticamente, os comedianistas constituem, pois, a fração mais resoluta dos representados de cada instituição, a fração que escracha demais; teoricamente têm sobre a vantagem de não concorrer a cargo nenhum se este fato não provocar o riso das multidões. O objetivo imediato dos comedianistas é o mesmo que o de todos àqueles que estão de saco cheio da política convencional: constituição de frentes humoristas de combate, derrubada da supremacia dos representantes e a divertida diluição do poder político em formas criativas de auto-governança.

O comedianismo não retira a ninguém o poder de avacalhar, apenas introduz a idéia de se avacalhar em pró de um mundo diferente. Alega-se ainda que nossa falta de seriedade nos impossibilita de fazer político. Se isso fosse verdade, há muito os comediantes, palhaços e piadistas politizados teriam perdido seus empregos, seus públicos e sua graça. Toda a objeção se reduz a essa tautologia: Politico bom é politico desempregado.

Abolição dos partidos! Até os mais racionais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comedianistas. Sobre que fundamento repousa os partidos atuais, Todo partido gera corações partidos! Os partidários, na sua plenitude, só existem para as eleições, e no entanto, querem impor esta forma de organização sem-graça até os confins do horizonte político. O partido político desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento e uma e outra desaparecerão com o desaparecimento da representação. O maior defeito da representocracia é que somente o partido que não está no governo sabe governar. Acusai-nos de querer encitar a divulgação das piadas que vocês nos inspiram? Confessamos este crime.

A revolução comedianista é a ruptura mais radical com o fazer político tradicional; nada de estranho, portanto, que no curso de seu desenvolvimento, rompa, do modo mais radical, com as idéias tradicionais. Apesar de nos sentirmos ultrajados pela falta de humor dos partidários trotiskistas, pelo dogmatismo almofadinha neo-liberal e pelo vazio preenchido de lero-lero sustentado por outros partidos, não nos sentimos incomodados por estar ao vosso lado até que a revolução jocosa se consume, pois como já dizia um antigo provérbio chines: "As más companhias são como um mercado de peixes; acaba-se acostumando com o mau cheiro".

O comedianismo utilizará sua supremacia rídicularizante para arrancar pouco a pouco todos risos que for capaz, desacreditando todos os instrumentos de representação hierárquica o mais rapidamente possível. Sabemos algo que os eleitoreiros sequer desconfiam: "A única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo."

Isto naturalmente só poderá realizar-se, em princípio, por uma violação despótica do direito de representatividade e das rabugentice político-burocratico-administrativa, isto é, pela aplicação de medidas que, do ponto de vista econômico, parecerão com ébrios e malabares, mas que no desenrolar do movimento ultrapassarão a si mesmas e serão indispensáveis para transformar radicalmente a ação política. Essas medidas, é claro, serão diferentes nas várias esferas de ação. Todavia, nas esferas mais fragilizadas, as seguintes medidas poderão geralmente ser postas:

1. Demonstração da não-representatividade através do voto no Monteiro Lobato, nonononoonon ou em outros candidatos representativamente nulos em pró de uma crítica mesmo que passiva ao sitema político eleitoreiro;

2. lançamento progressivo de tortas, bigornas, frutas podres, frangos-de-borracha e pianos sobre os membros das esferas representantes;

3. Instituição do direito inalienável de promoção e participação da baderna, sendo esta preferencialmente uma baderna politizada, mas não excluindo outras possibilidades mais 'artisticas';

4. Elaboração de canções-escrachantes, panfletos exóticos, redes de e-mails, sites internéticos, mosquitinhos e faixas coloridas denegrindo saborosamente a imagem de candidatos e outras figuras públicas;

5. Popularização dos seguintes dizeres "Não importa de qual partido você seja, você não me representa" a serem utilizados com cara de deboche diante da menor possibilidade de representação hierárquica.

6. Lançamento de candidatos-fantasmas, tão falsos quanto os verdadeiros, possibilitando uma maior adesão ao riso desenfreado gerado pelo chamamento de eleições.

7. Distribuição obrigatória de narizes de palhaço, perucas, perfis no orkut, fantasias, máscaras e chapeus divertidos como inclemento da manifestações comedianistas pró ou contra seja lá o que for;

8. Criação de centros engraçadinhos intensivos para onde serão levados todos os eleitoreiros e candidatáveis, até se tornarem divertidos humoristas apartidários ou criaturinhas peludas que não podem comer depois da meia-noite;

9. Educação pública, gratuita, divertida e política para todas as crianças de mais de 30 centimetros bem como aos adultos com até 206 ossos;

l0. Abolição de todas as esferas de representação hierarquicas, e um tempo pós-revolucionário de festa a se perder de vista.

Uma vez desaparecidos os antagonismos de representança no curso do desenvolvimento e sendo concentrada toda a comédia propriamente falando nas mãos dos indivíduos associados, o caráter político perderá muito da sua graça. O poder da tiração de sarro está no seu emprego contra a opressão representante dos sem-graça.
Se o representado em sua luta contra a politiquice, se constitui forçosamente em grupo; se converte-se, por uma revolução, a revolução deve por sua vez se converter em festa, pois o tempo após a revolução será este um tempo de festa.

Em lugar das picuinhas eleitoreiras, com suas siglas e antagonismos bobinhos, surge uma associação onde o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos. Mas se estivermos errados, nos permitiremos sublimemente o direito de debocharmos de nós mesmos!


Segundo Manifesto Comedianista

Conforme as diretrizes adotadas na reunião da última Internacional Comedianista, exigimos:
I – Socialização total dos meios de reprodução, abolição da família heteronormativa e a instauração de uma dita-Dura democrática.

Fisting: o carro-chefe da revolução que socializará todos os meios de reprodução.
II – A organização revolucionária da luta de crassos que culminará numa sociedade desclassificada.
II,V – A imposição da menos-valia como forma de reparar uma dívida histórica das classes
trabalhadorasexploradoras com as classes
dominadorasexploradas.
III – A
liberalizaçãodesdiscriminação das drogas recreativas populares como a maconha, a televisão, a música popular, etc. Também é necessária a proibição imediata das drogas capitalistas – instrumento da alienação burguesa - como a polícia e a religião católica. Esta última deve ser substituída pela Teologia da Libertinagem.
Sessão de exorcismo na Teologia da Libertinagem.
Sessão de exorcismo na Teologia da Libertinagem.
IV - Linchamento democrático reeducativo & recreativo para todos os banqueiros, ativistas, empresários, anarquistas, religiosos, caoístas, jornalistas, magistas, psicanalistas, discordianos, absurdistas e groucho-marxistas.
V – Uma sociedade igualitária onde todos tenham acesso à mesma quantidade de comida, vestimenta, habitação, água potável, ar puro, beleza, sorte, altura, idade, etc.

Uma das contradições inerentes do capetalismo é a desigualdade entre os homens.

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Ismos

por Shiva in Exile (Timóteo Pinto Remix)

Historia, materialismo, monismo, positivismo, politeísmo, discordianismo, caoísmo, anarquismo e todos os “ismos” deste mundo são ferramentas velhas e enferrujadas que já não preciso e com as quais já não me preocupo mais. Meu prinicpio é a vida, meu fim é a morte. Gostaria de viver a minha vida intensamente para poder abraçar a minha morte tragicamente. Você está esperando pela revolução? A minha começou a muito tempo atrás. Quando você estará preparado? [Que espera sem fim!!!!!].Não me importo que me acompanhe, mas quando você parar eu prosseguirei em meu caminho insano e triunfal em direção a grande e sublime conquista do NADA! Qualquer sociedade que você construir terá seus limites. E para além dos limites de qualquer sociedade, os desregrados e heróicos vagabundos, crianças selvagens, vagarão com seus pensamentos insanos e virgens, aqueles que não podem viver sem constantemente planejar novas & estranhas confusões, atos da Operação:Mindfuck. Talvez um Armagedom por semana. Quero estar entre eles! E atrás de mim, como na minha frente estarão aqueles dizendo a seus companheiros voltarem a si mesmos em vez de aos seus deuses ou idolos. Descubra o que existe em vocês, traga-o a Lux!,mostre-se! Porque toda pessoa que procura por sua interioridade, descobre que estava miseravelmente escondido dentro de si, uma sombra eclipsando qualquer forma de sociedade que possa existir sob o Sol. Todas as sociedades tremem quando a desdenhosa aristrocacia dos vagabundos, dos inacessiveis, das crianças selvagens, dos que governam sobre um ideal e dos conquistadores do NADA, avança ressolutamente. Iconoclastas, Avante!!! O Céu em presentimento já torna-se escuro e silencioso!
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Timóteo Pinto, o Messias do Caos

“Todos podem ser Timóteo Pinto.”
Este é o início (ou meio) do condivíduo Timóteo Pinto. Paulista? Carioca? Mineiro? Ninguém sabe nada sobre ele, apenas que ele é da periferia & do centro, da onde? De todos os lugares.
Timóteo Pinto: sempre espere atitude desse cara, pois sempre há atitude, nem que seja para se levantar e mudar de lugar!
Timóteo Pinto é um Terrorista Cultural irresponsável.
Timóteo Pinto é um filho da puta.
Timóteo Pinto é um Lazarento do Caralho!
Ás vezes dá vontade de dar umas porradas em Timóteo Pinto!
Ás vezes dá vontade de erguê-lo e dizer: - “Timóteo Pinto é nosso rei!”
Timóteo Pinto fugiu pelo esgoto e desapareceu de vista.
As autoridades foram dormir e Timóteo Pinto ressurgiu lá longe!
Meu Deus! quem irá controlar Timóteo Pinto?
Seja também Timóteo Pinto. Entre em contato com você hoje mesmo!
Caótico? Humorista? Xamã? Profeta? Mito? Confuso? Sonhador? Realista? Surrealista? Paradoxal?
Distúrbio do cotidiano? Copyleft Radical? Teatro Secreto? Odeia a vanguarda? Anarquista do tipo III? Zenarquista Delirante? Estamos falando de Timóteo Pinto. Timóteo Pinto é tudo isso e nada disso.
Com textos polêmicos, poucos tem a coragem de questiona-lo ou de convida-lo a um debate aberto. A sua onipresença sugere um imenso mar de perguntas: de onde surgiu? existiu mesmo Timóteo Pinto? porque Timóteo Pinto? O que faz um Timóteo Pinto? Ele morde?
Há boatos de que Timóteo Pinto seja um imenso Mindfuck e que mais cedo ou mais tarde vai acabar pegando todos de surpresa.
Há outros boatos que Timóteo Pinto realmente existiu, foi um zenarquista em busca do fnord sagrado até o fim das consequências. E alguém o homenageou intitulando-se Timóteo Pinto
Todos somos Timóteo Pinto.

Estranho Atrator de Sincronicidades

Precisamos aprender a arte de fazer com que coisas altamente improváveis passem a ter grande probabilidade de acontecer. A arte da criação de pontos de singularidades. O fato de eu estar em vários locais ao mesmo tempo pode me tornar um bom instrumento para se brincar com a sincronicidade. Sim! Timóteo Pinto pode ser o Grande Atrator nos sistemas caóticos que gostamos tanto de brincar.
Parando um pouco de viajar e começando a pensar, que tal bolarmos alguma brincadeira sincrônica. Vamos, cada um dos Timóteo Pinto deixar marcas de nossa passagem por nossas cidades. A probabilidade de outro Timoteo Pinto notar os sinais que ele mesmo fez com outro corpo é mínima. E é justamente com isso que pretendemos brincar.
Vamos estar atento aos sinais, procurando-os e criando-os. Até o dia em que a probabilidade de Timoteo Pinto cruzar com Timóteo Pinto súbitamente aflora. a Rede Sincrônica começa a ser tensionada até que o fenônemo ocorre e um novo padrão é formado.
Na verdade o Estranho Atrator chamado Timóteo Pinto antes disso, já estava sendo Ele o Estranho Atrator entre as miríades de singularidades potenciais. Eu sou Timóteo Pinto, o catalizador de sincronicidades.
Sincronicidade
Uma amiga telefona na hora em que pensamos nela. Recebemos um folheto na rua contendo justamente a informação que procurávamos. Abrimos um livro e lá está a página com as palavras que buscávamos. Quem já não foi surpreendido por uma dessas coincidências mágicas? Longe de ser um mero devaneio, o fenômeno existe, chama-se sincronicidade e a cada vez que se manifesta confirma a reconfortante sensação de que nada na vida acontece por acaso.
Difícil aceitar algo que desafia a compreensão, não é? Muitos filósofos debruçaram-se sobre a questão no esforço de entendê-la, mas as primeiras respostas só surgiram na década de 1920, quando o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) reuniu pesquisas que demonstravam o fenômeno.
O caso de sincronicidade que mais intrigou Jung foi o do escaravelho de ouro. Uma paciente contava que havia sonhado com essa jóia rara quando, de repente, ouviu-se um barulho na janela. Jung interrompeu a sessão e foi ver o que era. Voltou com um besouro-rosa nas mãos e mostrou-o à mulher, que ficou impressionada com a semelhança entre o inseto e o escaravelho de seu sonho.
O que acontece dentro de nós tem estrita relação com o que ocorre fora. Mera coincidência? Não para Jung, que viu aí um significado importante: achava que o excesso de racionalismo da paciente impedia a evolução da terapia, e a coincidência teria sido um sinal - interior e exterior - de que ela deveria se abrir para novas possibilidades. O curioso - e que reforça a tese do psiquiatra - é que na linguagem simbólica escaravelho significa transformação.
Sincronicidade quer dizer coincidência significativa, ou seja, dois ou mais eventos que ocorrem ao mesmo tempo e não guardam entre si uma relação de causa, mas de significado. Movimentos sincrônicos acontecem sem aviso ou planejamento. Um exemplo? Se você escreve a um amigo e ele responde, confirma-se o princípio de causa e efeito, segundo o qual um fenômeno se dá em decorrência de outro. Mas se você pensa na pessoa e recebe uma carta dela, e isso desperta algo importante, trata-se de uma sincronicidade, pois os fatos mantêm uma ligação significativa e não causal.
Sete dicas para atrair as sincronicidades
1. A primeira dica é a mais importante, se você esquecer de todas as outras, pelo menos se lembrem dessa: “meu corpo é um campo de possibilidades infinitas que conecta tudo o mais.”
2. Diante de qualquer coincidência em sua vida, nunca pergunte “por que?”, mude sua pergunta para “para que?”. Desse modo estarás evitando o vício da causalidade (o que causou isso?) para a casualidade (o que esse acaso pode significar?). Mesmo que você não encontre um sentido claro na coincidência, invente um motivo. E mais: celebre esse motivo.
3. Evite chamar os eventos de coincidência, chame-os de sincronicidade. Somos limitados pela linguagem. Não custa nada ampliá-la ou, no mínimo, dar a ela um colorido diferente.
4. Experimente novos trajetos, converse com desconhecidos, visite lugares novos. O “sentido sincronizador” fica mais apurado quando nos distanciamos dos hábitos diários, mecânicos e repetitivos, pois passamos a utilizar mais o instinto e a intuição para nos orientar.
5. Deixe-se surpreender. Quando paramos de tentar controlar tudo e deixamos que a ordem surja do caos aparente, as sincronicidades se manifestam com mais intensidade. Uma pixação estranha ou um adesivo colado num lugar inusutado podem revelar mensagens importantes.
6. Uma dica que pode soar meio hippie e realmente soa meio hippie: Explore o I Ching. O respeitado oráculo chinês foi visto por Jung como uma prova da existência da sincronicidade, pois a pergunta de quem consulta (manifestação psíquica interna) coincide com a resposta oferecida pelo jogo (manifestação física externa). A melhor tradução do oráculo para o Ocidente está no I Ching - O Livro das Mutações, de Richard Wilhelm (ed. Pensamento).
7. Fique alerta para a Conspirações das Improbabilidades. Tudo o que de mais improvável aconteça pode ser uma sincronicidade. Divirta-se inventando significados para coisas improváveis que aconteçam ao seu redor, mesmo que elas nada tem a ver contigo. Essa é uma atitude que atrai sincronicidade.
Siga essas dicas e se divirta bastante. Lembre-se sempre disso: divirta-se, não leve nada muito a sério, pois posso te assegurar, quando as sincronicidades começarem a aparecer com uma certa frequencia as pessoas costumam se assustar.
Não se assuste, somos eu, Timóteo Pinto

Histeria Coletiva

Eu sou o herói coletivo, e necessário, para não criarem por ai fantoches e propagandas, heróis presos ao ego mentiroso… eu sou o mito renascido, você e aquela moça ali do lado… deixaram o sorvete cair e Timóteo Pinto pegou e lambeu! Timóteo Pinto veio roubar sua história porque fui eu quem escreveu, Timóteo Pinto é a singularidade coletiva, o ápice do desejo da Vontade, manifesto como o manifesto, do lábaro do caos, o caso asco do saco. O eu é um instrumento de dominação, e vim por revelia, mostrar-lhe a tirania de ser um indivíduo próprio… Não irmãos, não vim trazer-lhes o ocio, apenas o OBVIO, que é que podemos sacanear o poder, a história e a memória de nossos ancestrais… nos antigos tomos da história, lá estarei eu em teus anais …Timóteo Pinto o atavismo do pinto, o moderno Prometeu, o antigo Zeus, que se fudeu porque comeu mulher demais… agora é tempo de pular corda em cima da midia e dos planos tiranais!

Max Weber X Timóteo Pinto - O condivíduo ataca!

A produção e santificação de heróis populares. O condivíduo é a potencialização da subversão. E essa é a introdução… Não pretendo aqui fazer um ensaio ou uma análise acadêmica. Essa é a idéia que bateu e escrevi. Vejamos… Segundo Weber há três tipos de poder: o carismático, o tradicional e o racional. O racional é o Estado hoje, que é impessoal e despersonalizado: uma mudança de presidente não afetará em nada a máquina do Estado. Quanto mais o poder racional for impessoal mais fraco ele será, pois a falta de figura do soberano (rei, por exemplo) para causar medo ou amor na multidão deixa a mercê da mesma - estamos em território inimigo, e o inimigo está em nós. Não há mais o ‘vigiar & punir’. As instituições coercitivas agora estão dentro de todos. Já o poder carismático é aquele que movimenta a história, ou seja, as celebridades, os líderes! Um exemplo é a democracia na modernidade onde um líder faz com que a multidão siga-o e fique calada. Outro exemplo, Lênin como o profeta e grande líder. Nessa situação, os anarquistas ficaram em um beco escuro e fedido: se os líderes é que movimentam a história, o que fazer? Afinal, como resolveriam isso, já que líderes são como demônios para eles? É, parece que a teoria anarquista deu com os burros na água….mero engano. QUALQUER UM PODE SER TIMÓTEO PINTO!!!
Timóteo Pinto: todos que assumem a identidade do condivíduo são os tais líderes que Weber diz. A história da humanidade não fica mais nas mãos de líder Che Guevara ou líder Lênin, há o retorno para a mão dos homens do controle sobre a história: todos são Timóteo Pinto. O resultado dessa “brincadeira de adolescentes”, segundo o main stream que fora fraudado muitas vezes por Timóteo Pinto, é a imensa produção que saiu da teoria e foi para prática, teorias com a reflexão do que foi feito na prática e, enfim, houve a produção desse imenso caldo subversivo. O condivíduo é, de um modo de ver, a centralização das forças subversivas. Coletivos e pessoas a deriva, todos alimentando a mesma criatura. Entretanto, a descentralização se dá pela mesma razão centralizadora, por ser um projeto que todos podem participar, basta renunciar a sua identidade única imposta. Como as autoridades controlam uma criatura de múltiplas faces e múltiplos braços? Como Timóteo Pinto cairá nas garras do espetáculo, se ele frauda o próprio espetáculo? Ora ora, Guy Debord não esperava por essa. As imagens selecionadas cuidadosamente não são tão cuidadosamente selecionadas, a mídia manipula e é manipulável. Che Guevara está morto, Timóteo Pinto também. O segundo ainda vive. Essa é a contradição de um múltiplo ser!
A diferença entre os líderes descritos por Weber e Timóteo Pinto é que em um eu posso ser eu mesmo.

O sexo do condivíduo

O canto dos passaros… tao singular como afrodisiaco, sexo.. sim, o voar cataclismatico das intemperies canadenses, dos passaros estados-unidenses, e o flutuar carioca da brisa do mar, irmao blissett ainda conhecera nosso barco. O sexo, ora isso, ora aquilo, se destingue pela relaçao-contato genital, nu contato com zonas erogenas entre dois ou mais seres, que pode ou nao levar ao gozo, ou ao apice energetico e sua diminuiçao posterior. Enquanto dois seres multiplos e singulares na sua diversidade unica, o contacto entre dois condividuos ou o contacto consigo mesmo (de duas partes de sua personalidade) atribui ao condividuo um carater onanastico shimoniano, que masturbando-se-sexualmente a si proprio, produz um contato sexual multiplo.
Isso nos leva a experiencias indigenas de proliferaçao organismica bio-energetica de plantas atraves do sexo perto das mesmas, e esse carater-florido sexo-influencia pode ser perpassado aos seres humanos… o contato sexual em um recinto aberto-fechado pode levar a grandes ondas sexuais-masturbatorias. Em vez de nos fecharmos em um quarto, Timteo Pinto deveria, nao obstante, abrir as portas e praticar o coito consigo mesmo, enquanto estrela, Eu posso evocar o sonho e a fantasia e tornar reais tais prometeias pois a psicose degenerativa da minha personalidade é, com efeito, a multiplicaçao da evoluçao sexual enquanto cadeia dogmatica-incestuosa-incerta.
Fazendo o incesto consigo mesmo, enquanto membro da mesma familia, o Timoteo Pinto cria a orgia, pois é muitos e nenhum. Assim torna-se o que sempre foi, um vilao sagrado da historia de um porco alado, chamado Harashinga.

PlagiAção

Existe um detalhe crucial na questão do plágio: assim que uma pessoa publica algo, automaticamente deixa de ser dono. Aquilo passa a ser parte do que poderemos chamar de Patrimônio Cultural da Multidão (odeio coisas como, povo, humanidade ou massas). Se pertence a todos, não reconheço o plágio como um roubo, apenas como uma apropriação do que é coletivo. Se eu aceitar a venda de cópias de meu trabalho, se eu obter lucros diante da reprodução de cópias e mais cópias, podendo chegar a milhões de cópias, como em muito casos ocorre, que moral terei eu pra dizer que sou contra a propriedade privada? E eu sou contra a propriedade privada sim e sou contra a propriedade intelectual também. Mas meu Deus, Timóteo do céu, como os caras vão sobreviver? Pois aí é que está o cerne da questão, aí já entramos na questão da maneira como vejo a arte. É uma merda que arte seja uma especialização, que seja coisa de artista. Roubaram a arte de nós. Com o tempo aprisionaram-na num modelo funcional que a faz ser privilégio de pouco$. Um artista até pode viver de sua arte, é claro, um artista pode até querer ficar rico e famoso, também é óbvio; só não venha querer me convencer a seguir essas regras odiosas nas quais acredita e as quais segue. Eu não reconheço essas regras e como JÁ SOU livre, posso seguir as minhas. Aprofundando ainda mais a questão (essa é foda) eu diria que o plágio inclusive pode facilitar conexões inusitadas, como por exemplo, o o caso de pessoas que acessam um site absolutamente nada a ver com o do autor-inicial do texto. Em casos como esse uma nova conexão sinóptica foi feita, através de uma fraude, através de um bug cultural. Sabotagem Cultural? Terrorismo Cultural? Vandalismo Cultural? Poderíamos especular até a exaustão. Esse tipo de Bug Cultural alimenta ainda mais a Sopa Criativa do Caos.
Somos fruto de uma cultura recombinante, onde os textos, as frases, as palavras estão se tornando dinâmicas, interagindo num ritual onde você não consegue mais distinguir o leitor do autor. O plágio é necessário. Ele aproveita uma frase de um autor, faz uso de sua expressão, apaga uma falsa idéia e a substitui pela idéia certa. O texto é alterado e passado para frente. As idéias se aperfeiçoam. O progresso implica nisso. Agora com a internet temos o potencial de que aja uma maior participação de todos na produção cultural. Uma democracia cultural! O presente requer que repensemos e reapresentemos a concepção de plágio. Sua função tem sido há muito desvalorizada por uma ideologia que tem pouco lugar na tecnocultura. Deixemos que as noções românticas de originalidade, genialidade e autoria permaneçam, mas como elementos para produção cultural sem nenhum privilégio especial acima de outros elementos igualmente úteis. Está na hora de aberta e ousadamente usarmos a metodologia da recombinação para melhor enfrentarmos a tecnlogia do nosso tempo. Confirmo: sou um plagiador!

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Manifesto Clarifesto - Menos é Mais

por Reverenda subMarina

Eu não sei nada sobre as pessoas e isso é muito! E poucas pessoas sabem muito sobre outras pessoas, já que a maioria das pessoas pensa saber muito sobre as pessoas. Talvez saibam sobre uns e outros...Conhece a ti mesmo? Impossível se cada um é um universo, imagina conhecer outras pessoas, saber sobre outras pessoas? Poucas pessoas se conhecem, e eu me conheço muito pouco e isso é muito! Assim, dessa maneira, menos é mais e mais é menos! E eu não sei nada, ninguém sabe nada, o que é muito!Muitas pessoas pensam saber alguma coisa e saber alguma coisa é pouco comparado a não saber nada!"Tudo que sei é que nada sei" , só que eu nem sei o que é tudo, então eu nem sei o que é nada! Menos é mais!!! Então nada é tudo e tudo é nada...

Manifesto Clarifesto=Tudo é Nada?

fnord Tudo é Nada? Não saberemos nunca. Mas, e se eu souber? Como é que faço pra saber se sei? Então o "talvez" seja o "nunca" fnord disfarçado de probabilidade! E as probabilidades de eu saber nada sobre mim nunca serão reais, bem como verdadeiras, bem como saber tudo! Então "não sei" é o "sei" disfarçado de resposta! Ou de pergunta?

Salve Èris

Clarifesto Manifesto=Preço da Vaca

Então, de novo, o negócio é o seguinte: O preço da vaca é cento e vinte!(R$120,00)...Existem gnomos que costuram sua meia rasgada por bem menos e você não precisa ter uma vaca que custe R$120,00. Também existem fadas do dente que levam os dentes caídos por R$120,00, só que como poucas pessoas possuem dentes de ouro , e ou, com amálgamas de prata , então, dificilmente elas aparecem para comprar o seu dente...E por aí vai! O negócio é o seguinte: tenha uma vaca de cento e vinte que seus dentes ficarão na sua boca e suas meias sem rasgos...

Clarifesto Manifesto=23 anos

Eu queria ter 23 anos pra sempre! 2003 foi o ano da Multicabala Lispectoriana, porque esse número é o cabalístico erisiano...E eu que finjo...Enfim, como será que Èris se comunica com glândulas pineais em período de TPM? Na verdade o período de tensão pré-menstrual em garotas regidas por Éris se converte em Tentativa Pineal Magnânima (TPM)!!! Nesse período, garotas FNORDS têm sua comunicação expandida com a deusa e causam o caos em seus lares e adjacências...Quanto mais forte a TPM, mais regida por Èris é...Uma expansão do espectro super estendida chegando ao espectro gama ou nanomicrondas. E Èris nos fala através do sangue perdido:

"Eu sou uma cadeira e uma maçã e eu não me somo"

11:59(1½ horas atrás) Clarifesto Manifesto= 5 propostas

1. Se é cada um com seus problemas, então façamos um mercado de pulgas de problemas...A cada problema comprado garantimos uma plástica para aumentar a parte de trás da sua orelha

2. Vamos distribuir nossos problemas de graça e as pessoas que aceitarem os problemas, terão direito á 120 vacas ordenhadas por fadas ou gnomos...O leite será dourado , pois vacas ordenhadas por gnomos têm o leite coado e pasteurizado em meias de fio de ouro, que provêm dos dentes comprados pelas vacas...

3. De agora em diante tenho apenas 23 anos

4. “Quem escreve ou pinta ou ensina ou dança ou faz cálculos em termos de matemática, faz milagre todos os dias. É uma grande aventura e exige muita coragem e devoção e muita humildade” -Clarice Lispector

5. Menos é mais

Clarifesto Manifesto=Clarice Lispector

Clarice Lispector é nossa patrona gran sacerdotisa mor...não há o que dizer a não ser, MENOS É MAIS!

“Mas já que somos pouco e portanto só precisamos de pouco, por que então não nos basta o pouco? É que adivinhamos o prazer. Como cegos que tateiam, nós pressentimos o intenso prazer de viver.”

"Dar a mão a alguém sempre foi o que esperei da alegria. Muitas vezes antes de adormecer- nessa pequena luta por não perder a paciência e entrar no mundo maior- muitas vezes, antes de ter a coragem de ir para a grandeza do sono, finjo que alguém está me dando a mão e então eu vou, vou para a enorme ausência de forma que é o sono. E quando mesmo assim não tenho coragem, então eu sonho."

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Do Humor

“O grau de liberdade que há em qualquer sociedade é diretamente proporcional ao riso que nela existe”

(Zero Mostel, in Humor Judaico)



O palhaço foi considerado por C. G. Jung como um representante do trickster, uma figura arquetípica do herói trapaceiro, ambíguo e contraditório, que zomba e transgride normas. O palhaço teria ligações estreitas com o trickster e seria, acima de tudo, uma exteriorização de algo íntimo, universal, primitivo e puro do indivíduo, que se encontra no riso e no exagero. Figura que pode ser amada, admirada ou temida por todos, que assume a dor, a ternura e o ridículo, integrando estes opostos.

Fazendo uma breve retrospectiva histórica do “palhaço”, encontramos já na Idade Média as figuras do bobo da corte ou bufão sábio. A trupe dos saltimbancos surgiu nas festividades da Idade Média e Renascimento. Nesta época, a concepção do cômico opunha-se à cultura oficial, ao tom sério, feudal e religioso da época. Encontramos esta figura cômica também como o “coringa” dos baralhos e como o “louco”, na carta 22 do Tarô. Somente se tornou realmente a figura do “palhaço” na Renascença italiana com a Commedia dell’ arte ( com a dupla “Branco e Augusto”). Passou a frequentar os palcos das festas populares, representando uma “concepção carnavalesca do mundo, uma segunda vida do povo”, assim como o lado jocoso, grotesco e alegre, recusando o poder instituído e afirmando a vida (Bakhtin, apud Sampaio, 1992, p.40). Surge, assim, uma visão do homem e das relações humanas alternante, necessária e revigoradora. Mas, este poder regenerador positivo do palhaço vai decrescendo após o século 17, mantendo-se atenuado em algumas formas do cômico sobreviventes, ligadas ao folclore, ao circo e à feira.

O trickster é considerado por Jung uma imagem arquetípica do inconsciente coletivo, que se insurge para brincar com a lei. É uma imagem eterna, arquetípica. Um herói mítico que é solitário, mas que se efetiva na relação com o outro, embora se volte sempre para si. O trickster é a imagem arquetípica do brincalhão com impulsos infantis, de natureza ambígua (animal e humana, sublime e grotesca). É o infantil no adulto, o infrator de normas.

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Investigando o espírito cômico, observamos que ele é dialético, costuma dizer “não” a um “sim” aceito, ou dizer “sim” a um “não“ aceito e conservado culturalmente. Tem a capacidade de criar a súbita inversão, na qual a familiaridade do mundo comum é posta em questão, para que possamos ver a surpresa e experimentar o espanto que o familiar tende a esconder. A piada, por exemplo, depende muito de uma espontânea e súbita inversão do comum, da conserva cultural, da ordem das coisas geralmente aceitas. Por isto, há um certo atrativo inevitável na brincadeira.

Segundo Richard Underwood (apud Campbel, 2001, p. 166), “é cômico ver a súbita inversão da certeza ou familiaridade em incerteza ou surpresa”. Ou até pode ser trágico, indicando uma íntima ligação dialética entre tragédia e comédia. Como diz um velho cancioneiro popular, “o que dá pra rir dá pra chorar, questão só de peso e medida”.

J. L. Moreno (1889-1974), criador do Psicodrama, tinha plena consciência da força da brincadeira, da alegria e do jogo no trabalho terapêutico. Afirmou que devolveu a alegria à Psiquiatria e buscou no jogo, dramático ou não, o clima lúdico e o riso como condições para promover um estado espontâneo-criador, que ele considerava condição fundamental à saúde mental. Diremos que Moreno desenvolveu um método que visava também despertar o espírito cômico, com seu caráter transformador e transgressor, para que o sujeito com ele pudesse rir do seu drama, ver além da sua tragédia, além do seu modus operandi submerso e submetido às conservas culturais, a atitudes e padrões estereotipados.

Moreno deu, assim, credibilidade e valor à brincadeira como via de acesso ao poder criativo, e em especial no seu poder de colocar em questão o familiar, o conservado, desmontando “certezas”, princípios ou objetivos fixos, cristalizados e não questionados. Vai buscar na atitude lúdica a sua força criativa, para desmontar, desorganizar ou destruir certezas absolutas, pesquisando suas origens, numa perspectiva também genealógica.

(...)

Destacamos também a perspectiva dionisíaca presente do Psicodrama e na figura do palhaço. Dioniso, deus mitológico grego, é um deus do povo, da natureza, do vinho, da liberação pelo êxtase, das emoções, da promoção da vida, da não repressão, da expressão corporal, da dança, do teatro, do sexo e da alegria. Em seu lado sombrio, é o deus da tragédia e da loucura. Mas, é este deus que promove uma via de acesso ao mundo interior, a união das dualidades, do princípio masculino com o feminino, da luz e da sombra, do divino e humano, do alegre e triste, do bom e mau.

Na mitologia e na tragédia grega, é Dioniso quem aponta para a condição humana, que nos vem ensinar o mesmo que os poetas sempre transmitiram, que a vida é um jogo de pares de opostos, são parte de uma unidade permanente. Segundo Albor Reñones (2002, p. 148), “por trás de cada herói e cada sofrimento, ali estaria o deus Dioniso, apontando seu bastão para a nossa cara e dizendo: dance”. Para combater os excessos e a falácia da seriedade, aponta para a dança, para a permissão da alegria e da embriaguês, pois o mundo dá voltas e nada permanece, devendo a cada um de nós entendê-lo como passagem. Este autor (Ibidem, p. 156) nos aponta: “ante a insolubilidade da dor, temos a possibilidade de uma ação solidária, quando não amorosa”. Diríamos que nos resta a poesia, que está presente na alegria.

Segundo López-Pedraza (2002, p.44-45), “Dioniso permite uma perspectiva arquetípica para se relacionar e para diferenciar emoções, como uma via de acesso ao mundo interior”. Segundo Alvarenga (2000, p.143) Dioniso “prega a interação eu-outro de forma simétrica, restituindo a dinâmica do coração”. Dioniso é entendido com representante do arquétipo canalizador da agressividade, da força ou da corporalidade, transformando-a em manifestações criativas. Ao contrário de Apolo (deus do sol, da consciência, da ordem e do pensamento, defensor do patriarcado), Dioniso defende o feminino, é o deus lunar, do inconsciente, da intuição e do sentimento. Representa a dinâmica da alteridade, das relações simétricas, pós-patriarcal (Sousa, apud Alvarenga, 2007).

(...)

Diante do paradoxo e da indivisibilidade da vida, com seus pares de opostos, outros autores assinalam a ambivalência do riso, que este pode ter como fonte uma dor, uma defesa, um temor, mas ao mesmo tempo uma sabedoria. H. Adorno já afirmou que o riso sereno ou terrível marca sempre o momento em que desaparece um temor. Afirmou Platão, em A República, que ”um acesso excessivo de riso quase sempre produz uma reação violenta” (ibidem, p.4). De fato, ainda é difícil definir o senso de humor, embora Shopenhauer já tenha afirmado que a única qualidade divina de um homem era o seu senso de humor. Por outro lado, sabemos que o ser humano é um ser lúdico, ele é apenas completamente humano quando está brincando, um importante anseio humano é o de jogar.

Mas, o que significa o humor? Indicando algo que flui, líquido, a palavra “humor” simboliza também o movimento de forças inconscientes que gradualmente se desenvolvem, porém o “senso de humor” em si pode se originar no senso de proporção das partes com o todo, tanto no mundo externo como interno. Para haver senso de humor maduro deverá haver, além do riso, consciência e afetividade. Charles Williams, no seu livro All Hallow’s eve (apud Luke, 1992, p.16) considerava que “aqueles que apreciam e compreendem, penetram no riso, no coração das coisas. A humildade está intimamente relacionada com senso de humor”. Há muitos tipos de riso, ele pode ocultar uma rejeição destrutiva ou o desprezo, e quando nos rendemos a isto perdemos o senso de humor, que sempre fortalece a compaixão, onde todas as nossas dores e alegrias se tornam inteiras. Ressentimentos, humilhações, culpas, etc. podem ser aceitos com dor e conhecidos também como ocasiões para o riso que cura.

Ainda segundo Williams, no meio da dor emocional é importante manter o senso de humor sobre a própria importância e a dos outros, com a intenção de alegria. Quando nos sentimos absolutamente comuns, adquirimos a simplicidade e o senso de humor; assim, poderemos começar a brincar na liberdade e na simplicidade da criança, poderemos alcançar a filosofia do momento, também defendida por J. L. Moreno, e vivermos no aqui e agora, com o espírito presente em cada momento, sabendo o que realmente se é.

Quando Jesus Cristo diz que “aquele que não receber o reino de Deus como uma criança pequena, nele não entrará” (São Marcos, 10:15), estava se referindo a esta sabedoria divina do riso. Jung considerava que, além da ética essencial, além da beleza da ciência, filosofia, psicologia e teologia, além de todos os esforços da humanidade para compreender o bem e o mal, ainda restava uma porta final para encontrar a liberdade: o caminho para a brincadeira espontânea, não imatura, mas inocente, do espírito feminino. Segundo Luke (1992, p. 17), sem isto não haverá “qualquer criação que conheça a eternidade, depois da longa jornada de retorno, na dimensão do tempo. Ela está e sempre esteve brincando no mundo, na alegria da Criança escondida em cada um de nós”. É quando se encontra a liberdade de todas as convenções e não se importa mais em mostrar as deficiências, como um palhaço. O Tolo ou a Criança dentro de nós nunca é ingênua, pois é a própria sabedoria brincando no mundo.

J. L. Moreno, por sua vez, acreditava nesta criança eterna e livre que deveria ser despertada, com sua centelha divina da espontaneidade, desenvolvendo seu método para trabalhar o acesso a este senso de humor, a este riso, a esta alegria, esta criança livre do aprisionamento das conservas culturais. Ao trabalhar numa realidade suplementar, Moreno valorizava o poder do mágico, do ilusionista, da liberdade transformista de multiplicar formas e possibilidades, produtora de mundos impensados. Neste ponto, afirmamos que Moreno e Jung se encontram num mesmo diapasão: ambos percebem no riso a afirmação de um princípio criador.

Quando um sujeito está em crise, quando o poder ordenador e racional do ego se descontrola, a tensão é demasiada e o ser se sente fragilizado - é preciso que se imponha outra força, em alternância. E o que surge como força capaz de propor outros sentidos à trágica situação, é o expediente da comédia e da magia que existem dentro de cada um.

O palhaço em particular, traz a visão carnavalesca, dionisíaca, ousada e grotesca do mundo, anteriormente citada. E o seu valor de renascimento, regenerador e de renovação positiva, “pois ao inferiorizar, rebaixar, aproxima da terra, favorece a comunhão com a parte inferior do corpo, conduz à comunhão com uma força regeneradora e criadora” (Bakhtin, apud Sampaio, 1992). Segundo Bakhtin, o riso renascentista está ligado ao novo, ao futuro, ao nascimento, a abrir caminhos. A figura do palhaço nos leva a enxergar o mundo de modo diferente, mais móvel, intenso e imaginativo.

Fonte: Psicodrama do Palhaço –o riso como via de acesso ao criativo transformador.

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Dionisismo

Dioniso, considerado um dos deuses mais populares da Grécia. Conhecido em Roma como Baco, foi caracterizado de duas maneiras: na primeira como deus da vegetação, da fertilidade e do vinho e também como padroeiro e responsável pela criação do teatro grego; na segunda, como divindade responsável e iniciadora do êxtase místico resultante da entrega do corpo às substâncias inebriantes, com ênfase nas bebidas alcoólicas.

De acordo com a mitologia grega, Dioniso era filho de Zeus com uma bela mortal de nome Semele, a quem o grande deus do Olimpo havia prometido satisfazer todos os desejos. Semele pediu a Zeus para vê-lo em toda a sua majestade, mas foi carbonizada pelos raios luminosos procedentes do corpo do deus. Como já estava grávida, esperando Dioniso, ambos foram para o Hades, de onde Zeus o resgatou e levou para o Olimpo. Costurou então o filho à coxa para que a gestação pudesse ser completada e ele escapasse da ira motivada pelos ciúmes de Hera, esposa de Zeus. Ao se tornar adulto, Dioniso fugiu para a região da Índia, onde teria aprendido com Sileno, líder dos sátiros a cultivar e usar a videira. Quando regressou à Grécia, cruzou a região em cortejos compostos por sátiros, bacantes e outros deuses. Reprimido, perseguido e normalmente não aceito aonde quer que fosse, Dioniso acabou sendo aceito por Apolo em Delfos e habitava o templo deste deus durante o inverno, época em que, de acordo com a mitologia, Apolo se retirava desta localidade e as consultas ao oráculo do deus eram suspensas.

Esses dois deuses gregos acabaram tornando-se parâmetros para características humanas que se opõem: os apolíneos – pessoas com traços semelhantes aos de Apolo ou com tendência a agir como este deus – seriam mais racionais, apreciadores da medida, da lógica, da harmonia, das emoções contidas e bem dosadas. Já os dionisíacos seriam aqueles que não davam importância às convenções e, mais ainda, as ultrapassavam em nome da luxúria, das emoções intensas, dos prazeres sem limites, das experiências sensoriais, que para essas pessoas valeriam mais a pena do que qualquer sentimento comedido ou racional. É possível perceber que as características destes dois deuses compunham a dicotomia humana.

Os gregos consideravam, de acordo com os estudos de Jean-Pierre Vernant, a vida religiosa integrada à vida social e política. As funções do cidadão englobavam também os aspectos relacionados à religião. Desta forma, ser ímpio, ou não ter relação alguma com os deuses era também um crime contra o grupo social. O indivíduo que rompesse os laços com sua cidade também estava desligado do mundo divino, visto que a divindade realizava suas ações em prol da cidade. Perdia ao mesmo tempo seu ser social e sua essência religiosa. De acordo com Vernant, não era mais nada:

A impiedade (άσέβεια), falta em relação aos deuses, é também atentado ao grupo social, delito contra a cidade. Neste contexto, o individuo estabelece a sua relação com o divino pela sua participação em uma comunidade. O agente religioso opera como representante de um grupo, em nome deste grupo, nele e por ele. O elo entre o fiel e o deus comporta sempre uma mediação social. Não estabelece o comércio direto entre dois sujeitos pessoais, ele exprime a relação que une um deus a um grupo humano – tal casa, tal cidade, tal tipo de atividade, tal ponto do território. Expulso dos altares domésticos, excluído dos templos de sua cidade, não aceito em sua pátria, o indivíduo encontra-se desligado do mundo divino. Perde ao mesmo tempo o seu ser social e a sua essência religiosa; não é mais nada (1973, p. 278).

A única forma de recuperar o elo com alguma divindade e, desta forma tentar recuperar a sua condição de homem seria apresentar-se perante outra cidade, integrar-se aos grupos deste novo local e freqüentar os seus templos:

Para reencontrar o seu status de homem, deverá apresentar-se como suplicante em outros altares, sentar-se diante da lareira de outras casas e, integrando-se a novos grupos, restabelecer os elos que o enraízam na realidade divina, pela participação em seus cultos (VERNANT, 1973, p. 278).

Entretanto, este não era o único aspecto da religião grega. Havia um outro, inverso ao relacionado à integração social dentro da pólis, e o maior expoente deste teria sido o culto ao deus Dioniso, ou dionisismo. Este culto era dirigido preferencialmente àqueles que não se enquadravam totalmente ao modelo de organização políade, ou seja, aos marginais da sociedade grega como as mulheres, os escravos e os estrangeiros que, através do culto a esta divindade podiam sair de si mesmos, através do íntimo contato com o deus, tornando-se divinos também, pois por certo tempo consideravam-se possuídos pelo próprio Dioniso. O ser humano e a divindade habitando o mesmo corpo por alguns momentos.

Vernant escreveu que “o dionisismo é, de início e por predileção, religião de mulheres”, visto que as bacantes eram sempre mulheres que realizavam os cultos a Dioniso, normalmente em meio às florestas. Os homens gregos da época consideravam que estas mulheres simplesmente se entregavam a rituais ligados à sexualidade, os bacanais, pois não concebiam que o acesso ao divino pudesse ser realizado por mulheres, excluídas da vida política das pólis e sempre vistas como inferiores, mas que neste contexto religioso revertiam tal situação de inferioridade ao encenarem o papel maior no culto dionisíaco (1973, p. 278).

Como bacantes, estas mulheres eram qualificadas com a virtude de possuírem um papel importante no culto dionisíaco. Enfim, os termos thíasoi e orgéones, que Vernant enuncia como os colégios de fiéis associados nas orgias, a lembrança de grupos campesinos relacionados ao dêmos primitivo, que tiveram que aderir a certas frátrias quando a religião cívica estabeleceu uma ordem para os cultos. Alguns dos epítetos do deus, Eleuthérios, Lýsios, conotam uma mescla entre o social e o religioso em uma tentativa de alcançar a liberdade e também a libertação. Vernant descreve que em Atenas as festas invernais de Dioniso – as Oscofórias, Dionísias rurais, Leneanas, Anestérias e Dionísias urbanas – não formavam como em Elêusis, um circuito fechado, mas uma série interrupta e não contínua, repartida no calendário juntamente com as festas e cultos de outros deuses. Sobre sua originalidade, complementar ao caráter oficial, assenta-se o fato de que seu culto vai além da cidade, contradizendo-a e ultrapassando-a.

O culto cívico era permeado pelo ideal de autocontrole, de domínio de si mesmo e situava cada ser em seu lugar nos limites que lhe eram determinados. Seu diverso era o dionisismo. Diferente, apareceu como uma cultura do delírio e da loucura, pela qual o homem se liberava da ordem pré-estabelecida, do ponto de vista da religião oficial e do domínio do próprio hierón. Vernant demonstra que mesmo controlado pelo Estado, como no período clássico, o dionisismo foi uma experiência religiosa diversa ao culto oficial:

Não mais a sacralização de uma ordem à qual precisa integrar-se, mas a libertação dessa ordem, das opressões que faz pressupor em certos casos. Busca de uma expatriação radical, (…) esforço para abolir todos os limites, para derrubar todas as barreiras pelas quais se define um mundo organizado: entre o homem e o deus; o natural e o sobrenatural; entre o humano, o animal, o vegetal; barreiras sociais, fronteiras do “eu” (1973, p. 279).

Deste modo, Dioniso controvertia a ordem, fazendo-a dilacerar-se ao revelar o outro aspecto do sagrado, já não regrado, firme e determinado, mas fora do comum, inapreensível e desorientador. Vernant refere-se ao deus como aquele que nunca está ali onde está sempre presente – ubiqüitário – ao mesmo tempo aqui, noutro lugar e em lugar algum:

Dioniso não é um mestre de magia e de ilusão: deus prestidigitador, que desencaminha e que desconcerta, que não está nunca onde deve estar, e nem é o que é, deus propriamente intangível, o único, pôde-se dizer, de todas as divindades gregas que nenhuma forma poderia encerrar, nenhuma definição saberia circunscrever, porque ele encarna, no homem como na natureza, o que é radicalmente “outro” (Vernant, 1973, p. 280).

O ritual dionisíaco oferecia uma descarga e alívio, no que se pode concluir que Dioniso representava uma necessidade social tão grande quanto Apolo visto que enquanto este representava a promessa de segurança, Dioniso representava a liberdade. Para Vernant nos cultos dionisíacos havia uma fusão com o deus – no caso dos bákchoi, seguidores de Dioniso – que não era realizada através de comunhão, mas sim de possessão. Ele acredita que a comunhão se dê pelos mistérios, como os de Elêusis e os ritos Órficos. Dioniso é o deus que permite ao homem deixar de ser ele mesmo por um rápido período de tempo, transformando-o assim em um liberto:

[...] o dionisismo aparece como uma cultura do delírio e da loucura: loucura divina, que é tomada como encargo, possessão pelo deus. Por esta μανία, o homem libera-se da ordem que constituía, do ponto de vista da religião oficial, o domínio próprio do sagrado [...] o que, a partir de então, o fiel procura atingir por um contato íntimo com o divino, é um estado diverso, de santidade e de pureza totais, ao qual se aplica o termo de όσιος, que marca a consagração completa – no sentido próprio: a liberação com respeito ao sagrado (VERNANT, 1973, p. 279).

Já Marcel Detienne mostra Dioniso como uma divindade epidêmica. De acordo com o autor, o dionisismo se apresentava na forma de uma epidemia, a qual justifica recorrendo à estória do rei Preto da Argólida:

O rei Preto, da Argólida, tinha três filhas. Ao crescerem, são vitimadas pela loucura; recusam-se a prestar culto a Dioniso. Abandonando o palácio paterno, começam a errar pela terra de Argo. Preto convoca Melampo, renomado adivinho e purificador: seus sortilégios, suas ervas medicinais, lhes devolveriam a calma e purificariam. Em retribuição, Melampo pede um terço do reino. O rei não aceita, a doença piora. Suas filhas se tornam cada vez mais agitadas e a loucura toma conta da população feminina. Por toda a parte as esposas saem de casa, desaparecem nos bosques, matam os filhos. Melampo acabará obtendo dois terços do reino (DETIENNE, 1988, p. 11).

Detienne mostra que epidemia é um termo técnico quando se trata dos deuses. São sacrifícios oferecidos às divindades que respondem as apodemias – sacrifícios de despedida. Tal situação se devia ao fato de que entre os deuses havia movimento, como, perante a hospitalidade oferecida por uma cidade a uma ou várias divindades. Eram os deuses migrantes, diz o autor, que possuíam direito às epidemias. Possuíam suas estações e eram evocados por hinos. Eram chamados Dioscuros e como exemplos teríamos Ártemis e Apolo:

Este [Apolo] viaja muito, de um santuário para outro, entre Delo, Mileto, Delfos e o país dos hiperbóreos, onde gosta de passar o inverno. Apolo é um deus com epifanias; tem suas festas e seus aniversários; aparece em meio a seus sacerdotes, à multidão de seus fieis, em todo o esplendor de seu poder (1988, p. 14).

Para Detienne, Dioniso era o mais epidêmico dos deuses gregos pelo fato de ter uma forma de ação privilegiada, ou seja, enquanto os outros deuses possuíam suas epifanias regulares, segundo a ordem das festas oficiais e sem surpresas, Dioniso era itinerante, estava sempre em movimento e mudança:

Há em Dioniso uma pulsão “epidêmica” que o afasta dos outros deuses de epifanias regulares [...] divindade sempre em movimento, forma em perpétua mudança, nunca se sabe se será reconhecido, exibindo entre cidades e aldeias a estranha máscara de uma potência que não se assemelha a nenhuma outra (1988, p. 14-15).

As primeiras epifanias de Dioniso eram marcadas por confrontos, conflitos e hostilidades que iam desde o desdém, o desconhecimento e a negação declarada até à perseguição. Considerado por alguns – os que estavam de acordo com o sistema organizacional das pólis – um estrangeiro, vindo de fora e trazendo os perigos do transe e de uma religiosidade selvagem. Entretanto, para outros – os que não se enquadravam na estrutura políade – era considerado aquele que retornava ao Peloponeso depois de uma longa ausência após a invasão dórica e aristocrática.

À essência da natureza divina de Dioniso e para comprovar o alcance de sua epidemia, Detienne atribui três classificações: a primeira, pelas chegadas indiretas da divindade, através de missões interpostas que introduzem o culto:

Em Elis, onde ele se senta serenamente à mesma mesa que sua madrasta Hera, é por exemplo uma dupla de nativos, mãe e filho, que se supõe haver instituído as cerimônias de seu culto. Em Sícion, vê-se um tebano, chamado Fanes, o Introdutor, servir-lhe de embaixador, trazendo de sua cidade natal uma estatua de Dioniso Lúsios, muito recomendada pelo oráculo de Delfos. Patras, enfim, vê chegar Dioniso na insólita comitiva de um rei meio louco, e que transporta em seu cofre uma aterrorizante estátua do deus (1988, p. 18).

A segunda, como o deus da vinha, pelo poder do jorro e das manifestações mais brutais provocados pela loucura ainda não dosada. E a terceira, pela sua chegada à terra de Licurgo, no palácio das Miníades, e a grande parúsia na cidade de Tebas.

De acordo com Detienne, Dioniso seguia em suas caminhadas um itinerário projetado por sua condição de estrangeiro portador da estranheza, difundida pelo não reconhecimento, o qual o autor define como o “duplo sentido de ksénos”: àquele que não se referia ao não grego, ou ao bárbaro de fala ininteligível, mas ao cidadão de uma comunidade vizinha. Este termo deriva da distância que separava duas cidades: em suas assembléias, seus tribunais e seus sacrifícios. Para ser chamado desta forma, o estrangeiro deveria, pertencer ao mundo helênico, idealmente constituído pelo conjunto de homens que “têm o mesmo sangue, mesma língua, santuários e sacrifícios comuns”.

Sobre a origem grega de Dioniso, Detienne afirma que em nenhum lugar o deus era qualificado de deus bárbaro, mesmo quando as violências pareciam exilá-lo na barbárie. Neste sentido, o autor contrasta Dioniso com a divindade de quem ele se aproximava em mais de um aspecto: Ártemis, divindade essa que o autor nomeia bárbara:

Ártemis, aquela que é chamada de Orthía e cuja estátua transforma em loucos os fiéis em seu altar e faz com que eles se entrematem. Essa Ártemis, pretendem alguns, seria de origem táurica, seria uma divindade bárbara. Em face da qual, precisamente, Dioniso exibe sua qualidade de estrangeiro, de Ksénos, quando entra alegremente em Patras, na Acaia, onde reina uma Ártemis sanguinária (1988, p. 22).

Dioniso encarnava o diferente, como ao apresentar-se mascarado em um desfile juntamente com os outros deuses ao longo de um friso. E a máscara era a insígnia de sua divindade. Um estrangeiro a ser identificado, descoberto, atrás de uma máscara que tanto escondia quanto revelava.

Desta forma, ilustrada por tudo que foi exposto até aqui, podemos perceber que o dionisismo apresentava uma forma de agrupamento para aqueles que estavam fora da ordem social em vigor. Seguir Dioniso era se encher de entusiasmo ao ser habitado pelo deus durante o culto. Entusiasmo este, que era visto como uma espécie de loucura pelos não participantes dos mistérios ligados ao culto dionisíaco.

Referências Bibliográficas:

DETIENNE, Marcel. Dioniso a Céu Aberto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e pensamento entre os gregos. São Paulo: EDUSP, 1973.

Fonte: Centro de Pesquisas da Antiguidade/RJ

História e Culto à Dionísio

Divindade grega da natureza, especificamente deus do vinho e mais amplamente da vegetação, que desempenhou um papel de excepcional importância entre os gregos. Suas características separadas são tão iridescentes que apenas com muita dificuldade podem ser juntadas para compor uma figura única. Onde surgiu Dionísio e quando seu culto se disseminou na Grécia são perguntas que não possuem respostas seguras.

De qualquer maneira, a primeira parte de seu nome apresenta o genitivo do nome de Zeus, e foi como filho de Zeus e Sêmele, filha de Cadmo e Harmonia, que ele entrou para os escritos mitológicos.

Na imaginação da antigüidade, o culto de Dionísio veio da Trácia, Lídia (o nome Baco provavelmente é derivação lídia) ou Frígia para a Grécia aproximadamente no oitavo século a.C. Ele é marcado com um tipo de entusiasmo e e êxtase até então desconhecido dos gregos. Por isso o culto do deus se estabeleceu contra muita oposição, principalmente da aristocracia. Significantemente, Homero não reconhece Dionísio como um dos grandes deuses olímpicos.

Nos festivais realizados em sua homenagem, que eram basicamente festas da primavera e do vinho, o deus em forma de touro freqüentemente liderava as Maenads barulhentas , bacantes, sátiros, ninfas e outras figuras disfarçadas para os bosques. Eles dançavam, desmembravam animais e comiam suas carnes cruas, e alcançavam um estado de êxtase que originalmente nada tinha a ver com o vinho. Apenas gradualmente é que foram os componentes licensiosos e fálicos do culto moderados, de forma que Dionísio veio a ocupar um lugar seguro na religião dos gregos.

Mais tarde, seu culto se tornou tão difundido que Dionísio veio a ser cultuado em um momento histórico particular, até mesmo em Delfos, o santuário-chefe de Apolo.

Nos festivais de Dionísio, especialmente em Atenas, performances dramáticas eram representadas, de forma que o culto de Dionísio pode ser visto ligado ao gênero dramático.

Entre os romanos, já em uma época bem antiga, Dionísio foi identificado com o deus Liber, e eventualmente aceito com o nome de Baco. Quando as bacanálias, celebradas em sua honra, degeneraram, o estado interveio para regulá-las, sem nunca, porém, impedir a continuação do culto. A bacanália era o culto secreto romano, celebrado com excessos sexuais. Em 186 a.C. o Senado proibiu sua realização, devido à onda de criminalidade que foi introduzida devido ao festival. Mesmo com a proibição, o culto não desapareceu naquele tempo.

As representações mais antigas do deus mostram-no como um velho de barbas, enquanto que as mais recentes o representam como um belo jovem.

As histórias sobre as andanças de Dionísio, e em particular sua viagem à Índia, são provavelmente surgidas da simples observação da difusão geográfica da videira. Onde essa planta era cultivada, e o vinho extraído, acreditava-se que o deus por lá havia passado, dando aos mortais sua benção ou maldições.

Assim que soube que Sêmele estava esperando um filho do seu marido, Zeus, ela ficou demasiadamente furiosa. Sabendo que as suas reprovações aos atos de Zeus não surtiam nenhum efeito, resolveu vingar-se da jovem e destruí-la. Para Hera, Sêmele era culpada, e carregava em seu ventre a prova de seu ato ilícito.

"Não me chamem mais de de filha de Saturno, se ela não descerá às águas do Estígio, para lá enviado pelo seu Zeus!"

Com essas palavras ela se levantou de seu trono, e envolvida por uma nuvem dourada, aproximou-se da morada de Sêmele. Hera, então, transformou-se em uma velha senhora, seus cabelos tornando-se brancos, e rugas surgindo em sua pele. Ela andava com as costas arqueadas e passos cambaleantes. Sua voz dobrou-se à idade, e ela tornou-se a cópia exata de Beroe, a ama de Sêmele.

Alcançando Sêmele, ela iniciou uma longa conversa, na qual mencionou o nome de Zeus. Então Hera disse que ela deveria pedir uma prova de que seu amante era realmente Zeus, e ainda mais; que, sendo Zeus, aparecesse em sua forma gloriosa, a mesma que ele aparecia perante Hera, e só assim a abraçasse.

"Eu rezo para que seja mesmo Zeus! Mas tudo isso perturba-me: muitas vezes um homem usou deste artifício para penetrar no quarto de uma mulher honesta, fazendo-se passar por um deus."

Assim dizendo, Hera conseguiu colocar a suspeita no coração da jovem, e ela dirigiu-se à Zeus, pedindo uma prova de seu amor. Ele respondeu dizendo que qualquer coisa que ela pedisse lhe seria atendido. Ainda mais, para reforçar seu juramento, chamou o nome do deus do rio Estígio para ser sua testemunha.

Sêmele, feliz com o juramento, selou seu destino com o seu pedido: "Mostre-se a mim. Da mesma maneira como você se apresenta a Hera quando você troca abraços amorosos com ela!" O deus tentou em vão impedir que ela falasse tamanho desatino, mas as palavras já haviam deixado sua boca - e seu juramento não podia ser alterado.

Lamentando muito a tarefa que estava prestes a realizar, Zeus lançou-se ao alto, juntou as névoas obedientes e as nuvens de tempestade, relâmpagos, ventos e trovões. Tentou ao máximo reduzir ao máximo a sua ostentação de glória. Mas a estrutura mortal de Sêmele não podia suportar a visão do visitante celestial, e ela foi queimada até as cinzas pelo seu presente de casamento.

Seu bebê, ainda incompletamente formado, saiu do útero de sua mãe, e alojou-se na coxa de Zeus, até que se completasse a sua gestação. Zeus entregou o bebê a Hermes, que o confiou ao casal Ino e Athamas, advertindo-os a cuidar de Dionísio como se ele fosse uma menina. Entretanto, Hera descobriu que o bebê havia nascido e que estava sendo criado escondido dela. Indignada, levou Ino e Athamas à loucura. Athamas caçou o próprio filho, Learcus, como se fosse um veado, matando-o, e Ino, para livrar seu outro filho, Melicertes, da loucura do pai, o atirou ao mar, onde foi transformado no deus do mar Palaemon (em homenagem a quem Sísifo instituiu os jogos do Istmo).

Finalmente, Zeus iludiu Hera transformando Dionísio em um cabrito, e Hermes o levou para ser criado pelas ninfas de Nysa, na Ásia, quem Zeus posteriormente transformou em estrelas, dando-lhes o nome de Híades. Mais tarde Dionísio resgatou Sêmele dos ínferos e a levou ao Olimpo, onde Zeus a transformou em deusa.

Quando Dionísio cresceu, ele descobriu a videira, e também a maneira de extrair da fruta o seu suco e transforma-lo em vinho. O deus então vagou pela Ásia e foi até a Índia, onde ficou diversos anos, para ensinar os povos a cultivar a vinha. Em seu caminho, chegou até Cibela, na Frígia, onde a deusa Réia, mãe dos deuses, o purificou e o ensinou os ritos de iniciação.

Ele então se dirigiu à Trácia, onde Licurgo era o rei dos Edonianos, que viviam ao lado do rio Strymon. Licurgo foi o primeiro a insultar Dionísio e expulsá-lo. Doinísio soube da intenção de Licurgo através de Carope, pai de Orfeu. Dionísio se refugiou no mar, com Tétis, enquanto qua as maenads foram feitas prisioneiras, juntamente com os sátiros. Mas Dionísio enlouqueceu o rei, e ele matou seu filho com um machado, pensando estar cortando uma videira. Quando acabara de cortar os membros do filho, desfez-se o encanto do deus. O deus tornou a terra improdutiva, causando a revolta dos seus súditos,que o ataram a cavalos que o despedaçaram, pois haviam ouvido que "Enquanto Licurgo estivesse vivo, a terra não mais daria frutos". Dionísio recompensou a ajuda de Carope dando-lhe o reino dos trácios e instruíndo-lhe nos ritos secretos ligados aos seus mistérios.

Ao voltar a Grécia, instituiu seu próprio culto, porém encontrou oposição dos reis devido a desordem e a loucura que o mesmo provocava nos seguidores.



Quando Dionísio se encaminhou à Tebas, ele forçou as mulheres a abandonarem suas casas e segui-lo, em uma espécie de transe. O Rei Penteus tentou por um fim à desordem causada pelo deus, tentando prende-lo. Sua tentativa foi infrutífera, pois os seguidores de Dionísio impediam a prisão do deus. Penteu tentou espionar o culto de Doinísio, mas foi avistado pela sua mãe, Agave, que participava junto com as maenads. Cega pelo deus, Agave pensou ester vendo um javali gigante, e chamou as demais mulheres para correrem atrás dele.

Assim que o alcançaram, despedaçaram-no. Sua mãe percebeu horrorizada que não era um javali que haviam desmembrado, mas sim seu filho. Após o seu enterro, Agave, juntamente com seus parentes deixou Tebas, em exílio.

Depois de Tebas, Dionísio foi para Argos, e por que eles não quiseram honrá-lo, ele fez as mulheres ficarem loucas, e elas carregaram seus filhos no colo até uma montanha e os devoraram.

Dionísio era também um deus das árvores, e os antigos gregos faziam sacrifícios para "Dionísio das Árvores". Sua imagem, muitas vezes, era meramente um poste ereto, sem braços, mas enrolado em um manto, com uma mascara barbada para representar o rosto, e com arbustos projetando da cabeça ou do corpo, para indicar o caráter do deus. Ele era o patrono das árvores cultivadas, a ele eram endereçadas preces para que fizesse as árvores crescerem, e ele era especialmente venerado por fruticultores, que faziam uma imagem dele em seus pomares.

Entre as árvores especialmente dedicadas à ele estava, além da videira, o pinheiro,e em diversas imagens artísticas o deus, ou seus seguidores, aparecem portando um bastão com um cone de pinha em cima.

Assim como os demais deuses da vegetação, acreditava-se que Dionísio havia morrido uma morte violenta, mas que havia sido trazido novamente à vida; e sua morte, ressurreição e sofrimentos eram representados em ritos sagrados.

Um dia, narra a lenda, a grande deusa Deméter chegou à Sicília, vinda de Creta. Trazia consigo sua filha, a deusa Perséfone, filha de Zeus. Deméter planejava chamar a atenção do grande deus, para que ele percebesse a presença de sua filha.

Deméter descobriu, próximo à fonte de Kyane, uma caverna, onde escondeu a donzela. Pediu-lhe, então, que fizesse com um tecido de lã, um belo manto, bordando nele o desenho do universo. Desatrelou de sua carruagem as duas serpentes e colocou-as na porta da caverna para proteger sua filha.

Neste momento Zeus aproximou-se da caverna e, para entrar sem despertar desconfiança na deusa, disfarçou-se de serpente. E na presença da serpente, a deusa Perséfone concebeu do deus.

Depois da gestação, Perséfone deu luz a Dionísio na caverna, onde ele foi amamentado e cresceu. Também na caverna o pequeno deus passava o tempo com seus brinquedos: uma bola, um pião, dados, algumas maçãs de ouro, um pouco de lã e um zunidor. Mas entre seus brinquedos havia também um espelho, que o deus gostou de fitar, encantado.

Entretanto, o menino foi descoberto por Hera, a esposa de Zeus, que queria vingar-se da nova aventura do esposo. Assim, quando o deus estava olhando-se distraído no espelho, dois titãs enviados por Hera, horrendamente pintados com argila branca, aproximaram-se de Dionísio pelas costas e, aproveitando a ausência de Perséfone, mataram-no.

Continuando sua obra deplorável, os titãs cortaram o corpo do menino em sete pedaços e ferveram as porções em um caldeirão apoiado sobre um tripé e as assaram em sete espetos. Atenas viu a cena e, mesmo não podendo salvar o menino, resgatou o coração do deus.

Mal tinham acabado de consumar o assassínio divino, Zeus apareceu na entrada da caverna, atraído pelo odor de carne assada. O grande deus viu a cena e entendeu o que havia se passado. Pegou um de seus raios e atirou contra os titãs canibais, matando-os.

Zeus estava desolado com a morte do filho, quando a deusa Atenas apareceu e entregou-lhe o coração do deus assassinado. Zeus, então, efetuou a ressurreição, engolindo o coração e dando, ele próprio, à luz seu filho.

E essa é a origem do deus morto e renascido, relatada pelos antigos e celebrada nos mistérios...

Muitas vezes Dionísio era representado na forma animal, principalmente na forma de um touro (ou pelo menos com os seus chifres. Assim, ele era conhecido como "Com Face de Touro", "Com Forma de Touro", "Com Chifres de Touro", "Chifrudo", "Touro". Em seus festivais, acreditava-se que ele aparecia como um touro.

"Venha aqui, Dionísio, ao seu templo sagrado junto ao mar; Venha com as Graças ao seu templo, correndo com seus pés de touro, Oh bom touro, Oh bom touro!"

De acordo com uma versão do mito da morte e renascimento de Dionísio, foi como touro que ele foi despedaçado pelos Titãs, e os habitantes de Creta representavam os sofrimentos e morte de Dionísio despedaçando um touro. Aliás, o ato de matar ritualmente um touro e devorar sua carne era comum aos ritos do deus, e não há dúvidas que quando os seus adoradores faziam esses sacrifícios, acreditavam estar comendo a carne do deus e bebendo seu sangue.

Outro animal cuja forma era assumida por Dionísio era o cabrito. Isso porque para salvá-lo do ódio de Hera, seu pai, Zeus, o transformou nesse animal. E quando os deuses fugiram para o Egito para escapar da fúria de Tifon, Dionísio foi transformado em um bode. Assim, seus adoradores cortavam em pedaços um bode vivo e o devoravam cru, acreditando estar comendo a carne e bebendo o sangue do deus.

No caso do cabrito e do bode, quando o deus passou a ter sua forma humana mais valorizada, a explicação para se sacrificar o animal veio de um mito que narrava que uma vez esse animal havia despedaçado uma vinha, objeto de cuidados especiais do deus. Note que neste caso perdeu-se o sentido de sacrificar o próprio deus, tornando-se um sacrifício para o deus.

Uma vez, quando Dionísio quis navegar de Icaria para Naxos, ele entrou em um navio pirata tirreano. Os piratas, entretanto, ignoravam a identidade do deus, e tencionavam vendê-lo como escravo na Ásia. Quando percebeu que estavam indo para outra direção, Dionísio fez brotar heras pelo navio e transformou o mastro em uma grande serpente. Ouvia-se o som de flautas, e o doce aroma do vinho podia ser sentido por toda a embarcação. Os piratas enlouqueceram, e atirando-se ao mar foram transformados em golfinhos.

Quando Teseu chegou em Creta, contou com a ajuda de Ariadne, filha do rei Minos, que estava apaixonada por ele. Ela concordou em revelar o caminho de saída do labirinto se Teseu a levasse como esposa para Atenas. Ela porém foi abandonada em Naxos por Teseu. Dionísio a encontrou naquela ilha e a tomou como esposa. Após sua morte, Dionísio a conduziu ao Olimpo, e colocou no céu, como estrelas, a guirlanda que Hefesto havia preparado para seu casamento.

Aura, filha do Titã Lelantus e da Oceainida Periboea, era uma caçadora Frígia, aversa ao amor. Um dia quando estava dormindo em um bosque, foi violentada pelo deus, e deu à luz dois gêmeos. Sendo indesejados, assim que seus filhos nasceram, ela matou um deles, e em desespero se atirou no rio Sangarius, sendo transformada por Zeus em uma fonte.

Nicaea era uma ninfa de Astacia, e também era uma caçadora. Hymnus se apaixonou pela ninfa, mas ela ficou furiosa e matou-o. Um dia ela bebeu vinho, e se embebedou, e Dionísio aproveitou a oportunidade para tirar sua virgindade.

Aristaeus descobriu o mel, e muito orgulhoso do seu feito, competiu com Dionísio, dizendo ser o mel maior benção que o vinho. Zeus julgou entre os dois e deu o prêmio à Dionísio.

Hera, certa vez, enlouqueceu Dionísio, e ele chegou a um grande pântano, que não conseguia cruzar. Ele então foi ajudado por dois jumentos, um dos quais o carregou pela água, levando-o ao templo de Zeus. Quando o deus chegou ao santuário foi libertado da loucura, e, sentindo-se grato aos jumentos, os colocou entre as estrelas ( Asellus Borealis e Asellus Australis em Câncer).

Fonte: http://members.fortunecity.com/dionisio4/diohisto.htm

DIONÍSIO (BACO)

Dionísio, ou Baco, para os romanos, era filho de Zeus (Júpiter) e de Semele, fi-lha de Cadmo e Harmonia. Quando a deusa Hera (Juno), esposa de Zeus, descobriu que Semele fora amada por seu marido, encheu-se de ciúmes e induziu a esta a pedir ao amante para que ele se mostrasse a ela em todo o seu esplendor. Atendida nesse desejo, Semele caiu fulminada ao ver o deus dessa forma, e este então recolheu o seu filho ainda informe e o coseu à sua coxa, para que ele aguardasse o momento de nas-cer. Quanto isso aconteceu, a criança foi entregue a Hermes (Mercúrio) para que ele a deixasse com as ninfas de Nisa, que iriam criá-la. Em virtude disso, Dionísio cresceu em meio à natureza selvagem, tendo logo aprendido a plantar e a cultivar a vinha.

Segundo a tradição, Dionísio “triunfou sobre todos os inimigos e todos os perigos a que o expunham as incessantes perseguições de Juno. Mas vencido por tantos aten-tados, terminou por enlouquecer, e tornou-se errante por uma grande parte do mundo”. Nessas andanças ele esteve na ilha de Naxos, onde “consolou e desposou Ariadne, ou Ariana, abandonada por Teseu, e lhe deu a famosa coroa de ouro, obra de Vulcano. Baco foi quem primeiro estabeleceu uma escola de música, e em sua honra deram-se as primeiras representações teatrais”. A mocidade do deus é eterna e por isso ele é comumente representado com a aparência de um jovem risonho e imberbe, segurando em uma das mãos um cacho de uvas ou um chifre em forma de taça, na outra um bastão enfeitado com folhagens e fitas, e vestido com um manto de cor púrpura, que é a mesma do vinho. Os diversos artistas que o retrataram colocam-no algumas vezes sentado em um tonel, outras em um carro puxado por tigres, panteras, ou centauros que tocam lira ou flauta.

De origem estrangeira, Dionísio tornou-se para os gregos o deus do vinho e da vegetação, e seus atributos divinos foram ganhando em complexidade na medida em que o culto que lhe prestavam foi se espalhando por toda a Grécia. As características de sua divindade estavam ligadas ao misticismo religioso, ao êxtase e à embriaguez, e sua figura incluída em numerosas lendas que envolviam Zeus, Apolo e Deméter. Conhecido por diversos nomes, tais como Baco, Brômio, Ditirambo, Zagreu, Sabázio e Évio, Dionísio era representado em suas aventuras sempre seguido por alegre cortejo onde figuravam as divindades Pã, Priapo e Sileno, além de semideuses (sátiros) e sacerdotisas (mênades e bacantes).

Dionísio exerceu entre os gregos uma influência considerável no desenvolvimen-to da sua religião (introduzindo o sentido do mistério); da poesia lírica (transmitindo o sentimento da natureza); e das artes (dando o movimento apaixonado presente nos baixo-relevos dionisíacos). Além do mais, os cultos ao deus também deram origem a diversos gêneros literários, como as poesias órficas (compreendia obras litúrgicas, iniciações, cantos de purificação, discursos sagrados e hinos), o ditirambo (exaltação excessiva de um fato ou das qualidades de uma pessoa) e todo o teatro representado por dramas satíricos, tragédias e comédias.

Em Atenas, as comemorações em honra de Dionísio (Baco) eram realizadas em fevereiro (grandes dionisíacas) e no outono (pequenas dionisíacas), e incluíam concursos de poesia, representações teatrais, corridas e lutas. Já em Roma, onde o deus também era venerado com o nome de Líber, as festas denominavam-se Liberais, e durante seu transcurso as damas romanas “liberavam-se” de seu habitual comportamento prudente e ponderado e aceitavam propostas indecentes, participando ativamente dos procedimentos menos honestas com que a divindade era lembrada. Essa “liberalidade” atingiu tal ponto que no ano 558 a.C. o Senado promulgou um decreto visando coibir o abuso, mas o remédio mostrou-se ineficaz tendo em vista que o costume comprovou ser mais forte que a lei.

Foi no reinado de Padião, filho de Erecteu, rei de Atenas, que Baco, acompa-nhado de Ceres, visitou pela primeira vez a Ática. Esse incidente mitológico tem certa importância na história, para mostrar que na opinião dos atenienses o cultivo da vinha e do trigo foi precedido no país pelo da oliveira, que Minerva lhes ensinara no mesmo instante da fundação da cidade. Baco, chegado, foi à casa de um ateniense chamado Icário, que o recebeu muito bem; como recompensa pela hospitalidade Baco lhe ensinou a maneira de fazer vinho. Icário, fazendo-o, quis que o provassem os camponeses da redondeza, que o acharam delicioso. Mas embriagaram-se completamente, e, julgando que Icário os havia envenenado, atiraram-no a um poço. A visita de Baco a Icário está figurada em vários baixos-relevos.

Tinha Icário uma filha de extrema beleza, chamada Erígone, por quem Baco se apaixonou. A fim de unir-se a ela, metamorfoseou-se em cachos de uvas, e quando a jovem o percebeu sob tal forma, apressou-se em colhê-lo e comê-lo. Foi assim que se tornou esposa do deus, de quem teve um filho chamado Estáfilos, cujo nome significa uva. Foi ele que, mais tarde, ensinou aos homens que, misturando-se água ao divino licor, este não mais produzia a embriaguez.

Certa vez, seu mestre e pai de criação, Sileno, perdeu-se e dias depois quando Midas o levou de volta e disse tê-lo encontrado perdido, Baco concedeu à ele um pedido. Embora entristecido por ele não ter escolhido algo melhor, deu a ele o poder de transformar tudo o que tocasse em ouro. Depois, sendo ele uma divindade benévola, ouve as súplicas do mesmo para que tirasse dele esse poder.

Fonte: fernandodannemann

Nietzsche e a arte dionisíaca

Abaixo se encontram reproduzidos os dois parágrafos finais do capítulo 7 do primeiro livro de Nietzsche, O Nascimento da Tragédia, no qual o filósofo desenvolve seus pensamentos sobre a Estética.

"A convulsão do estado dionisíaco, com a sua destruição das habituais barreiras e limites da existência, contém nomeadamente enquanto dura um elemento letárgico, no qual mergulha toda a vivência pessoal do passado. Assim se apartam, através desta clivagem de esquecimento, o mundo da realidade quotidiana e o da realidade dionisíaca. Mas logo que aquela realidade quotidiana se torna de novo consciente, ela é sentida com asco como tal; uma disposição ascética, negadora da vontade, é o fruto daqueles estados. Neste sentido, o homem dionisíaco assemelha-se a Hamlet: ambos lançaram um olhar verdadeiro para a essência das coisas e eles sentem como ridículo ou humilhante que lhes seja imposta a reordenação de um mundo saído dos eixos. O conhecimento mata o agir, requerendo este um envolvimento pelo véu da ilusão – esta é a lição de Hamlet, não aquela sabedoria barata do João-que-sonha, que não chega a agir por um excesso de reflexão, como se se tratasse de um excedente de possibilidades; não o refletir, não! – o verdadeiro conhecimento, o olhar para dentro da tremenda verdade, torna-se preponderante em relação a qualquer motivo que incite a agir, tanto em Hamlet como no homem dionisíaco. Agora já nenhuma consolação resulta, a nostalgia passa para além de um mundo depois da morte, para além dos próprios deuses; a existência vê-se negada, juntamente com o seu fulgurante reflexo nos deuses ou num Além imortal. Consciente da verdade uma vez contemplada, o ser humano vê então por toda a parte apenas o lado horrível ou absurdo do ser, entendendo agora a dimensão simbólica do destino de Ofélia, reconhecendo agora a sabedoria do deus da floresta Sileno: sente repugnância.
Aqui, neste supremo risco da vontade, aproxima-se a arte, tal feiticeira redentora com poderes curativos: só ela pode transformar aquela idéia de repugnâncias sobre os aspectos horríveis ou absurdos da existência em representações, com as quais se tornara possível viver: estas constituem o sublime, enquanto dominação artística do horrível, e o cômico, enquanto descarga artística da repugnância pelo absurdo. O coro dos sátiros do ditirambo é a ação redentora da arte grega; no mundo mediador destes acompanhantes dionisíacos, esgotam-se aquelas convulsões anteriormente descritas."

Friedrich Nietzsche.

fonte: O Pavão Branco

Zagreu/Dioniso: identidade com Hades

Junito Brandão informa que o mito de Zagreu seria bastante mais antigo do que o do próprio Dioniso, e que teria uma possível origem em Creta de onde, pela similitude, fora absorvido ao do deus orgíaco. Nesta fusão mítica fora transformado, nos cultos órficos, na primeira vida de Dioniso - e feito em filho de Zeus com Perséfone. Após ter sido assassinado pelos Titãs, ressurge de Sêmele.[27]

Analisando a história de Zagreu - espécie de reencarnação de Dioniso (o Baco romano) - Walter Otto narra que Zeus procura reparar a injustiça da morte cruel de Dioniso (morto pelos Titãs, após ter-se transmutado num touro); enquanto sua carne era devorada, Zeus interveio, conseguindo salvar vivo ainda seu coração). O autor ressalta que esta morte o liga ao mundo dos mortos, aos poderes do submundo. Zagreu renasce da mortal Sêmele - entrara no Hades tal como entrará no Olimpo. Esta versão explica, ainda, a afirmação de E. Rohde de que o reino dos mortos fazia parte do reino dionisíaco.[28]

Otto relembra os Hinos Órficos 46 e 53, onde se diz explicitamente que Dioniso dormia na casa de Perséfone e que Hades e Dioniso - por quem as mulheres enlouquecem e ficam enraivecidas - seriam a mesma pessoa. Isto, segundo o autor, pode ser lido em Heráclito, que registara: "...Hades e Dioniso, por quem elas ficam loucas e iradas, são um e o mesmo."[29] e conclui que "Agora podemos entender por que os mortos foram homenageados em vários dos principais festivais de Dioniso"[28][30]

Jean Shinoda Bolen, apreciando o arquétipo feminino de Perséfone, alude que a deusa pode se entregar aos prazeres sexuais. Entre os gregos antigos, ressalta a psiquiatra, havia a crença de que os poderes intoxicantes de Dioniso levava as mulheres ao êxtase sexual, transformando-as em mênades cheias de paixão e delírio. As antigas tradições davam conta de que o deus do vinho passava temporadas em casa da esposa de Hades, ou para lá retornava nos intervalos de suas aparições.[12]

fonte: wikipédia

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Principia Discordia - O Livro de Ouro do Discordianismo


 
[O PRINCIPIA DISCORDIA é o Manifesto Maior do Discordianismo: Leia para saber mais sobre que tipo de maniacos são os Discordianos e para entender menos sobre eles]
[versão para português incompleta.
esta traducao foi feita no ano de 3162, pelo Papa Raymond Lama.
Não revisada, não ampliada e não corrigida.
Repito: esta tradução não está terminada e está cheia de erros. Qualquer dúvida, veja o original. ]
Introducoes a
O Principia Discordia
ou
Como Eu Encontrei a Deusa & O Que Eu Fiz Com Ela
Quando A Encontrei
Onde estão escritas absolutamente todas as coisas que valem a pena saber sobre absolutamente qualquer coisa
Um garrafão de vinho,
Uma perna de carneiro
e Tu!
Ao meu lado,
Assobiando na
escuridão.
Não Vos Percais Entre Preceitos de Ordem…
- O Livro do Útero 1;5
_________________________________________
Alguns trechos de uma entrevista de Malaclipse o Jovem por A GRANDE METROPOLITANA YORBA
LINDA HERALD-NOTÍCIAS-SUN-TRIBUNA-JORNAL-DISPACH-POST E O BOLETIMA DA
CABALA DA SOCIEDADE DISCORDIANA DE SÃO FRANCISCO E REPORTER INTERGALÁTICO &
PAPA POPA.
GRANDE POPA: Você fala realmente sério, ou o quê?
MAL-2: Algumas vezes eu trato o humor seriamente. lgumas vezes eu trato a seriedade
humorísticamente. De qualquer forma é irrelevante.
GP: Talvez você só seja maluco.
M2: Verdade! Mas não rejeite estes ensinamentos como falso só porque eu sou maluco.
A razão pela qual eu sou maluco é porque eles são verdadeiros.
GP: Eris é de verdade?
M2: Tudo é verdadeiro.
GP: Mesmo as coisas falsas?
M2: Mesmo as coisas falsas são verdadeiras.
GP: Mas como pode ser?
M2: Eu não sei cara, não fui eu que fiz.
GP: Por quê você usa tanto as negativas?
M2: Para dissolve-las.
GP: Você poderia explicar isso melhor?
M2: Não.
GP: Há algum sentido especial por trás da POEE?
M2: Há uma história zen sobre um estudante que pediu a um Mestre que
explicasse o significado do Budismo. A resposta do Mestre foi “Três libras de linho.”
GP: Isso é a resposta a minha pergunta?
M2: Não, claro que não. Isso é só ilustrativo. A resposta para a sua
perguna é CINCO TONELADAS DE LINHO!
[ ANIQUILAÇÃO SUSPENSA]
_________________________________________
Principia Discordia
ou
Como Eu Encontrei a Deusa & O Que Eu Fiz Com Ela
Quando A Encontrei
sendo uma Introdução Inicial a
Os Mistérios Erisianos
O Que é O Mais Interessante
-><- p=""> conforme Divinamente revelado para
Minha Alta Reverência MALACLYPSE THE YOUNGER, KSC
Onibenevolente Polipadre da Virgindade em Ouro
e ALTO SACERDOTE de
THE PARATHEO-ANAMETAMYSTIKHOOD OF ERIS ESOTERIC (POEE)
SALVE ERIS!-><- -="" kallisti=""><- disc="" p="" sa="" todos=""> Dedicado À Mais Bela
O Início dos Aplausos com uma mão só
______________________________________________________
- CABALA JOSHUA NORTON -
Surrealistas, Harlequinistas, Absurdistas e Infantaria de Artistas Chapados
POEE
é uma manifestação da
SOCIEDADE DISCORDIANA
sobre a qual
você vai aprender mais
e entender
menos
Nós
somos uma tribo
de filósofos, teólogos,
mágicos, cientistas,
artistas, palhaços,
e maníacos afins
que estão intrigados
com
ÉRIS
DEUSA DA CONFUSÃO
e com
Seus
Afazeres
________________________________________
Eu Digo A Você: Alguém ainda precisa
ter Caos em si mesmo
para dar a luz a uma
estrela dançante!
-Nietzsche
OS CINCO MANDAMENTOS (O PENTARROTO)
O PENTARROTO foi descoberto pelo eremita Apóstolo Zarathud no Quinto
Ano dA Lagarta. Ele os encontrou entalhados em pedra nobre, enquanto
construía uma cobertura para sua caverna, mas sua importância não foi notada
por que eles estavam escritos numa cifra misteriosa. Entretanto, depois de 10 semanas & 11 horas de
intenso exame ele se deu conta que a mensagem podia ser lida se ele se apoiasse
na sua cabeça e a visse de cabeça para baixo.
SAIBA TU DISTO Ó HOMEM DE FÉ!
I- Não há nenhuma Deusa exceto a Deusa e Ela é a Sua deusa. Não há
nenhum Movimento Erisiano a não ser o Movimento Erisiano e ele é O Movimento Erisiano.
E todo Núcleo Da Maçã Dourada* é o lar amado de um Verme Dourado.
[Inglês “Golden Apple Corps”]
II - Um Discordiano Sempre Deve usar o Sistema Discordiano Oficial de
Numeração de Documentos.
III - A um Discordiano é Requerido durante o desabrochar de sua Iluminação que
Saia Sozinho e Coma Prazeirosamente de um Cachorro-Quente numa Sexta Feira;
sendo esta Cerimônia Devocional para Remonstrar contra os Paganismos Populares
desta Época: dos Cristãos Católicos (nada de carne às Sextas Feiras), do Judaismo
(nada de carne de porco), das Pessoas Indianas (nada de carne de Boi), dos Budistas
(nada de carne de animal) e dos Discordianos (nada de Pãezinhos de Cachorro Quente).
IV - Um Discordiano Não deve comer de Pãezinhos de Cachorro Quente, pois Este foi o Consolo
de Nossa deusa quando Ela foi Confrontada com A Esnobada Original.
V - 0.
ASSIM ESTÁ ESCRITO! ASSIM SEJA. SALVE DISCORDIA! PROSSESSORES SERÃO
TRANSGRESSADOS.
Questão teste da Cabala Topanga Escola Das Doze Famosas Mentes de Buda: Se
eles são nossos irmãos, então como não podemos come-los?
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UMA HISTÓRIA ZEN
por Camdem Benares, o Count of Five, Chefe, Cabala Camp Meeker
Um jovem homem sério achou serem confusos os conflitos da América do meio
do Século XX. Ele foi a muitas pessoas procurando uma forma de resolver as dentro
dele as discordias que o aturdiam, mas ele permaneceu aturdido.
Uma noite em uma lanchonete, um Mestre Zen auto-ordenado disse a ele,
“vá para a mansão caindo aos pedaços que você vai encontrar neste endereço que eu escrevi
para você. Não fale com aqueles que vivem lá; você precisa permanecer em silêncio
até que a Lua nasça esta noite. Vá para o grande cômodo a direita do corredor principal,
sente-se na posição de lótus no topo dos escombros no canto nordeste, olhe para o canto,
e medite.”
Ele fez exatamente como o Mestre Zen o instruiu. Sua meditação era
freqüentemente interrompida por preocupações. Ele se preocupava se o resto dos
encanamentos iria cair do banheiro do segundo andar para se juntar aos canos e
demais lixo no qual ele estava sentado, ou não. Ele se preocupava em como ele
iria saber quando a lua se erguesse à noite próxima. Ele se preocupava com o
que as pessoas que andavam pelo cômodo diziam sobre ele.
Suas preocupações e meditações foram perturbadas quando, como se num teste de
sua fé, excrementos cairam do segundo andar sobre ele. Neste momento duas pessoas
entraram na sala. O primeiro perguntou ao segundo quem era o homem que estava
sentado lá. O segundo respondeu “Alguns dizem que ele é um homem santo. Outros
dizem que ele é um cabeça de merda.”
Ouvindo isso, o homem foi iluminado.
___________________________________________________
Western Union Telegram
Para: Jeová Yahweh
As Cuidados de: Hotel Celestial (Suíte nº666)
Bairro Presidencial, Paraíso
CARO DEUS;
ESTE É PARA INFORMAR A VOCÊ QUE SUA POSIÇÃO CORRENTE COMO
DIVINDADE ESTÁ DORAVANTE CANCELADA PT SEU CHEQUE SERÁ
ENVIADO PELO CORREIO PT POR FAVOR NÃO ME USE PARA REFERÊNCIAS
RESPEITOSAMENTE
MALACLYPSE THE YOUNGER/ONIBENEVOLENTE POLIPADRE
ALTO SACERDOTE DA POEE
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10. A Terra treme e os céus chacoalham; as bestas da natureza correm para
se juntar e as nações dos homens correm para se separar; vulcões gospem
calor enquanto em algum outro lugar água vira gelo e derrete; e então em outros dias
apenas chove.
11. Em verdade muitas coisas vêm a acontecer.
LHV; O Livro das Previsões, Cap. 19
O NASCIMENTO DO MOVIMENTO ERISIANO
A Revelação
Um pouco antes da década de 1960, quando a Sputnik era nova e só,
e por volta do tempo em que Ken Kesey teve a sua primeira viagem
com ácido como um voluntário médico, antes dos jornais underground,
Viet Nam, e o papo sobre uma segunda Revolução Americana; na calma
relativa do fim dos anos cinqüenta, justo antes da idéia de RENASCENÇA
se tornar relevante
Dois jovens Californianos, conhecidos mais tarde como Omar Ravenhurst e
Malaclypse o Jovem, se entregavam indulgentemente ao seu costume de
tomar café em um boteco-de-boliche-aberto-a-noite-inteira e resolver por alto
todos os problemas do mundo. Naquela tarde em particular, o
assunto da discussão era discórdia e eles estavam reclamando um
para o outro da confusão pessoal que eles sentiam em suas respectivas
vidas. “Resolva o problema da discórdia,” disse um, “e todos os outros
problemas vão desaparecer.” “É verdade,” disse o outro, “caos e conflito
são as raízes de toda a confusão.”
Primeiro Eu Devo Polvilhar Vocês Com Pó De Fadas
Subitamente o lugar se tornou completamente vazio de luz. Então um silêncio
completo os cobriu, e uma grande estagnação foi sentida. Então veio um
clarão cegante de luz intensa, como se suas próprias psiquês tivessem virado super-novas.
Então a visão retornou.
Os dois estavam pasmados e nenhum se moveu ou falou por vários minutos. Eles
olharam em volta e viram que os jogadores de boliche estavam congelados como
estátuas em uma porção de poses cômicas, e que uma bola de boliche estava
fielmente ancorada ao chão, a poucos centímetros dos pinos os quais ela havia sido
mandada para derrubar. Os dois se entreolharam, totalmente incapazes de explicar o
fenômeno. A situação era de suspensão, e um deles notou que o relógio tinha parado.
Então entrou no lugar um chimpanzé peludo e com o focinho cinza,
apoiando-se em todos os seus cinco pés, e pairou com uma majestade
natural. Ele carregava um pergaminho e andou até os dois jovens.
“Cavalheiros,” ele disse, “porque a Lua de Pickering anda em órbita invertida?
Cavalheiros, há mamilos nos seus peitos; vocês dão leite? E o que, rezem-me,
Cavalheiros, é para ser feito sobre a Lei de Heisenberg?” Ele fez uma pausa.
“ALGUÉM TINHA QUE POR TODA ESSA CONFUSÃO AQUI!”
E com isso ele revelou seu pergaminho. Era um diagrama, como um yin-yang
com um pentágono de um lado e uma maçã no outro. E então ele explodiu
e os dois perderam a consciência.
ÉRIS - Deusa do Caos, Discórdia e Confusão
Eles acordaram com os sons de pinos caindo, e viram os jogadores de boliche
entretidos com seu jogo e a garçonete ocupada em fazer café. Era óbvio que
a experiência deles havia sido particular.
Eles discutiram seu estranho encontro, e reconstruíram de memória o
diagrama do Chimpanzé. Durante os cinco dias seguintes eles pesquisaram em
bibliotecas para encontrar o significado dele, mas eles ficarão desapontados por
descobrirem apenas referências ao Taoísmo, à bandeira Coreana e Tecnocracia.
E apenas quando eles pesquisaram a palavra em Grego na maçã eles descobriram
a antiga Deusa conhecida pelos Gregos como Éris e pelos Romanos como Discórdia.
Isso foi na quinta noite, e quando eles dormiram naquela noite, cada um teve um sonho
vívido de uma mulher esplêndida cujos olhos eram tão macios como penas e tão
profundos como a eternidade encarnada, e cujo corpo era a dança espetacular dos
átomos e dos universos. Pirotécnicas de energia pura formavam seu cabelo esvoaçante,
e arco-íris apareciam e se dissolviam enquanto ela falava numa voz morna e gentil:
Eu vim para dizer a vocês que vocês são livres. Muitas eras atrás, Minha consciência
deixou o homem, que ele deveria se desenvolver sozinho. Eu retorno para encontrar
esse desenvolvimento quase completo, mas obstruído por medo e incompreensão.
Vocês construíram para si próprios armaduras psíquicas, e trancados dentro delas,
sua visão é restrita, seus movimentos são desastrados e dolorosos, sua pele é
machucada, e seu espírito é assado ao sol.
Eu sou caos. Eu sou a substância da qual seus artistas e cientistas constroem
ritmos. Eu sou o espírito com o qual suas crianças e palhaços riem em
anarquia feliz. Eu sou caos. Eu vivo, e Eu digo a vocês que vocês são livres.
Durante os próximos meses eles estudaram filosofias e teologias, e aprenderam
que Éris ou Discórdia era antes temida pelos antigos como sendo desfazedora. Na
verdade, o próprio conceito de caos ainda era considerado equivalente a conflito e
tratado como negativo. “Não é pra menos que as coisas estão todas ferradas no mundo,”
eles concluíram,” eles entenderam tudo ao contrário”. Eles descobriram que o princípio
da desordem era tão enormemente importante quanto o princípio de ordem.
Com isso em mente, eles estudaram o estranho yin-yang. Durante uma meditação
num tarde, uma voz veio a eles:
É chamado o Cao Sagrado. Eu os nomeio seus Guardiões. Ali vocês vão encontrar
qualquer coisa de que gostem. Falem de Mim como discórdia, para contrastar com
o pentágono. Digam a humanidade reprimida que não há regras, a não ser que
eles escolham inventar regras. Guardem com atenção as palavras de Syadasti:
É UM VENTO DOENTE O QUE NÃO EXPLODE NENHUMA MENTE. E lembrem-se que
não há tirania no Estado da Confusão. Para maiores informações, consultem a sua
glândula pineal.
“O que é isso?” perguntou um para o outro, Uma religião baseada na Deusa da
Confusão? É maluquice desvairada!”
E com essas palavras, cada um olhou para o outro em, absolutamente maravilhados.
Omar começou a dar risadinhas. Mal começou a gargalhar. Omar começou a pular
pra cima e pra baixo. Mal estava gargalhando e gritando para bater no inferno todo.
E entre guinchos de alegria e com lágrimas em seus rostos, cada um nomeou
o outro para ser alto sacerdote de sua própria loucura, e juntos eles declararam a
si mesmos serem uma sociedade da Discórdia, para o que quer que aquilo
pudesse vir a ser.
“Há verdades triviais e há grandes verdades. O oposto de
uma verdade trivial é simplesmente falso. O oposto de uma grande verdade
também é verdadeiro.”
- Neils Bohr
“Você sabia que há um milhão de contos escondidos na casa
ao lado ?” “Mas não há nenhuma casa ao lado.” “Não? Então
vamos construir uma!”
-MARX
fnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordfnordf
Momomoto, Japônes Famoso pode engolir o próprio nariz.
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Círculo De Costuras
APOIE A SUA POLÍCIA LOCAL
De São Trinian
O HINO DE BATALHA DA ERISTOCRACIA
por Lorde Omar
[N. do T.
está coisa é música, e está tão cheia de trocadilhos e gírias que
eu me recuso a traduzi-la. A S.B.D. deve criar gingles Discordianos
em português num futuro próximo.
Papa Raymond Lama, K.S.C.]
VERSE
Mine brain has meditated on the spinning of The Chao;
It is hovering o’er the table where the Chiefs of Staff are now
Gathered in discussion of the dropping of The Bomb;
Her Apple Corps is strong!
CHORUS
Grand (and gory) Old Discordja!
Grand (and gory) Old Discordja!
Grand (and gory) Old Discordja!
Her Apple Corps is strong!
VERSE
She was not invited to the party that they held on Limbo Peak;*
So She threw a Golden Apple, ‘sted of turn’d t’other cheek!
O it cracked the Holy Punchbowl and it made the nectar leak;
Her Apple Corps is strong!
* “Limbo Peak” se refere ao Old Limbo Peak (Velho Pico do Limbo), Comumente chamado
pelos Gregos de “Ol’ Limb’ Peak.”
E se um Sócrates quixótico estudasse zen segundo Zorba…?
“A sorte está mudando… o inimigo está sofrendo perdas terríveis”
-Gen. Geo. A. Custer
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Pessoas em Posição de Saber, LTDA
SOBRE ORAÇÕES
A Mal-2 foi perguntado certa vez, por um de seus discípulos, se ele resava
freqüentemente para Eris. Ele respondeu com estas palavras:
Não, nós Erisianos raramente oramos, é muito perigoso. Charles Fort listou
muitas ocorrências verdadeiras de pessoas ignorantes que foram confrontadas com,
digamos, uma seca, e então rezaram com ardor — e conseguiram fazer todo o vilarejo
ser varrido do mapa em uma enchente torrencial.
“Claro que eu sou doido, mas isso não significa que eu esteja errado.
Eu sou louco mas não doente”
(Werewolf Bridge, Robert Anton Wilson)
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14. Limpa a tua bunda com o que está escrito e ri como um idiota do
que é Dito. Tome teu refúgio com teu vinho no Nada por trás de Tudo,
enquanto te apressas pelo Caminho.
O SABIO PÚRPURA
LHV; O Livro das Previsões, Cap. 19
Céu é embaixo. Inferno é em cima.
Isso é provado pelo fato
de que planetas e estrelas
são ordeiros em seus
movimentos,
enquanto abaixo na terra
nos chegamos perto do
caos primordial.
Há mais quatro outras
provas,
mas Eu as esqueço
-Josh the Dill
Cabala King Kong
IGNOTUM PER IGNOTIUS
O significado disto é desconhecido
EU TENHO A CRENÇA INABALÁVEL DE QUE É UM ERRO
TER CRENÇAS INABALÁVEIS
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Os Gregos Clássicos não foram influenciados pelos Gregos Clássicos.
NÃO CIRCULAR!
O Que Nós Sabemos Sobre ÉRIS (não muito)
Os Romanos deixaram uma imagem dela para a posteridade — Ela
era mostrada coma uma mulher grotesca com uma aparência pálida e
cadavérica, Seus olhos em chamas, Suas vestimentas furadas e rasgadas,
e escondendo uma adaga em seu seio. Na verdade, a maior parte das
mulheres parece pálida e cadavérica quando estão escondendo uma adaga
fria em seus seios.
Sua genealogia é dos Gregos e é realmente confusa. Ou Ela era gêmea de
Ares e filha de Zeus e Hera; ou Ela era a filha de Nyx, deusa da noite (que era
ou a filha ou a esposa de Caos, ou as duas coisas), e do irmão de Nyx, Erebus, e cujos
irmãos e irmãs incluem Morte, Destino, Zombaria e Amizade. E ela deu a luz ao
Perdão, Briga, Mentira e um monte de deuses e deusas como estes.
Um dia, Mal-2 consultou sua Glândula Pineal* e perguntou a Eris se Ela
realmente havia criado todas aquelas coisas terríveis. Ela lhe contou que
sempre havia gostado dos Antigos Gregos, mas que não se podia confiar
neles para questões históricas. “Eles eram,” Ela continuou, “vítimas de
indigestão, você sabe.”
É suficiente dizer que Éris não tem ódio ou malícia. Mas Ela é
travessa, e fica um pouco mau humorada as vezes.
*A GLÂNDULA PINEAL é onde cada um de nós pode falar com Éris. Se você
tiver problemas para ativar sua Pineal, então tente o apêndice que faz quase a mesma
coisa. Referência: DOGMA I, METAFÍSICA Nº3, “A endoutrina da Glândula Pineal”
DIRVIT AEDIFICAT MVTAT QVADRATA ROTVNDVS
-Horácio
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A HISTÓRIA DE DENTRO!
A Lei dos Cincos
A Lei dos Cincos é um dos mais antigos Mistérios Erisianos. Ela foi
revelada primeiramente para o Bom Lorde Omar e é uma das grandes
contribuições que vieram de O Templo Escondido do Jesus Feliz.
A POEE aceita a Lei dos Cincos do Secto de Omar. E a POEE também
reconhece o sagrado 23 (2+3=5) que foi incorporado pelo Epíscopo Dr.
Mordecai Malignatus, KNS, em seu secto Discordiano, Os Antigos
Mestres Iluminados da Bavária (AISB).
A Lei dos Cincos diz simplesmente que: TODAS AS COISAS ACONTECEM EM CINCOS, OU SÃO
DIVISÍVEIS POR OU SÃO MÚLTIPLOS DE CINCO, OU ESTÃO DE ALGUMA FORMA DIRETA
OU INDIRETAMANTE RELACIONADAS A 5.
A Lei dos Cincos nunca está errada.
Nos Arquivos Erisianos existe um antigo memorando de Omar para Mal-2:
“Eu descubro que a Lei dos Cincos é mais é mais manifesta conforme eu presto mais atenção.”
Por favor não use este
documento como papel higiênico
o Nagas of Upper Burma diz que Sol
brilha de dia porque, sendo uma mulher, ela
tem medo de se aventurar fora a noite.
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“Você vai descobrir que o Estado é o tipo de ORGANIZAÇÃO que,
embora faça as grandes coisas de um jeito ruim, faz as coisas pequenas de um jeito ruim também.”
- John Keneth Gralbraith
O MITO DA MAÇÃ DA DISCÓRDIA
Parece que Zeus estava preparando um banquete de casamento para Peleus e Thetis e
não queria convidar Éris por causa de sua reputação como encrenqueira.*
Isso deixou Éris pê da vida, e então Ela fez uma mação de ouro puro** e
escreveu na mesma KALLISTI (“Para A Mais Bela”) e no dia da festa
Ela a rolou para dentro da sala do banquete então saiu para ficar só e
comer prazeirosamente um cachorro quente.
Então, três das deusas convidadas***, Atenas, Hera e Afrodite, clamou
imediatamente, em separado, que a maçã pertencia a ela por causa da inscrição. E
elas começaram a brigar, e começaram a se empurrar por todo o lugar e por cima
de tudo.
Finalmente Zeus acalmou as coisas e declarou que um árbitro precisava ser
escolhido, o que era uma sugestão razoável, e todas concordaram. Ele mandou
então a um pastor de Tróia, cujo nome era Páris porque sua mãe tinha
um monte de atrativos e tinha se casado com um Francês; mas cada uma das manhosas deusas
tentou ser mais esperta que as outras indo falar antes com Páris e lhe oferecendo um suborno.
Atenas lhe ofereceu Vitórias Heróicas em Guerra, Hera lhe ofereceu uma Enorme Fortuna, e
Afrodite lhe ofereceu a Mulher Mais Bela da Terra. Sendo um cara jovem de Tróia, Páris de pronto
aceitou o suborno de Afrodite, e ela ganhou a maçã, e ele ganhou uma bomba.
Como ela havia prometido, ela manipulou os acontecimentos terrestres de forma que Páris pudesse
ter Helena (a Helena), que então vivia com seu marido Menelaus, Rei de Esparta. De qualquer forma,
todos sabem que se seguiu a Guerra de Tróia, quando Esparta quis a sua rainha de volta e que diz-se que
a Guerra de Tróia foi A Primeira Guerra entre os homens.
E por isso nós sofremos por causa da Esnobada Original. E por isso um Discordiano Não deve
comer Pãezinhos de Cachorro Quente.
Você acredita nisso?
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* Isso é chamado de A DOUTRINA DA ESNOBADA ORIGINAL
** Há uma discordância histórica em relação a se a maçã era
de ouro metálico ou acapulco.
*** Na verdade haviam 5 deusas, mas os gregos ainda não conheciam a
Lei dos Cincos
Lembra-te:
King
Kong
Morreu pelos
teus pecados
Ho Chi Zen
é
King Cong
5. Uma Era de Confusão, ou uma Era Antiga, é uma era na qual A História
Como Nós A Conhecemos começa a se desdobrar, na qual O Que Quer Que
Esteja Vindo emerge em Forma Corpórea, mais ou menos, e tais tempos são
Eras de Desequilíbrio Equilibrado, ou Equilíbrio Desequilibrado.
6. Uma Era de Burocracia é uma era Imperial na qual as Coisas Amadurecem,
na qual a Confusão se estabiliza e durante a qual o Equilíbrio Equilibrado, ou
Estagnação, é alcançada.
7. Uma Era de Desordem ou Consequências é um Período Apocalíptico de Transição
de volta ao Caos através do Véu do Esquecimento pelo qual a Era passa,
finalmente. Estas são Eras de Desequilíbrio Desequilibrado.
LHV; O Livro do Útero, Cap. 3
_____________________________________________________
Você Se Lembra? 1. Crianças bem educadas sempre se lembram de que uma
Igreja é ___ __________ de ________.
Um Hino Erisiano
pelo Rev. Dr. Mungojerry Grindlebone, KOB
Epíscopo, THE RAYVILLE APPLE PANTHERS
Avante Soldados Cristãos,
Avante Monges Budistas.
Avante, Frutos do Islã,
Lutem até que morram.
Lutem suas pequenas batalhas.
Juntem-se na pior das brigas,
Para a Glória Maior,
de Dis-cór-dia.
Yah, yah, yah,
yah, yah, yah, yah,
Blfffffffffft!
Sr. Momomoto, o famoso Japônes que pode engolir o próprio nariz foi denunciado.
Foi revelado recentemente que era o irmão do Sr. Momomoto quem estava fazendo
toda essa engolição de nariz.
Heute Die Welt
Morgens das Sonnensystem!
Abádia da relíquia Bárbara
__________________________________________
Proclamação Oficial
MATRIZ DESORGANIZACIONAL DA POEE
* V) A Casa do Apóstolo de ÉRIS para a Eristocracia e a Cabalablia
o A. Os Cinco Apóstolos de ÉRIS
o B. Os Núcleos da Maçã Dourada (KSC)
o C. Epíscopos dA Sociedade Discordiana
o D. Sacerdotes de cabalas da POEE
o E. Santos, Avatares Erisianos, e Personagens Afins
* IV) A Casa do Podge Nascente para os Discípulos de Discórdia
o A. Escritório de Minha Altíssima Reverência, o Polipadre
o B. Concilio de sacerdotes da POEE
o C. A LEGIÃO DE DISCÓRDIA DINÂMICA
o D. Avatares Erísticos
o E. Avatares Anerísticos
* III) A Casa do Hodge nascente Para a Burocracia
o A. A Agência de Arquivos Erisianos
o B. A Agência de Epistolaria da POEE, e A Divisão de Dogmas
o C. A Agência de Símbolos, Emblemas, certificados e Afins
o D. A Agência de Negócios Erísticos, e A Administração para A
Horda Erística Não Iluminada
o E. A Agência de Negócios Anerísticos, e a Administração para as
Ordens de Discórdia
* II) A Casa do Colapso Nascente Para o Encorajamento da Liberação da
Liberdade, e/ou Desencorajamento da Imanentização do Escaton
o A. A Brisa da Sabedoria e/ou O Vento da Insanidade
o B. A Brisa da integridade e/ou O Vento da Arrogância
o C. A Brisa da Beleza e/ou O Vento dos Ultrajes
o D. A Brisa do Amor e/ou O Vento do Bombástico
o E. A Brisa da Risada e/ou O Vento da Abobrinha
* I) A Casa Fora Para o que sobrou
o A. Avatares Miscelâneos
o B. A Quinta Coluna
o C. POEE =PAPAS= em toda parte
o D. Gaveta “F” para FORA DO ARQUIVO
o E. Documentos Perdidos e Verdades Esquecidas
-><- -="" br="" oficial="" poee="">Templo Mestre, São Francisco
CASA DO PODGE NASCENTE
Agência de Epistolaria da POEE
________________________________________________
= A MÃO DE CINCO DEDOS DE ÉRIS =
O símbolo oficial da POEE está ilustrado aqui. Ele pode ser este, ou qualquer
dispositivo similar para representar DUAS FLECHAS OPOSTAS CONVERGINDO PARA UM
PONTO COMUM. Ele pode ser vertical, horizontal, ou qualquer outra coisa, e ele pode ser
tão elaborado ou simplificado quando se queira.
O nome esotérico para este símbolo é A MÃO DE CINCO DEDOS DE ÉRIS,
comumente encurtado para A MÃO.
\ /
——-><——-
/ \
NOTA: Na tradição da magia ocidental, o \/ é usado para simbolizar chifres,
especialmente os chifres de Satã ou de bestas diabólicas. A Mão de Cinco
Dedos de Éris, entretanto, não pretende ser tomada como satânica, por que
os “chifres” estão apoiados por um outro conjunto de “chifres” invertidos.
Ou talvez sejam cascos de morsa. Para dizer a verdade, eu não sei o que eles são.
“O Surrealismo objetiva a transformação total da mente e tudo que se
liga a ela.”
-Breton
_________________________________________________
-><- -="" poee=""><- br="">POEE (pronuciada “POUII”) é uma sigla para The PARATHEO-ANAMETAMYSTIKHOOD OF
ERIS ESOTERIC (“Parateo-Anametamisticidade De Éris Esotérica - PDEE”). A Primeira parte
pode significar “Equivalente a divindade, reversão além-mística.” Nós não somos esotéricos de verdade,
é só que ninguém presta muita atenção em nós.
MINHA ALTA REVERÊNCIA MALACLYPSE O JOVEM, AB, DD, KSC, é o Alto Sacerdote
da POEE, e a POEE é baseada em revelações episcopais dA Deusa. Ele é
chamado [O Onibenevolente Polipadre da Virgindade em Ouro].
O TEMPLO MESTRE DA POEE é a Cabala Joshua Norton dA Sociedade Discordiana,
que se localiza na glândula Pineal de Mal-2 e pode ser encontrado por localizar-se
temporal e espacialmente o restante de Mal-2.
POEE não tem nenhum tesouro, nenhuma lei, nenhum artigo, nenhum guia exceto a
glândula pineal de Mal-2, e tem apenas um escrúpulo — o qual Mal-2 guarda no seu molho
de chaves.
POEE não se registrou, incorporou, ou de qualquer outra forma foi autorizada pelo
Estado, e por isso, o Estado não reconhece POEE ou as Ordenações da POEE,
o que é apenas justo, porque POEE não reconhece o Estado.
POEE tem 5 GRAUS:
Há o Neófito, ou DISCÍPULO LEGIONÁRIO.
O DÍACONO LEGIONÁRIO, que está pegando o jeito.
Um SACERDOTE/SACERDOTIZA ordenado por POEE ou um CHAPLIN.
O ALTO SACERDOTE, o Polipadre.
E =PAPA= POEE.
DISCÍPULOS LEGIONÁRIOS são autorizados a iniciar
terceiros como Legionários da Sociedade Discordiana. SACERDOTES escolhem
seus próprios DÍACONOS. O Polipadre ordena os sacerdotes. Eu não sei sobre os =PAPAS=.
“Este livro é como um espelho. Quando um macaco olha para dentro,
nenhum apóstolo olha para fora.”
-Lichtenberg
_______________________________________________
Formulário Para Inscrição de Membro
no movimento Erisiano da SOCIEDADE DISCORDIANA
1. Data de hoje : ________ Data de Ontem:_______
2. Objetivo deste formulário— Inscrição para: a.( ) Legião de Discórdia Dinâmica
b.( ) POEE c.( ) Bavarian Illuminati d.( ) Todas as Anteriores e.( ) Nenhuma das
Anteriores f.( ) Outro — SEJA ESPECÍFICO! : __________________
3. Nome: __________________________ Nome Sagrado:_______________________
Endereço___________________________________________________________
(se for temporário, também de um endereço no qual cartas possam ser passadas a você)
4. Descrição: Nascido: ( )Sim ( )Não Olhos: ( )2 ( )Outro Altura:
Peso Liq. _____ Kg Última vez que você cortou os cabelos: ______ Motivo:________________
raça: ( )Cavalo ( )Humano
Q.I. : ( ).150-200 ( ).200-250 ( ).250-300 Mais de ( ).300
5. Histórico: Educação - última série completada: 1 2 3 4 5 6 acima da 6ª
Profissional: Num outro pedaço de papel, lista todos os empregos desde 1937
dos quais você foi despedido. Médico: Numa folha separada com o título
“confidencial”, liste todos os grandes episódios psiquicos-psicóticos que
você experimentou nas últimas 24 horas.
6. Questões de pegadinha para estabelecer traços da personalidade :
Eu preferiria: a. Morar ao ar livre b. Tocar num grupo de rock
C. Comer lagartas. Eu tenho tatuagens obscenas porquê _________
Eu parei de violentar criancinhas ( ).Sim ( ).Não — Motivo _____________
7. Auto Retrato:



Rev. Mungo
Somente para uso do escritório — ( ).Aceito ( ).Rejeitado ( ).Queimado
LAMBA AQUI!!
*
(Você pode ser um
dos 25 sortudos)
~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~ ~~~ ~~~~~~~ ~~~~~~~~~
-><- p=""> POEE & Seus Sacerdotes
Se você gosta do Erisianismo conforme ele é apresentado por Mal-2, então você pode querer
formar a sua própria CABALA da POEE, como um SACERDOTE da POEE, e você pode
fazer um monte de Coisas Sacerdotais da POEE. Uma “Cabala da POEE” é exatamente o
que você pensa que ela é.
O Alto Sacerdote não faz nenhum pedido aos seus Sacerdotes, embora ele na verdade espere
boa vontade deles. O Escritório do Polipadre é ponto, não para ensinar. De vez em quando, ele
até escuta.
Se por acaso você achar que as suas próprias revelações dA Deusa se tornaram
substancialmente diferentes das revelações de Mal-2, então talvez A Deusa tenha
planos para você como um Epíscopo, e você deve considerar a criação de seu
próprio secto a partir do rascunho, sem impedimentos. Epíscopos não estão competindo
entre si, eles são todos sacerdotes da POEE de qualquer forma (tão logo eu os encontre).
O ponto é que Epíscopos estão desenvolvendo caminhos separados para o topo da
montanha Erisiana. Veja a seção “Sociedade Discordiana”
ORDENAÇÃO COMO UM SACERDOTE DA POEE
Não há qualificações particulares para Ordenação porque se você quer ser
um Sacerdote da POEE então você indubitável necessariamente se qualifica. Quem
poderia saber melhor que você se você dever ou não ser Ordenado?
Um SACERDOTE ou SACERDOTIZA da POEE ORDENADO é definido como
“alguém que tem um Certificado de Ordenação do Escritório do Polipadre.”
Procure no Cao se queres ser sábio E encontra deleite na
Grande Surpresa dEla! Olhe dentro do Cao se desejas saber
O Que há num Cao e porque não é assim! (LHV; O Livro do
Conselho 1:1)
________________________________________________________
Boutique do Conselho Mundial de Igrejas
Nota para Sacerdotes da POEE
O Polipadre quer lembrar a todos os Erisianos que a POEE não foi concebida
como um empreendimento comercial, e que a vocês é pedido que mantenham a
calma quando procurarem fundos para cabalas da POEE ou quando estiverem
espalhando a Palavra da POEE pelo mercado.
A rocha Escondida amadurece rápido, então deitada simples como um nabo
pode facilmente ser cortada enfim mas mesmo então o perigo não passou.
Vive melhor o homem que se digna viver meio louco, meio são.
- Jan van Stijevoort, Poeta Flemishiano, 1524
A Afirmação Erisiana
ANTE A DEUSA ÉRIS, EU (nome ou nome sagrado), doravante me declaro um
IRMÃO DA POEE da LEGIÃO DA DISCÓRDIA DINÂMICA. SALVE SALVE SALVE SALVE SALVE
ÉRIS ÉRIS ÉRIS ÉRIS ÉRIS TODOS SAÚDAM DISCÓRDIA!
o Oficial da POEE presidente (se houver algum) responde:
TODOS SAÚDAM DISCÓRDIA!
Encontre a deusa Éris
Na sua Glândula Pineal
POEE
Par Diversos Deuses
Os Mortais se curvam,
Vaca Sagrada, e
Cao Completo
- Rev. Dr. Grindlebone
cabala Monroe
“senso comum é o que te diz que o mundo é chato”
____________________________________
Este é São Gulik. Ele é o Mensageiro da Deusa. Uma era diferente da nossa
o chamou de Hermes. Muitas pessoas o chamaram de muitos nomes. Ele é uma Barata.
______________________________________
Legião de Discórdia Dinâmica
OUVI ATENTAMENTE
RECONHECE que —- SOCIEDADE DISCORDIANA — certifica aqui
Como um Legionário
Glória a Nós Crianças de ÉRIS
Apresentados sob os auspícios
de nossa Senhora da Discórdia, ÉRIS
pela Casa dos Apóstolos de ÉRIS
-><- br="">_____________________________
COMO COMEÇAR UMA CABALA DA POEE SEM SE METER COM O POLIPADRE
Se você não puder encontrar o Polipadre, ou tendo-o encontrado, não quer ter nada a
ver com ele, você ainda está autorizado a formar a sua CABALA da POEE e a fazer
Coisas Sacerdotais, usando o Principia Discordia como um guia. Seu Posto Oficial será
de um CAPLIN da POEE para a LEGIÃO DE DISCÓRDIA DINÂMICA, que é exatamente
a mesma coisa que um SACERDOTE da POEE, exceto que você não tem um Certificado de
Ordenação. As palavras que você está lendo agora são a sua ordenação.
COMO SE TORNAR UM CHAPLIN DA POEE
1. Escreva a AFIRMAÇÃO ERISIANA em cinco vias.
2. Assine e carimbe com o nariz cada cópia.
3. Mande uma para o Presidente dos Estados Unidos.
4. Mande uma para
The California State Bureau of Furniture and Bedding
1021 ‘D’ Street, Sacramento, CA 94814, EUA
5. Pregue uma a um poste telefônico. esconda uma. E queime a outra. Então
consulte a sua glândula pineal.
General License was Sgt. Pepper’s Commander
~~ ANTIGO SLOGAN DA POEE ~~
Quando estiver em Dúvida, que se Dane.
Quando não estiver em Dúvida… fique em Dúvida!
_______________________________________________
Viagem 5!
= O Rito batismal da POEE =
este Rito de Mistério não é requerido para iniciação, mas está aqui por muitos
Sacerdotes da POEE para Proletizar quem desejar uma cerimônia formal.
1) Os Sacerdotes e quatro irmãos se arranjam num pentágono com o
Iniciante no centro, voltado para os Sacerdotes. Se possível, os Irmãos
a direita e esquerda imediatas do Sacerdote devem ser Diáconos. O
Iniciante deve estar totalmente nu, para demonstrar que ele é realmente um
ser humano, e não algo disfarçado de gente, como um repolho ou
alguma coisa parecida.
2) Todas as pessoas na audiência e no pentágono, com exceção do Sacerdote,
se agacham e tornam a ficar de pé. Isso é repetido mais quatro vezes. Essa dança
simboliza a humildade de nós Erisianos
3) O Sacerdote começa: Eu, (Nome Sagrado completo, com Títulos Místicos, e graus,
designações, escrituras, etc…), Sacerdote Ordenado da Paratheo-anametamystikhood Of
Eris Esoteric, com a Autoridade investida e mim pelo Alto Sacerdote da Mesma, Escritório do
Polipadre, pela Casa do Podge Nascente e pelo Templo Chefe da POEE; demando agora de Ti:
TU ÉS UM SER HUMANO E NÃO UM REPOLHO OU ALGUMA OUTRA COISA?
O Iniciante responde SIM.
ISSO É MUITO MAU. TU QUERES TE MELHORAR?
O Iniciante responde SIM.
QUE ESTÚPIDO. TÚ DESEJAS SE TORNAR FILOSOFICAMENTE ILUMINIZADO?
Ele responde SIM.
MUITO ENGRAÇADO. TU VAIS TE DEDICAR AO SAEGRADO MOVIMENTO ERISIANO?
O inicante responde PROVAVELMENTE.
ENTÃO JURES ME ACOMPANHANDO:
(Aqui o Sacerdote guia o Inicante em um recital da AFIRMAÇÃO ERISIANA)
O Sacerdote continua: ENTÃO EU PROCLAMO AGORA A TI COMO O DISCÍPULO (nome) DA POEE,
LEGIONÁRIO DA LEGIÃODE DISCÓRDIA DINÂMICA. SALVE ERIS! SALVE SALVE! SALVE SIM!
4) Todos os presentes comemoram ruidosamente. O novo Irmão abre um grande garrafão de vinho
e oferece do mesmo para todos que estão presentes.
5) A cerimônia geralmente degenera.
Mord diz que Omar diz que nós somos todos unicórnios de qualquer jeito.
NÃO PUXE A PONTA AMARELA
3. E pensar que quando Omar pediu ao Lixeiro, em palavras que eram ao mesmo
tempo doces e mordazes, para entregar de volta a caixa de cigarro contendo as cartas
designadas pelo Anjo como sendo O Livro Honesto da Verdade, o Lixeiro era pra ele
como uma pessoa que parecia ter sido martelada até ficar surda, dizendo apenas:
“É contra as regra, cê sabe.”
LHV; O Livro das Explicações, cap. 2
Respostas:
1. Harry Houdini
2. Música Swing
3. Palitinhos Chips
4. 8 meses
5. Testy Culbert
6. Ele protubera.
7. Sem cordas vocais.
____________________________________
A JURA DE MISTÉRIO DA POEE
O Iniciante jura o seguinte:
COCÔ VOADOR DE BEBÊ!!!!!
(Irmãos do secto dos Antigos Mestres Iluminados da Bavária podem querer
substituir pelo Alemão:
FLIEGENDE KINDERSCHEISSE!
ou talvez
WIECZNY KWIAT WTADZA!!!!! que é Ewige Blumemkraft em Polonês.)
A RECENTE DENÚNCIA DE QUE O SR. MOMOMOTO, JAPÔNES FAMOSO
QUE PODE ENGOLIR O PRÓPRIO NARIZ, NÃO PODE ENGOLIR O NARIZ MAS
SEU IRMÃO PODE, FOI DENUNCIADA! É O SR. MOMOMOTO QUE PODE
ENGOLIR O PRÓPRIO NARIZ. ELE ENGOLIU SEU IRMÃO NO VERÃO DE ‘44.
Correções a cópia da semana passada: Johnny Sample é o cornerback ofensivo
dos New York Jets, não o Fullback como dito. O nome de Bobby Tolan não é Randy,
mas lama. Todo o poder para as pessoas, e banam a porra da bomba.
“Esta frase é falsa.”
(Cortesia da POEE)
_________________________________________________
DOIS IGUAIS NUNCA SÃO O MESMO!
A SOCIEDADE DISCORDIANA
A Sociedade Discordiana não tem definição.
Algumas vezes eu penso nela como uma desorganização de Fanáticos de Éris. Ela
já foi chamada como um teatro mental de um guerrilheiro. O Epíscopo Randomfactor,
Diretor de Expurgos do secto Movimento Subterrâneo de Nossas Pessoas em Larchmont, prefere
“A Maior Associação do Mundo de O-Que-Quer-Que-Seja-Que-Nós-Somos.” A Senhora Mal pensa
nela como um THINK TANK RENASCENTISTA. Fang o Não-lavado, WKC, não diz. Você pode pensar
nela de qualquer jeito que você queira.
UM EPÍSCOPO DA SOCIEDADE DISCORDIANA é alguém que prefere autonomia total,
e cria seu próprio secto Discordiano conforme A Deusa o guia. Ela fala por si mesmo e por
aqueles que dizem que ele gostam do que ele diz.
A LEGIÃO DE DISCÓRDIA DINÂMICA: Um Legionário da Sociedade discordiana é alguém
que prefere não criar o seu próprio secto.
Se você deseja ingressar na Sociedade Discordiana então declare a si mesmo que você quer
faça o que você gosta e conte a nós sobre essas coisas ou se você preferir não conte.
Não há regras em lugar algum.
A Deusa Prevalece.
Alguns Epíscopos
tem uma cabala de um homem só.
Alguns trabalham juntos.
Alguns nunca explicam.
_____
Quando eu chego ao fundo eu vou de volta para o topo
do escorregão onde eu parei e eu viro e eu vou
dar uma volta, então eu chego ao findo e eu vejo
você de novo! Helter Skelter!
-John Lennon
“Todo mundo que eu conheço que está certo sempre concorda
COMIGO” - Rev. Senhora Mal
__________________________________________
O NÚCLEO DA MAÇÃ DOURADA
O Núcleo da Maçã Dourada (Golden Apple Corps)* é uma posição honorária para os
Guardiães do Cao Sagrado (Keepers of the Sacred Chao), de forma
que eles possam por as letras “KSC” depois de seus nomes.
Ela diz pouco, faz menos, significa nada.
* Não confundir com The Apple Corps Ltd. daqueles quatro cantores. Nós
pensamos nisso primeiro.
- O sinal do Numeral V -
Usado por antigos Discordianos romanos, Illuminatus Churchill e Hippies
inocentes em todo lugar.
_____________________________________________________
CONVERSOR PERPÉTUO DE DATAS DO CALENDÁRIO GREGORIANO PARA POEE
Estações
1. Caos - Patronomo Apóstolo Hung Mung
2. Discordia - Patronomo Apóstolo Dr. Van Van Mojo
3. Confusão - Patronomo Apóstolo Sri Syadasti
4. Burocracia - Patronomo Apóstolo Zarathud
5. As Consequências - Patronomo Apóstolo Malaclypse, O Antigo
Dias da Semana*
1. Docemanhã
2. Horadobum
3. Diapicante
4. Espinho-Espinho
5. Laranja Poente
(* Os dias da semana são nomeados com base nos cinco Elementos Básicos : doce, bum,
picante, espinho e laranja)
FERIADOS
A) FERIADOS DOS APÓSTOLOS B)FERIADOS DAS ESTAÇÕES
1)Mungday 1)Caoflux
2)Mojoday 2)Discoflux
3)Syaday 3)Confuflux
4)Zaraday 4)Bureflux
5)Maladay 5) Afflux
Cada um ocorre no 5º dia Cada um ocorre no 50º dia de cada estação
da Estação
C) DIA DE SÃO TIBY - ocorre uma vez a cada 4 anos (1+4=5) e é inserido entre
o 59º e o 60º dias da estação do Caos
DM HB DP EE LP DM HB DP EE LP
— — — — — — — — — —
Jan 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Cao Jul 5 6 7 8 9 40 41 42 43 44 Cfn
6 7 8 9 10 6 7 8 9 10 10 11 12 13 14 45 46 47 48 49
11 12 13 14 15 11 12 13 14 15 15 16 17 18 19 50 51 52 53 54
16 17 18 19 20 16 17 18 19 20 20 21 22 23 24 55 56 57 58 59
21 22 23 24 25 21 22 23 24 25 25 26 27 28 29 60 61 62 63 64
26 27 28 29 30 26 27 28 29 30 30 31 1 2 3 65 66 67 68 69
31 1 2 3 4 31 32 33 34 35 Ago 4 5 6 7 8 70 71 72 73 1 Bci
Fev 5 6 7 8 9 36 37 38 39 40 9 10 11 12 13 2 3 4 5 6
10 11 12 13 14 41 42 43 44 45 14 15 16 17 18 7 8 9 10 11
15 16 17 18 19 46 47 48 49 50 19 20 21 22 23 12 13 14 15 16
20 21 22 23 24 51 52 53 54 55 24 25 26 27 28 17 18 19 20 21
25 26 27 28* 1 56 57 58 59 60 29 30 31 1 2 22 23 24 25 26
Mar 2 3 4 5 6 61 62 63 64 65 Set 3 4 5 6 7 27 28 29 30 31
7 8 9 10 11 66 67 68 69 70 8 9 10 11 12 32 33 34 35 36
12 13 14 15 16 71 72 73 1 2 Dsc 13 14 15 16 17 37 38 39 40 41
17 18 19 20 21 3 4 5 6 7 18 19 20 21 22 42 43 44 45 46
22 23 24 25 26 8 9 10 11 12 23 24 25 26 27 47 48 49 50 51
27 28 29 30 31 13 14 15 16 17 28 29 30 1 2 52 53 54 55 56
Apr 1 2 3 4 5 18 19 20 21 22 Out 3 4 5 6 7 57 58 59 60 61
6 7 8 9 10 23 24 25 26 27 8 9 10 11 12 62 63 64 65 66
11 12 13 14 15 28 29 30 31 32 13 14 15 16 17 67 68 69 70 71
16 17 18 19 20 33 34 35 36 37 18 19 20 21 22 72 73 1 2 3 Con
21 22 23 24 25 38 39 40 41 42 23 24 25 26 27 4 5 6 7 8
26 27 28 29 30 43 44 45 46 47 28 29 30 31 1 9 10 11 12 13
Mai 1 2 3 4 5 48 49 50 51 52 Nov 2 3 4 5 6 14 15 16 17 18
6 7 8 9 10 53 54 55 56 57 7 8 9 10 11 19 20 21 22 23
11 12 13 14 15 58 59 60 61 62 12 13 14 15 16 24 25 26 27 28
16 17 18 19 20 63 64 65 66 67 17 18 19 20 21 29 30 31 32 33
21 22 23 24 25 68 69 70 71 72 22 23 24 25 26 34 35 36 37 38
26 27 28 29 30 73 1 2 3 4 Cfn 27 28 29 30 1 39 40 41 42 43
31 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Dez 2 3 4 5 6 44 45 46 47 48
Jun 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 7 8 9 10 11 49 50 51 52 53
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 12 13 14 15 16 54 55 56 57 58
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 17 18 19 20 21 59 60 61 62 63
20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 22 23 24 25 26 64 65 66 67 68
25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 27 28 29 30 31 69 70 71 72 73
30 1 2 3 4 35 36 37 38 39 [1991 = 3157] [Next St. Tibs Day in 3158]
___________________________________________________
NOMES SAGRADOS
Discordianos tem a tradição de assumir NOMES SAGRADOS. Isso não
é exclusivo do Erisianismo, claro. Eu suponho que o Papa Paulo seja o filho
do Sr. e da Sra. VI?
E também tem TÍTULOS DE IMPORTÂNCIA MÍSTICA.
Por favor quem quer que tenha roubado a pornografia do Irmão Reverendo Margoun, devolva-a.
[Cartao de papa traduzido pelo reverendo Geraldo]
[Parabola do Chá Amargo traduzida pelo reverendo Geraldo]
[Sermão sobre Ética e Amor traduzido pelo reverendo Geraldo]
[Capítulo 5 traduzido pelo Reverendo Geraldo]
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Ei Cara…Valeu!Eu me sinto patético, do jeito que meu velho fica quando ele está bêbado.
O LIVRO HONESTO DA VERDADE
sendo uma BÍBLIA do Movimento Erisiano
O Epíscopo LORDE OMAR KHAYYAM RAVENHURST, KSC; Bull Goose do Limbo; e Mestre
Pastor da Igreja Invisível do Cristo Gargalhante. Templo Secreto do Jesus Feliz, Rancho do
Buda Jesus Gargalhante [LBJ]
Do Livro Honesto da Verdade, O LIVRO DAS EXPLICAÇÕES, Capítulo 1
1. E veio um dia ao Lorde Omar, Bull Goose do Limbo, um Mensageiro de
Nossa Senhora que disse a ele sobre uma Colina Sagrada onde estava enterrado
um Livro Honesto.
2. E o Anjo de Éris disse ao Lorde: Vá tu portanto, e cava a Verdade,
para que Tu venha a conhece-la e, conhecendo-a, espalha-la e, espalhando-a,
afundar nela e, afundando nela, deitar nela e, deitando na Verdade, te tornar
um Poeta da Palavra e um Ditador de Ditados - uma inspiração para todos os
homens e um Escriba para os Deuses.
3. Então Omar foi até a Colina Sagrada, que ficava ao Leste de Mullah, e naquele
lugar ele trabalhou escavando na areia por cinco dias e cinco noite,
mas não encontrou nenhum livro.
4.Ao final dos cinco dias de escavação, veio a acontecer que Omar
estava exausto. Então ele deixou sua escavação de lado e se deitou
na areia, usando como um travesseiro uma Arca de Ouro que ele havia
descoberto no primeiro dia de seu trabalho lá.
5. Omar dormiu
6. No quinto dia de seu sono, Lorde Omar entrou em um Trance, e
veio a ele no trance um Sonho, e veio a ele no Sonho um Mensageiro
de Nossa Senhora que falou a ele de um Bosque Sagrado aonde estava
escondida uma Arca de Ouro/
7. E disse o Anjo de Éris para o Lorde: Vá tu portanto e encontra o Escondido,
e que tu possa vir a tê-lo e, tendo-o, dividi-lo e, dividindo-o, ama-lo e, amando-o
, morar nele e, morando no Escondido, se tornar um Poeta da Palavra e um
Ditador de Ditados - uma Inspiração para todos os homens e um Escriba
para os Deuses.
8. Mas Omar lamentou, dizendo par o Anjo: Que merda é essa, cara? Que
é que me importa a Palavra e Ditados? Quê me importa a Inspiração de todos
os homens? Vale a pena ser um Escriba para os Deuses quando os
Escribas dos Governos não fazem nada, e ainda são melhor pagos?
9. E então, o Anjo se enxeu de fúria e Omar foi grudado ao Chão
por uma Mão Invisível e não se levantou por cinco dias e cinco noites.
10. E então veio a acontecer que na quinta noite ele sonhou, e em seu
Sonho ele teve uma Visão, e nessa Visão veio até ele um Mensageiro
de Nossa Senhora que confiou a ele uma caixa de cigarros Rigolleto
contendo muitos cartões para arquivo, algumas delas em montinhos
presos com elásticos, e nessas cartas estavam algumas vezes escritos
versos, enquanto que sobre outras nada havia escrito.
11. Então o Anjo Comandou ao Lorde: Leva tu este Livro Honesto da
Verdade ao teu peito e cuida dele. Carrega-o para A Terra e
Desdobre-o perante os Reis das Nações e dos Lixeiros. Prega dele para
os Justos, para que eles possam renúnciar de seus caminhos e se arrepender.
______________________________________________________________________
CAOS CONVENCIONAL
CARACINZA
No ano de 1166 A.C., um cérebro-torto infeliz de nome Caracinza,
enfiou na cabeça a idéia de que o universo era tão sem humor quanto ele,
e ele começou a ensinar que diversão era pecaminosa porque ela contradizia
os caminhos da Ordem Séria. “Olhem para toda a ordem em volta de vocês”, ele
disse. E a partir disso, ele enganou os homens honestos e os fez crêrem que a
realidade era um negócio duro e direto e não o romance feliz como
os homens a conheciam.
Hoje em dia não se entende porque os homens eram tão crédulos naquele tempo,
porque absolutamente ninguém pensou em observar toda a desordem em
torno e concluir justamente o inverso. Mas de qualquer forma, Caracinza e
seus seguidores levavam o jogo de jogar com a vida mais a sério do que eles
levavam a própria vida e eram conhecidos até por destruir outros seres
vivos cujas maneiras de viver eram diferentes das deles.
O infeliz resultado disso é que a humanidade tem, desde então, sofrido
de um desequilíbrio psicológico e espiritual. Desequilíbrio causa frustração,
e frustração causa medo. E medo dá uma viagem ruim. O homem tem estado
numa viagem ruim por um longo tempo agora.
Isso é chamado A MALDIÇÃO DO CARACINZA.
Merda faz as flores
crescerem & isso é bonito
____________________________________________________
Escale o Cao com um amigo ou dois
E siga no Caminho que ele te carrega,
Derive como a Tripulação Lunática de um Salva-vidas
Sobre as Ondas em o que quer que você faça.
(LHV; O Livro dos Conselhos,1:3)
________________________________________________________________________
Enquanto isso, na lavanderia Chinesa…
DOGMA I - MEAFÍSICA Nº2, “COSMOLOGIA”*
O LIVRO DO ÚTERO
do Livro Honesto da Verdade revelado para o Lorde Omar
1. Antes do príncipio havia o Cao Inexistente, equilibrado
em Oblívio pelo Perfeito Contraempurrapuxa do Hodge e do Podge.
2. Onde então, por um ato de Acontecinstância, o Hodge começou
gradualmente a superar o Podge - e o Caos Primordial passou então a ser.
3. Então no príncipio era o Caos Primordial, equilibrado na Borda do
Oblívioo pelo Perfeito Contraempurrapuxa do Podge e do Hodge.
4. Onde então, pela Lei da Reversão Negativa,** o Podge gentilmente
inferiourizou-se ao Hodge e Tudo se soltou e fugiu.
5. E aí emergiu a Força Ativa da Discordia, a Manifestação Súbita
do Cao Não Existente, para guiar Tudo ao longo do caminho de volta para
o Oblívio - para que ele não se perdesse entre os Preceitos de Ordem na
Região de Thud.
6. Porissotudo como ela estava Ativa, a Força da Discórdia entrou no
Estado da Confusão, onde ela copulou com a Rainha e deu a luz a Éris, Nossa
Senhora da Discórdia e Manifestação Bruta do Cao Não Existente.
7. E sob Éris Confusão se estabeleceu,e foi portanto chamada Burocracia;
enquanto sobre Burocracia Éris se estabeleceu, e foi portanto chamada
Discórdia.
8. Pelo pelo veio a acontecer que o Estabelimento da Burocracia
pereceu numa crise de falta de papéis.
9. Assim foi, de acordo com a Lei das Leis.
10. Durante e depois da Queda do Estabelecimento da Burocracia
veio a Consequência, uma Era de Desordem na qual calculos, cômputos, e
avaliações foram deixados de lado pelas Crianças de Éris, em Aceitação e
Preparação para o Retorno ao Oblívio a ser seguido por uma Repetição da
Absurdidade Universal. Maisainda, em Si Mesma a Vinda da Consequência
era uma Ressureição do Caos de Liberdade-fluente. SALVE ÉRIS.
11. E aqui foi posto em movimento o Padrão Erístico, que iria Se Repetir
Cinco Vezes Setenta e Três Vezes, depois do que nada iria acontecer.
______________________________* Esta doutrina não deve ser confundida com
DOGMA III - HISTÓRIA nº6, “CICLOS HISTÓRICOS,” que diz que o progresso
social ocorre em cinco ciclos, os primeiros três (“o Triciclo”) dos quais são TESE,
ANTÍTESE e PARÊNTESE; e os últimos dois (“A Bicicleta”) são CONSTERNAÇÃO
e ESTICAMENTO MORAL.
** A LEI DA REVERSÃO NEGATIVA diz que se alguma coisa não acontece de um jeito
então o seu oposto exato vai acontecer, só que da forma exatamente oposta a qual ela
não aconteceu.
NOTA: É neste texto dO Livro do Utero, que a POEE baseou o seu Calendário Erisiano,
com o ano dividido em 5 estações de 73 dias cada. Cada um dos Cinco Apóstolos de Éris
é padroeirode uma estação. Uma tabela das Estações, Padroeiros, Dias da Semana, Feriados
e um conversor perpétuo do calendário Gregoriano está incluido nesta edição do Principia.
Enchimento Estúpido mas Sincero
____________________________________________________________
“E, portanto, a Lei foi formulada: Imposição da Ordem = crescimento da Desordem!”
[L.H.V.; O Evangelho Segundo Fred, 1:6]
AS CINCO ORDENS DE DISCÓRDIA (“ELES”)
Gen. Pandemônio, Comandante
As sementes das ORDENS DE DISCÓRDIA foram plantadas por Caracinza em
seus primeiros discípulos. Elas forma o esqueleto do Movimento Anerístico, que
enfatiza exageradamente o Príncipio da Ordem e é antagônico a complementação
necessária, o Princípio da Desordem. As Ordens são compostas de pessoas todas
dependentes de autoridade, segurança e controle;i.e., elas estão cegas pela Ilusão
Anerística. Elas não sabem que pertencem às Ordens de Discórdia. Mas nós sabemos.
1. A Ordem Militar dos CAVALEIROS DO TEMPLO DE CINCO LADOS. Esta é para
os soldados e burocratas do mundo.
2. A Ordem Política do PARTIDO PARA GUERRA DO MAL. Esta é reservada para
fazedors de leis, censores, e outros da mesma laia.
3. A Ordem Acadêmica da IRMANDADE DA CICUTA. Eles normalmente habitam
escolas e universidades, e dominam muitas delas.
4. A Ordem Social dos COMITIVA DE CIDADÃOS PARA CIDADÃOS PREOCUPADOS. Esta
é uma versão mais basica das ordens mais profissionais dos militares,
políticos, acadêmicos e religiosos
5. A Ordem Sagrada da LIGA DA DIFAMAÇÃO. Não se conhece muita coisa sobre a
D.L., mas eles são muito antigos e muito possivelmente foram fundados pelo Caracinza
em pessoa. Sabe-se que hoje em dia eles tem dominio absolto sobre todas as igrejas
organizadas no mundo. Também se acredita que eles tem estado disfarçando
repolhos e fazendo-os passar por seres humanos.
Uma pessoa pertencente a uma ou mais Ordens é bem capaz de carregar uma
bandeira do contra-estabelecimento como se fosse uma bandeira do estabelecimento—
por tanto tempo quanto ela seja uma bandeira.
Não deixe ELES imanentizarem o Escatom.
HIP-2-3-4, HIP-2-3-4
Vá Para Sua Esquerda-Direita…
______________________________________________
O SEGUINTE É TIRADO DE BERGAN EVANS
SOBRE NORBERT WIENER, FÍSICO NÚCLEAR
O segundo conceito que Wiener tem que estabelecer é o de entropia. Probabilidade
é um conceito matemático, derivada da estatística. Entropia vem da física. Ela é a asserção
— estabelecida logica e experimentalmente— que o universo, pela sua natureza, está
“correndo para baixo”, se movendo em direção a um estado de uniformidade inerte,
ausente de forma, matéria, hierarquia ou diferenciação.
Isso é, em qualquer situação dada, menos organização, mais caos, é muitissímo mais
provável que uma organização mais estrita ou mais ordem.
A tendência da entropia para aumentar em sistemas isolados é expressa pela
sgunda lei da termodinâmica— talvez a mais pessimista e amoral formulação
de todo o pensamento humano.
Ela se aplica entretando, a um sistema fechado,a alguma coisa
que seja um todo isolado, não só uma parte. Dentro de tais sistemas
podem existir partes, que puxam energia do todo, que estão se movendo
ao menos temorariamente, na direção oposta; nelas a ordem está aumentando
eo caos está diminuindo.
Os rodamoinhos que giram em uma direção oposta a corrente principal
são chamados “enclaves”. E um deles é a vida, especialmente a vida humana, que
em um universo se movendo inexoralmente para o caos se move para mais ordem.
SE O TELEFONE TOCAR HOJE….. REGUE-O!
-Rev. Thomas, Gnóstico
Cabala de N.Y.C.
Pessoal
o Pi PLANETáRIO, o qual eu descobri, é 61. É uma relação Tempo-Energia
existente entre o sol e os planetas internos e eu a uso para chegar a diversos
fatos desconhecidops para a ciência. Por exemplo, multiplique a circumferência
da Terra nua 24.902,20656 or 61 e você obtem a distância da órbita da Lua
em volta da Terra. Isso é um pouquinho menos que a distância real por que nós ainda
não consideramos a atmosfera da Terra. Assim seja. Christopher Garth, Evanston
“Eu deveria ter sido um encanador.”
-Albert Einstein
__________________________________________________
“Grilo sempre errado em discussão com galinha”
-Livro do Chan compilado pelo secto O.P.U.
=A ILUMINAÇÃO DE ZARATHUD=
Antes de se tornar um eremita, Zarathud era um jovem Sacerdote, e se deliciava
em fazer seus oponentes de tolos na frente de seus seguidores.
Um dia Zarathud levou seus estudantes até uma agradável pradaria e confrontou
a Cao Sagrada emquanto Ela estava contetemente ruminando.
“Diga me, você animal bobo.” demandou o sacerdote em sua voz autoritativa, “porque
você não faz algo que valha a pena. Qual é o seu Propósito na Vida, afinal?”
mastigando a saborosa grama, A Cao Sagrada respondeu “MU”.*
Ao ouvir isso, ninguém em absoluto foi iluminado. Principalmente porque
ninguém podia entender Chinês.
* “MU” é o ideograma Chinês para NEHUMA-COISA
TAO FA TSU-DAN
ENCONTRE PAZ COM UM CAO CONTIDO
_____________________________
O CAO SAGRADO
O CAO SAGRADO (não confundir com CÃO) é a chave para a iluminação. Divisado
pelo apóstolo Hung Mung na antiga China, ele foi modificado e popularizado pelos
Taoistas e é as vezes chamado o YIN-YANG. O Cao Sarado não é o Ying-Yang dos
taoistas. Ele é o HODGE-PODGE dos Erisianos. E, ao invés de uma mancha de Podge
no lado Hodge, ele tem um pentágono que simboliza o PRINCÍPIO ANERÍSTICO,
e ao invés de uma mancha Hodge no lado Podge, ele mostra a MAÇÃ DOURADA DE
DISCÓRDIA para simbolizar o PRINCÍPIO ERÍSTICO.
O Cao Sagrado simboliza absolutamente tudo que qualquer um jamais precisa
sabr sobre absolutamente qualquer coisa, e mais! Ele até simboliza tudo que
não vale a pena saber, representado pelo espaço vazio ao redor do HODGE-PODGE.
Aqui segue um pouco de Metafísica Psíquica
O Princípio Anerístico é aquele de APARENTE ORDEM; o Princípio Erístico é aquele de APARENTE DESORDEM. Tanto ordem quando desordem são conceitos criados pelo homem e são divisões artificiais do CAOS PURO, que é um nível além do que o nível de criação de distinções.
Com nosso aparato de criar conceitos, que chamamos “mente”, nós olhamos para a realidade através das idéias-sobre-a-realidade que nossas culturas nos dão. As idéias-sobre-a-realidade são erroneamente rotuladas de “realidade”, e pessoas não iluminadas sempre ficam perplexas pelo fato de que outras pessoas, especialmente outras culturas, vêem a “realidade” de uma maneira diferente. São somente as idéias-sobre-a-realidade que diferem. A realidade Real (Verdadeira com V maiúsculo) é um nível além do nível de conceito.
Nós olhamos para o mundo através de janelas nas quais foram desenhadas grades (conceitos). Filosofias diferentes usam grades diferentes. Uma cultura é um grupo de pessoas com grades bastante similares. Através de uma janela nós vemos caos, e relacionamos ele aos pontos na nossa grade, e assim entendemos ele. A ORDEM está na GRADE. Este é o Princípio Anerístico.
A Filosofia Ocidental preocupa-se tradicionalmente em contrastar uma grade com outra grade, e juntar grades na esperança de encontrar uma perfeita, que vai retratar toda a realidade, e vai, portanto, (dizem os ocidentais não-iluminados) ser Verdadeira. Isto é ilusório, é o que nós Erisianos chamamos de ILUSÃO ANERÍSTICA. Algumas grades podem ser mais úteis do que outras, algumas mais agradáveis do que outras, etc., mas nenhuma pode ser mais Verdadeira do que nenhuma outra.
DESORDEM é simplesmente informação não relacionada vista através de alguma grade particular. Mas, como “relação”, não-relação é um conceito. Macho, como fêmea, é uma idéia sobre sexo. Dizer que macheza é “ausência de feminilidade”, ou vice-versa, é uma questão de definição e metafisicamente arbitrária. O conceito artificial de não-relação é o PRINCÍPIO ERISIANO.
A crença de que “ordem é verdadeira” e desordem é falsa, ou de alguma outra forma errada, é a Ilusão Anerística. Dizer o mesmo da desordem é a ILUSÃO ERÍSTICA.
O ponto é que a verdade (v-minúsculo) é uma questão de definição relativa a grade que uma pessoas está usando no momento, e a Verdade (V-maiúsculo), realidade metafísica, é totalmente irrelevante para as grades. Pegue uma grade, e através dela algum caos parece desordenado e outro aparenta desordem. Pegue uma outra grade, e o mesmo caos vai aparecer ordenado e desordenado de forma diferente.
_______________________________________________________
Realidade é o Rorschach original.
Francamente! Tanta coisa para isso.
As palavras dos Tolos e aquelas dos Sábios
Não estão muito distantes sob Olhos Discordianos
(LHV; O Livro dos Conselhos, 2:1)
O PODGE do Cao Sagrado é simbolizado como a Mação Dourada de Discórdia,
que representa o Princípio Erístico. A escrita nela “KALLISTI” é o grego para
“PARA A MAIS BELA” e se refere a um velho mito sobre A Deusa. Mas os gregos
tinham um entendimento limitado da Desordem, e achavam que ela era um princípio
negativo.
O Pentágono representa o Princípio Anerístico e simboliza o HODGE. O Pentágono
tem várias referências; para um, ele pode ser interpretado como representando
a geometria, um dos mais antigos estudos da ordem formal a alcançar desenvolvimento
elaborado;* para outro, ele está especificamente de acordo com a LEI DOS CINCOS.
A VERDADE É CINCO MAS OS HOMENS TEM APENAS UM NOME PARA ELA.
-PAtamunzo Lingananda
Ele também tem a forma do Quartel General das Forças Armadas dos Estados Unidos,
o Prédio Pentágono, uma fértil manifestação de orem fria e direta descançando um uma
fundação sólida de caos e irrompendo constantemente em ofuscante desordem; e este
prédio é um dos mais queridos Santuários Erisianos. Também acontece que nos tempos
da magia medieval, o pentágono era o símbolo genérico para lobisomens, mas esta referência
em particular não é intencional e deve ser notado que o Movimento Erisiano não discrimina
lobisomens— nossos quadros estão abertos a pessoas de todas as raças, nações e hobbies.
____________________________________
* O Geometra grego Pitágoras, entretanto, não era uma personalidade
tipicamente anerística. Ele era o que nós chamamo de um ANERÍSTICO EXPLODIDO
e um AVATAR. Nós o chamamos de Arcângulo Pitágoras.
5. Hung Mung batey em suas nádegas, pulou em volta, e balançou a sua cabeça,
dizando “Eu não sei! Eu não sei”
LHV; O Livro de Gooks, Cap. 1
_________________________________________________________
SANTUÁRIO BRUNSWICK
No Suburbio de Whittier em Los Angeles, vive um boteco de boliche, e
nesse exato lugar, no Ano de Nossa Senhora da Discórdia 3125 (1959*),
Éris se revelou ao Núcleo da Maçã Dourada pela primeira vez.
Em honra a esta Evento Inacreditável, este Lugar Sagrado é reverenciado
como um santuário por todos os Erisianos. Uma vez a cada cinco anos, o
Núcleo da Maçã Dourada planeja uma Peregrinação ao Santuário Brunswick,
e lá, partilhar de Não Pãezinhos de Cachorro Quente, e ruminar um pouco sobre
Isso Tudo.
Está escrito que quando O Núcleo retornar ao Santuário cinco vezes pela
quinta vez, então o mundo virá a terminar;
A DESTRUIÇÃO PAIRANTE CHEGOU
E Cinco Dias Antes desta Ocasião O Apóstolo Maclipse, o Antigo,
Deve Andar pelas Ruas de Whittier Carregando um Sinal para
Todos os Letrados Lerem então: “DESTRUIÇÃO”, como uma Advertência
da Desturição Iminente a Todos os Homens do Lugar. E Ele Deve Sinalizar Este
Evento Procurando os Pobres e Distribuindo a Eles Preciosos BUTTONS DE MAO
e Whittier Deverá ser Conhecida como A Região do Thud por Esses Cinco Dias.
como um serviço público para toda a humanidade e civilização em geral, e para
nós em particular, o Núcleo da Maçã Dourada concluiu que planejar tal Peregrinação
é o suficiente e que é prudente nunca chegar a realmente ir.
____________________________________
* Ou talvez fosse 1958, eu esqueci.
____________________________________
PEDRINHAS DE ESPAÇODOLAR
O Que
é Real?
*
* *
* *
Essas 5 pedrinhas formam um pentágono REALMENTE?
Aqueles influenciados pela Ilusão Anerística diriram que sim. Aqueles influenciados pela Ilusão Erística
diriam que não. Ligue-as alternadamente e a figura é uma estrela.
Uma Mente Iluminada pode ver tudo isso, ainda ela não insiste que qualquer das coisas
é realmente verdadeira, ou que nenhuma é verdadeira. Estrelas, e pentágonos, e desordem são
todas sua criação e ela pode fazer com elas o que em entender. Na verdade, até mesmo o conceito
do número 5.
A realidade real esta aí, mas tudo o que você SABE sobreëla”está na sua mente
e é seu para você fazer o que você quiser. Conceitualização é arte, e VOCÊ
É O ARTISTA.
Convicções causam convictos.
Você pode mapear a ROTA
até o SWEETHEART do Capitão Valentine?
Cicuta? Eu nunca toquei essa coisa!
Quando eu tinha 8 ou 9 anos, eu consegui uma
revista pornográfica. Você pode imaginar meu
desapontamento quando, ao examinar as fotos com
um microscópio, eu descobri que tudo o que podia
cer eram pontinhos.
7. Nunca escreva a lápis a não ser uqe você esteja num trem ou doente de cama.
_____________________________________________________________________________
ERIS NOS CONTEMPLA POR 3125 ANOS
———————————————————————————————————— Pun-jab é Sikh, Sikh, Sikh!——-
A PARATEO-AAMETAMISTICIDADE DE ÉRIS ESOTÉRICA (POEE)
Uma Desorganização Não-Logrativa Irreligiosa
MALACLYPSE O JOVEM, KSC
Onibenevolente Polipadre da Virgindade em Ouro
ALTO SACERDOTE
O MOVIMENTO ERISIANO CASA DOS APÓSTOLOS DE ÉRIS
(x) Negócios Oficiais ( ) Negócios Ocultos página 1 de 1 páginas
Número Oficial de Documento Discordiano (se aplicavel): n/a
( ) o Núcleo da Maçã Dourada (x) Casa dos discípulos de Discordia
A Burocracia, Divisão de : DOGMAS
( ) Concelho de Episcoposes: Escritório do Alto Sacerdotismo, Secto da POEE
( ) Gaveta f
__________________________________________________________________________________
DATA de hoje: dia da cenoura DATA de ontem: Sim -><- br="">Cabala de origem: Cabala Joshua Norton - São Francisco
PARA: REV. RAMPANT PANCREAS, tRRoCR(a)pttm; Incrustação do Colorado
Irmão Ram,
Sua observação apurada de que ÉRIS de escrito de trás para frente é SIRE, e a sua inferência
ao ao fato de que há simbolismo sexual aí, trouxe-me a algumas observações de mim mesmo.
ERIS escrito primeira-parte-pro-fim é RISE (levantar). E escrito de dentro para fora é RÉIS, que
é uma unidade monetária, embora luso-brasileira e não mais em uso. [Nota da SDB: estas escrituras
são anteriores ao Real de FHC, e o nome atual de Moeda não passa do desenrolar de um plano
cuidadosamente calculado.]
>Disso pode-se concluir que Éris usurpou Eros (deus do amor erótico) aos olhos daqueles que lêem
de trás para frente; o que obviamente tornou Eros em sorE (mágoa). Então Ela aparentemente desfalcou
o Tesouro do Olimpo e foi para o Brazil; aonde Ela abriu uma cadeia de prostíbulos (que certamente
geraria um aumento da população masculina). Eu creio que isso aconteça em particular porque
MADAM (Cafetina) le-se do mesmo jeito para frente e para trás. E mais, é um termo de grande
respeito, da mesma forma que SIRE (senhor).
E então, obrigado pela sua dica, que pode bem ser uma pista para o mistério de
onde com os infernos Éris tem estado nos últimos 3125 anos.
CINCO TONELADAS DE LINHO!
-><- br="" mal-2="" nbsp="">Não deve Circular!
KALLISTI SALVE ÉRIS TODOS SAÚDAM DISCÓRDIA
guarde bem esta carta, ela pode ser um DOCUMENTO IMPORTANTE
Form No.: O.D.D. IIb/ii.1-37D.VVM:3134
———————————————————————————————————————————————————————
DOGMA III - HISTÓRIA No. 2, “COSMOGONIA”
que é o mesmo que
DOGMA I - METAFÍSICA No.2, “COSMOLOGIA” (Livro do Útero)
No começo existia VAZIO, que tinha duas filhas; uma (a menor)
era aquela do SER, de nome ÉRIS, e outra (a maior) era a do NÃO-SER, de nome
ANÉRIS. (Até hoje, a verdade fundamental de que Anéris é a maior é visível a todos que
comparam o grande número de coisas que não existem com o número comparativamente
menor de coisas que existem).
Éris nasceu grávida, e depois de 55 anos (Deusas tem um período de gestação
incomumente longo—- mais longo mesmo que elefantes), Sua gravidez lhe deu
os frutos de muitas coisas. Aquelas coisas eram compostas dos Cinco
Elementos Básicos, DOCE, BUM, PICANTE, ESPINHO, e LARANJA. Anéris, no entanto,
havia sido criado estéril. Quando ela viu Éris se divertindo tanto com
todas as coisas existentes que dEla tinham nascido, Anéris ficou ciumenta
e finalmente um dia ela roubou algumas das coisas existentes e as mudou
em coisas não-existentes e as reclamou como suas próprias crianças.
Isso magoou Éris profundamente, Ela achou que Sua irmã era injusta
(sendo tão maior de qualquer forma) em negar a Ela seus pequenos
prazeres. E então ela se fez gravida novamente para dar a luz a mais
coisas. E ela jurou que não importva quantos de seus nascidos Anéris
roubasse, Ela criaria mais. E, em troco, Anéris jurou que não
importava quantas coisas existentes Éris fizesse ser, ela iria
eventualmente as encontrar e transforma-las em coisas não-existentes
dela mesma. (E até hoje, é desta mesma forma que as coisas aparecem e
desaparecem.)
No princípio, as coisas nascidas de Éris estavam num estado de Caos
e iam por todos os caminhos, mas com o tempo Ela começou a nrincar
com elaas e ordenou algumas delas só para ver o que iria acontecer.
Algums coisas bonitinhas apareceram desta brincadeira e pelos próximos
5 zilhões de anos Ela Se entreteve em criar a ordem. E então ela agrupou
algumas coisas com outras e alguns grupos com outros, e grupos grandes
grupos pequenos, e todas as combinações até que Ela obteve muitos
grandes esquemas que a deiciavam.
Ocupada em estabeler a ordem, um dia Ela finalmente notou
a desordem (previamente não aparente, porque tudo era caos).
Havia muitas formas nas quais o Caos estava ordenado e muitas
formas em que ele não estava.
“Hah,” Ela pensou, “Isso deve ser um jogo novo.”
E ela ensinou ordem e desordem a brincar uma com a outra
em competições, e a fazer voltas entretendo-se mutuamente.
Ela chamou o lado da desordem baseada nEla própria, “ERÍSTICO”
porque Ser é anárquico. E então, com um sentimento de simpatia
por Sua irmã solitária, Ela chamou o outro lado de “ANERÍSTICO”
o que acalmou Anéris e diminuiu um pouco o atrito que havia entre
elas.
Agora, a esse tempo, Vazio estava um bocado perturbado. Ele se sentia
insatisfeito por que ele tinha criado apenas existência física e
não-existência física, e tinha negligênciado o espiritual. E enquanto
ele contemplava isso, uma grande Quietude se fez e ele entrou num estado
de Sono Profundo que durou por 5 eras. Ao final desta provação, ele criou
um irmão para Éris e Anéris, aquele da ESPIRITUALIDADE, que não
tinha nome.
Quando suas irmãs ouviram sobre isso, as duas confrontaram Vazio e
rogaram a ele que nào as esquecesse, suas Primogênitas. E então Vazio
decretou assim:
Que esse irmão, não tendo forma, deveria residir com Anéris no
Não-Ser e então deixa-la e, de forma que ele pudesse brincar com
ordem e desordem, morar com Éris no Ser. Mas Éris se encheu de
tristeza quando Ela ouviu iso e entào começou a chorar.
“Porque tamanho desespero?” inquiriu Vazio, “Seu novo irmão passará
um tempo com você.” “Mas Pai, Anéris e eu temos estado discutindo, e
ela vai toma-lo de mim qunao o descobrir, e faze-lo retornar ao
Não-Ser.”“Eu compreendo,” replicou vazio, “Então Eu decreto o seguinte:”
“Quando teu irmão deixar a residência do Ser, ele não deve ir morar
novamente em Não-Ser, mas deverá retornar a Mim, Vazio, de quem ele
veio. Vocês meninas podem brigar como quiserem, mas Meu filho é seu
Irmão e Nós somos todos de Mim.”
Então é assim que nós, como homens, não existimos até que o fazemos;
e então é assim que nós brincamos com nosso mundo de coisas existentes,
e as ordenamos e desordenamos, e assim deve ser que a não-existência
deve nos levar de volta da existência e que a espiritualidade sem nome
deve retornar ao Vazio, como uma criança cansada de volta ao lar
depois de um circo muito selvagem.
“Tudo é verdadeiro - tudo é permissível!” -Hassan i Sabbah

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  Timóteo Pinto entrevista o escritor e grande pensador Robert Anton Wilson - RAW.


Timóteo: O que foi que primeiro reluziu seu interesse em expansão da consciência?
RAW: “A Ciência de Korzybski e a Sanidade”. Eu estava na faculdade de Engenharia e escolhi esse livro na biblioteca pública de Brooklyn. Ele fala sobre diferentes níveis de organização nos circuitos do cérebro de um animal, circuitos humanos e assim por diante. E ele fala muito sobre voltar ao nível não-verbal e a capacidade de perceber sem a fala.
Isso foi em 1957. Eu estava muito interessado em jazz naquela época, e eu falei para um amigo sobre alguns dos exercícios de Korzybski de adquirir o nível não-verbal, e ele disse, “Oh, eu faço isso toda vez eu fumo maconha”. Eu fiquei interessado. Eu disse, “Eu poderia comprar um destes cigarros de maconha de você “? Ele disse, “Eu dou pra você de graça”. E assim eu fumei isso.
Eu me vi olhando para uma moeda que achei em meu bolso e percebendo que eu não tinha olhado para uma moeda em vinte anos ou algo assim, o modo que uma criança olha para uma moeda. Assim eu percebi que maconha estava fazendo quase a mesma coisa que Korzybski estava tentando fazer com os dispositivos de treinamento dele. Então logo após isso eu assisti a uma conferência de Alan Watts, e eu percebi que Zen, maconha e Korzybski estavam relacionados às mesmas transformações de consciência. Isso foi o começo.
Timóteo: Muitos de seus livros tratam de uma sociedade secreta chamada Illuminati. Como sua fascinação com esta organização começou?
RAW: Foram Greg Hill e Kerry Thornley que fundaram a Sociedade Discordiana que está baseada na adoração de Eris a Deusa de Caos, discórdia, confusão, burocracia e relações internacionais. Eles não têm nenhum dogma, mas um catma. O catma é que tudo no universo se relaciona ao número 5, de uma maneira ou de outra. Eu achei a Sociedade Discordiana a religião mais satisfatória que já tinha encontrado até aquele ponto, assim eu me tornei um Papa Discordiano. Isto é determinado excomungando todos os Papas Discordianos que você possa encontrar e montando sua própria Igreja Discordiana. Isto está baseado no que Greg ensina, que nós Discordianos temos que aderir à Sociedade separadamente.
De qualquer maneira, em 1968 Jim Garrison, o D.A. de New Orleans—“o monstro de Frankenstein alegre e verde”, como Kerry depois o chamou—acusou Kerry em uma entrevista coletiva de ser um dos conspiradores no assassinato de Kennedy. Garrison nunca o acusou - ele não tinha bastante evidências para uma acusação - e Kerry nunca estudou Direito, mas ele pensou nisso durante anos. Então ele entrou em um estado alterado de consciência. Eu estou tentando ser objetivo sobre isto aqui. Kerry, que serviu no mesmo pelotão de Oswald, conveceu-se de que ele estava envolvido no assassinato e que quando ele estava no corpo de fuzileiros navais, a Inteligência Naval tinha feito lavagem cerebral nele.
Então Kerry decidiu que a Inteligência Naval também tinha lavado o cérebro de Oswald e vários outros, e vinha os manipulando durante anos, como o Candidato de Manchurian. Ele não pôde se lembrar do que tinha acontecido, mas ele teve muitas suspeitas. Então lhe convenceram de que eu era uma babá da CIA e nós então perdemos contato. É difícil de se comunicar com alguém quando ele pensa que você é um diabólico controlador de mentes e você se convence de que ele é um pouquinho paranóico.
Em algum lugar ao longo do tempo, Kerry decidiu confundir Garrison enviando todos os tipos de anúncios, que ele era agente da Illuminati da Bavária. Isso me fez ficar interessado na Illuminati, e quanto mais eu lia sobre isso, mais interessado ficava. Então eventualmente nós incorporamos a Illuminati na Sociedade Discordiana. Considerando que a Sociedade Discordiana é dedicada a promover caos, nós decidimos que a Illuminati é dedicada ao totalitarismo imponente. Afinal de contas, uma Sociedade Discordiana, se verdadeiramente discordante, deveria ter sua própria filial totalitária que está trabalhando contra o resto da Sociedade.
O Papa John XXIV resolveu que seiscentos santos nunca existiram. Eles jogaram fora Papai Noel e um grupo inteiro destes santos irlandeses. A Sociedade Discordiana os aceitou e nós não nos preocupamos se estes santos são reais ou não. Se nós gostarmos deles, nós os aceitaremos. E desde que estes santos estiverem sem uma casa, sendo jogados fora da igreja católica, nós os aceitaremos. Também, da mesma maneira nós aceitamos a Illuminati, já que ninguém quer ela.
Então, eu me designei como sendo a cabeça da Illuminati, o que conduziu a muitas correspondências interessantes com outras cabeças da Illuminati em várias partes do mundo. Um deles ameaçou me processar. Eu lhe falei para reenviar a mensagem dele em FORTRAN, porque meu computador não aceitaria isto em inglês e eu nunca mais tive notícias dele novamente. Eu acho que isso o confundiu.
Timóteo: Quem foram os Illuminati, ou são?
RAW: Illuminati foi o rótulo usado por muitos grupos ao longo de história. A Illuminati dos paranóicos direitistas é uma hipótese de que os principais intelectuais do século dezoito eram todos sócios da Illuminati da Bavária que estava trabalhando para subverter o Cristianismo. Eu não acho que isso é bastante preciso; Eu acho que há muito exagero nessa visão. Eu não acho que Jefferson foi um sócio da Illuminati; ele teve poucas metas semelhantes. Beethoven provavelmente foi um sócio, mas Mozart provavelmente não. Voltaire provavelmente não foi, embora ele fosse um Maçônico. De qualquer maneira, para a extensão de que os illuminati conspiraram para subverter o Cristianismo e estabelecer democracia, eu estou a favor disso.
Timóteo: O que a Illuminati deseja alcançar?
RAW: A Illuminati histórica do século dezoito, distinta de todas as outras Illuminati de séculos passados, teve como metas principais subverter o Vaticano, subverter monarquias, estabelecendo repúblicas democráticas e dando uma educação científica a todo menino e menina. A maioria destas metas começou a ser alcançada mais ou menos. Comparando como as coisas foram no século dezoito eles foram bem sucedidos, em grande parte, e eu acho que isso é bom.
Timóteo: Muitos segredos antes escondidos, só conhecidos a um grupo seleto de iniciados, talvez como o Illuminati Bávaro, estão agora disponíveis na livraria metafísica local. Quais as implicações sociológicas de tal troca de informação?
RAW: Oh, eu penso que é maravilhoso. Eu acredito muito que segredo é a causa principal da maioria dos males sociais. Eu acho que informação é o artigo mais precioso no mundo. De fato, eu acho que informação é a fonte de toda a riqueza. A teoria econômica clássica é aquela riqueza que é criada pela terra, pelo trabalho e pelo capital. Mas se você tem um pedaço de terra, e você tem capital, e você contrata trabalho, e você perfura para ter óleo, e não há nenhum óleo lá—você não ficará rico. O que faz alguém rico é perfurando óleo onde há óleo, e isso está baseado em ter informação correta. Eu estou parafraseando um pouco de Buckminster Fuller aqui. Toda a riqueza é informação. Então, todas as tentativas para impedir a transferência, a transmissão rápida de informação, estão nos fazendo todos mais pobres.
Timóteo: Por que levou tanto tempo para o conhecimento oculto sair de segredo para o conhecimento comum?
RAW: Bem, isso foi em grande parte por causa da igreja católica. Qualquer pessoa que falou muito abertamente durante muitos séculos estava destinada à estaca. Assim os alquimistas, hermeticistas, Illuminati e outros grupos aprenderam a falar em códigos.
Timóteo: Então você acha que era o medo de perseguição, em vez de ser um sentimento de que a maioria das pessoas não estavam “prontas” para a informação?
RAW: Bem, eu acho que isso é uma racionalização. Você pode achar que não está pronto, se for excluído da distribuição da informação. Se for o contrário, você acha que está pronto.
Timóteo: As guerras no Oriente Médio e o fundamentalismo ascendente foram vistos por alguns como os gritos de morte da religião organizada. Porém, Islã e Cristianismo sobreviveram a muitas “guerras santas”. Qual será o destino da religião organizada?
RAW: Eu gostaria de pensar que a religião organizada está acabando, mas eu tenho feito muita pesquisa no século dezoito para os meus romances históricos. Voltaire pensou que a igreja católica estaria acabada em vinte anos, e está por aí ao redor de duzentos anos desde então. Quando o Papa licenciou os Jesuítas, Voltaire disse que isso seria o fim, que a igreja católica estaria se acabando.
Bem, alguns anos depois eles reorganizaram os Jesuítas. Os Cavaleiros de Malta estão controlando a CIA aparentemente, e a igreja católica recusa-se a morrer. O Fundamentalismo organizou um retorno. É fantástico.
Eu sou um grande fã de H.L. Menken. Ele era um crítico social muito engraçado dos anos 20. Os livros dele foram esgotados durante algum tempo, porque as coisas que ele fazia graça não existem mais. Agora os livros dele estão voltando a ser editados porque todas essas coisas existem novamente. Ele estava tirando sarro do mesmo tipo de coisa que Jerry Falwell, Jim Bakker, e todo aquele aglomerado falava. Está surpreendendo o modo que esta instituição histórica aparentemente morta voltou, como o monstro de Frankenstein. Quando você pensa que isso está morto, ele se levanta para nos afligir novamente. O Aiatolá. Os Lobos Cinzentos. Os Lobos Cinzentos são os maiores negociantes de heroína no Oriente Médio porque eles acreditam que Alá quer que eles matem os judeus e eles não podem adquirir bastante dinheiro para comprar armas sem vender heroína. Isso faz tanto sentido quanto a maioria da teologia Cristã que eu ouvi.
Eu sou um agnóstico místico, ou um místico agnóstico. Essa expressão foi cunhada por Olaf Stapledon, meu escritor de ficção científica favorito. Quando eu li isto pela primeira vez, não significou nada pra mim, mas durante os anos eu percebi que gradualmente aquele “místico” de agnóstico me descreve melhor que qualquer outra palavra que eu ache em qualquer outro lugar.
Timóteo: Como assim? “agnóstico” transcendental?
RAW: Sim. A palavra agnóstico ganhou a associação de alguém que está negando, mas o que eu quero dizer é algo mais como o conceito grego antigo de zetetic. Eu acho o universo tão cambaleante que eu não tenho fé em minha habilidade para agarrar isto. Eu não acho que o estômago humano pode comer tudo, e eu não estou bastante seguro que minha mente possa entender tudo, assim eu não finjo que ela possa.
Timóteo: Em “O Cálice e a Lâmina” de Riane Eisler, ela propõe que houve uma transformação cultural de um domínio de macho sobre a fêmea para a cooperação entre os sexos. Ela diz que nós estamos agora em uma fase quando os homens deveriam estar aprendendo sobre as mulheres. O que você pensa disso?
RAW: Curiosamente, em um primeiro momento, eu era defensor da teoria do matriarcado primordial. Eu entrei nessa através de Robert Graves quando eu estava na escola secundária. Eu li “A Deusa Branca”, e então aconteceu de eu ler um livro pouco conhecido de um psiquiatra escocês chamado Ian Suttie que se chamava “A Origem do Amor e do Ódio” no qual ele usou o modelo da história que evolui de matriarcado a patriarcado e
de novo para matriarcado. Algumas destas idéias ficaram ao redor da minha cabeça durante aproximadamente quarenta anos.
Atualmente eu tendo a concordar com Eisler. Não há nenhuma evidência de um matriarcado agora. Há evidência de uma sociedade de parceria. Está retornando durante os últimos duzentos anos. Arlen chama isto de “avaliação” de idade da pedra. Como a civilização européia conquistou e explorou o Terceiro Mundo, as idéias destes lugares vieram de volta para a Europa. Diderot, Voltaire, Rousseau foram influenciados pelas idéias destes “primitivos” que têm um modo mais natural e mais feliz de vida do que nós fazemos. Democracia, socialismo, anarquismo, e todas as idéias radicais dos últimos duzentos anos foram inspiradas nessa “avaliação” de idade da pedra cultivada dos primeiros relatórios de proto-antropologia.
Eu fui um defensor para uma sociedade de parceria durante anos, antes que Eisler usasse esse termo. O termo que eu usava era “associação” voluntária que sai da tradição Anarquista americana. Esta era uma escola de anarquistas filosóficos do século dezenove de New England que é muito pouco conhecida. Eu fiquei fascinado por eles nos anos sessenta e li a maioria dos livros deles/delas. A idéia de associação voluntária migrou para a Europa e se tornou sindicalismo, só que os sindicalistas acrescentaram a isto a idéia de subverter o sistema existente através de violência, assim a idéia inteira desenvolveu uma reputação ruim. Eu acho a idéia básica de associação voluntária ou sociedade de parceria algo que nós deveríamos aspirar. É a forma mais humana, decente e inteligente de sociedade.
Timóteo: Você tem esperança que nós possamos alcançar isto?
RAW: Sim, eu tenho, apesar da evidência que nós vemos em todos os lados de estupidez, ignorância, fanatismo e a luxúria aparentemente inesgotável das massas ser pisoteada por figuras de Fuhrer e figuras paternas. Eu vejo os últimos duzentos anos como um cambaleante, enquanto procurando no escuro, apalpando para uma sociedade de parceria.
Timóteo: Riane Eisler não endereça à masculinidade do Diabo o fato de que nesta sociedade, o lado escuro como também o lado claro de poder espiritual é descrito como masculino. Você tem alguma idéia sobre isso?
RAW: Eles têm algumas contrapartes femininas sombrias. Há a Lilith, o Diabo feminino, e no Judaísmo há o Shekinah, o aspecto feminino de Deus. Eu estou mais interessado no modo como o Diabo se infiltrou no Cristianismo disfarçado de Papai Noel. Muito poucas pessoas percebem que os arquétipos são os mesmos.
É o velho deus pagão da fertilidade. O Satanás é a caricatura que a igreja Cristã criou, mas o deus da fertilidade voltou como Santa, e ele usa o mesmo terno vermelho como o Diabo. O nome Satanás e Santa são compostos das mesmas cartas; você move um pouco uma e transforma o Santa em Satanás.
Timóteo: Isso é interessante. São correlatados o Diabo e a sexualidade nas mentes de muitas pessoas. Autoridades religiosas e políticas tentaram controlar a sexualidade humana e beliscar a liberdade individual constantemente. Como você vê o papel da sexualidade que evolui no futuro?
RAW: Eu estava lendo o livro “Gods in Everyman” de Jean Shinoda Bolen ontem, e eu achei alguns de mim no Inferno, entretanto isso é o eu mais jovem em minha adolescência e vinte anos atrás. Eu também vejo partes de mim em Hermes, mas eu vejo muito Dionísio. Meus sentimentos místicos e meus sentimentos sexuais são tão íntimos que eu acho difícil entender como a sociedade Ocidental os separou. Mas isso mostra que eu sou um tipo de Dionísio. Nossa sociedade é governada por modelos de Zeus e modelos de Apolo e a separação é perfeitamente natural.
Timóteo: Você acha que a sociedade está evoluindo para um caráter do tipo Dionísico?
RAW: Sim. Nós estivemos desde os anos sessenta. Woodstock era um festival Dionisiano—era o renascimento de Dionísio—e imediatamente a tampa fechou. Meu Deus, Dionísio está solto! Rei Pentheus chamou imediatamente os guardas! A religião de Dionísio tinha entrado no reino dele e ele tentou esmagar isto, mas ele foi traído pela sua própria mãe. Isso é uma advertência do que acontece quando você tentar suprimir Dionísio; é um dos mitos gregos clássicos. Olha o que aconteceu com Nixon, o único presidente a ser forçado a sair. Reagan escapou incólume mas eu ainda tenho uma intuição que ele vai ser repudiado. Eu tinha esperanças que o George Bush fosse ser impugnado. Claro que, ele escolheu Quayle como segurança de impeachment, mas eu tenho uma suspeita forte, baseado em Confucius que o declínio geral de moralidades e modos neste país, o aumento geral no fator de vilania na vida americana e a corrupção geral e curva, é tudo devido ao fato de que as pessoas gostam que Nixon e Agnew escapem livres. Eles tinham fotos de modelos DeLorean cheirando cocaína. Quando eu ouvi falar disto eu disse, ” Um homem com tanto dinheiro não vai ser condenado, até mesmo se eles o têm na televisão “. E ele não tinha.
Uma vez todo o mundo se dará conta de que o rico pode cometer qualquer crime e pode escapar disso, então a atitude geral será, ” Bem, por que nós não fazemos o mesmo “? A sociobiologia inteira de Confucius é quando a classe governante é decente, honrada, estudantes cavalheiros, as pessoas serão dispostas ao bem; quando o governo for um grupo de ladrões, de marotos, as pessoas se tornarão as marotas ladrãs.
Nós vimos tanto disso, e a única esperança que eu posso ver é que alguns dos malfeitores em lugares altos são castigadas de forma que um senso de justiça e ordem é restabelecido neste país. Eu não sou uma pessoa vingativa e eu tenho muita compaixão, até mesmo para Nixon e Reagan, mas eu acho que algumas dessas pessoas têm que ir encarceradas para restabelecer a idéia que há justiça no universo.
Timóteo: O vendaval de êxtases dos anos sessenta têm, para muitos, se estabelecido em uma brisa suave. Você sente o que foi feito dos efeitos passageiros e duradouros destes fenômenos culturais, e como suas atitudes desenvolveram-se desde aquele tempo?
RAW: Bem, nós há pouco estávamos falando aproximadamente disso esta manhã. O que sobrevive dos anos sessenta? O que sobrevive em formas diferentes? Eu acho que Bucky Fuller acertou em cheio. Ele disse que por volta de 1972, as pessoas mais iluminadas perceberam que há modos mais efetivos de desafiar o sistema que saindo às ruas e atirando suas cabeças contra a polícia. Assim eles se puseram mais sutis. Pessoas estão trabalhando em níveis diferentes e de modos diferentes, e é chegada a hora de sermos menos confrontacionais, mas eu acredito que ainda há muitas pessoas que trabalham com os ideais dos anos sessenta.
Timóteo: Você quer dizer por exemplo, na indústria de filmes?
RAW: Sim, e em televisão, em computadores, nos bancos, por todo lado.
Timóteo: Sério, nos bancos?
RAW: Sim. Eu conheci um par de banqueiros que são realmente pessoas muito interessantes.
Timóteo: Timothy Leary e Aleister Crowley, ambos tem papéis semelhantes na história e ambos tiveram uma influência significante em seus sistemas de crença. Fale-nos sobre o efeito que estas duas pessoas estiveram na sua compreensão da consciência.
RAW: Bem Crowley era um indivíduo complicado. Todo mundo que lê Crowley tem um Crowley diferente na cabeça. Há um milhão de Aleister Crowleys que dependem de que parte dele as pessoas podem entender e integrar. Crowley, como o líder do Illuminati e do Argentum Astrum the Ordo Templi Orientis (OTO), estava continuando o projeto de subverter o Cristianismo e somou a isso sua própria idéia de reavivar o Paganismo (assim como Giordano Bruno que quis fazer a mesma coisa). Crowley é uma figura interessante e teve um impacto histórico maior que a maioria das pessoas percebe. O movimento de Neo Paganismo é maior do que qualquer pessoa sabe, exclua os Fundamentalistas que pensam que isto é um movimento Satânico—o qual do ponto de vista deles/delas, eu acho que é.
O Crowley que me interessa é o Crowley científico. Ele viajou o mundo inteiro, foi iniciado em toda sociedade secreta que ele pôde, estudou todo sistema oculto, Sufismo no norte da África, Taoísmo na China, Budismo em Ceylon e ele tentou juntar tudo em termos de química orgânica e fisiologia. Ele pôs a base para o estudo científico de misticismo e alterou a consciência. Esse é o Crowley pelo qual sou fascinado— Crowley o cientista que co-existiu com Crowley o místico, Crowley o poeta, Crowley o aventureiro e Crowley o Grande Demônio.
Timóteo: No Amanhecer Dourado Crowley obteve muito de sua inspiração nessa escola mística que ainda é
viva hoje. Você achou este sistema capaz de permanecer flexível bastante para adaptar-se às revisões culturais e
psicológicas que aconteceram desde que a Ordem foi estabelecida?
RAW: Há vários Amanhecer Dourados por aí, como há vários OTO e vários Illuminatis e assim por diante.
Todas estas coisas são fragmentadas, e claro que, todo mundo com uma ânsia de poder reivindica ser o líder dos reais e autênticos Chefes Secretos. O Amanhecer Dourado que eu acho mais interessante é um dos quais Christopher Hyatt é a “Cabeça Exterior”. Ele é um psicólogo clínico completamente qualificado com uma boa base em Jung e terapia de Reich e muito conhecimento teórico de psicologia geral.
Ele foi treinado no sistema do Amanhecer Dourado por Israel Regardie que também era um psicólogo e também
um místico. Eu acho que Hyatt sabe o que está fazendo; Ele não tem ilusões de grandeza. Ele não é uma prima-dona e ele está livre da maioria do comportamento anticonvencional e aberrante que é crônico no mundo oculto. O que são as metas do Amanhecer Dourado? Soltar o potencial positivo dos seres humanos.
Timóteo: Quais métodos são envolvidos?
RAW: No Amanhecer Dourado original de 1880 há a magia cabalistica. Crowley revisou isto para incluir na magia
cabalistica a ioga e um pouco de “Sufismo”. Regardie revisou isto para incluir o “Reichian Bodywork”, e uma insistência que qualquer pessoa que entra na Ordem deveria passar primeiro por psicoterapia. Ele se deu conta que as pessoas que entram nesse trabalho, especialmente na tradição do Amanhecer Dourado e que não tiveram experiência em psicoterapia é provável que irão se assustar. Regardie também insistiu que eles devessem saber Semântica Geral, o que é interessante já que Semântica Geral me tornou interessado no estudo de consciência alternativa.
Timóteo: Por que Regardie quiz incluir isto?
RAW: Semântica geral é um sistema que é muito útil para clarificar seu pensamento. Se você entende as regras de Semântica Geral, você é mais imune à maioria dos erros que são crônicos nesta fase da civilização. Um das regras da Semântica Geral é evitar o é de identidade que é uma regra e eu há pouco caí na armadilha quando eu disse que “Semântica Geral é… ” é muito difícil evitar o é de identidade na fala. Nós todos o usamos o tempo inteiro. Eu estou chegando a evitar isto em minha escritura satisfatória. Sempre que você está tentando entender o que está errado com seu pensamento, por que você não está no fundo disto? Por que eu sou confundido sobre este problema? Escreva abaixo e tire todo ” é ” e reformule isto de algum outro modo. Você verá que seu pensamento foi tremendamente clarificado.
É como o problema célebre na física quantica em 1920. O elétron é uma onda. O elétron é uma partícula. Essas duas coisas totalmente contradizem uma a outra que conduziu a muitos físicos a dizerem que o universo não faz sentido, o universo é irracional e assim por diante. Se você reformula isto sem o ” é ” de identidade, não há nenhum paradoxo, nada. O elétron se torna uma onda quando nós medirmos isto de certos modos. O elétron se torna uma partícula quando nós medirmos isto de outros modos. Não há nenhuma contradição. Há muitas outras idéias que em geral a semântica pode clarificar o pensamento.
Timóteo: Isso é um das reivindicações da recente tecnologia de máquinas cerebrais. Que experiências teve você com elas, qual você acha a mais promissora e que tipo de potencial eles terão para o futuro?
RAW: A experiência mais excelente que eu tive com uma máquina cerebral foi com a primeira, a Pulstar. Eu tive uma experiência de fora-de-corpo que se registrou como ondas cerebrais planas no EEG, e isso me fascinou. Isso foi o primeiro sinal objetivo que algo estava acontecendo nessas experiências fora-de-corpo. Eu não vejo muita diferença entre as máquinas de cérebro existentes. Algumas são demonstravelmente inferiores. Algumas reivindicam ser muito superiores a todas as outras, mas até onde eu posso ver, a maioria delas funcionam do mesmo modo.
No momento, eu estou mais interessado nas máquinas de som e luz do que nas máquinas electro-magnéticas, porque há algum motivo legítimo de preocupação que enviando muito freqüentemente electro-magnetismo em seu cérebro pode não ser bom para você. O campo inteiro está crescendo muito rápido. Há um grupo de Pesquisa Acústica do Cérebro na Carolina do Norte. Eles usam só som, mas eles combinam isto de certo modo com subliminaridade e hipnose de Ericksonian que eu acho muito efetivo. Eles estão usando som às mesmas freqüências que você acha nas máquinas electro-magnéticas, ou nas máquinas de som e luz.
O Graham Potentializer parece um pouco mais poderoso que qualquer das outras máquinas, mas eu não garantiria isto porque eu não tive bastante experiência com isto contudo. É mais controlado, o estudo destas máquinas, porque todo mundo tem as próprias impressões anedóticas delas, mas nós realmente não sabemos ainda quais são as melhores. Quais “formas de onda”? Nós não sabemos. Por que algumas pessoas respondem melhor a uma que para outras? Nós não sabemos por que. Há muita coisa para ser aprendida e eu estou muito ansioso para ver mais pesquisa.
Timóteo: Você pensa que o uso de máquinas de cérebro requer uma disciplina acompanhada?
RAW: Eu suspeito que sim. Um fabricante me falou que a taxa de retorno é aproximadamente quinze por cento. Eu acho que estas máquinas são muito mais fáceis que as máquinas de biofeedback, mas elas ainda requerem um pouco de disciplina. Eu acho que elas requerem um pouco de experiência prévia com Ioga, ou Zen, ou alguns trabalhos de alteração de consciência. Você precisa de alguma experiência prévia ou você não saberá usar a máquina. Eu realmente não penso que a máquina trabalha como um brinquedo a menos que você
pratique entre sessões, enquanto tentando reavivar o estado sem a máquina. Muitas pessoas não podem fazer, elas assumem que a máquina fará todo o trabalho para elas, como pensar que você entra no carro e ele o levará onde você quer ir.
Timóteo: O potencial da nanotecnologia parece mais vasto. Você acha que seu desenvolvimento afetará a consciência humana no futuro?
RAW: Eu não pensei muito nisso. Isso é uma pergunta interessante. Vai mudar tudo. Nanotecnologia é um salto muito maior que qualquer outra coisa no horizonte. É maior que colonização espacial, maior que longevidade.
É um milhão de vezes maior que a revolução industrial. Vai mudar coisas tanto que eu não posso começar a conceber quanto; mas tudo vai adquirir sujeira fácil. A camada de ozônio será consertada rapidamente. Nós poderemos criar sequóias canadenses como jejum e tantas coisas quanto nós quizermos. Eu não sei; é todo um novo jogo, e conduz diretamente em imortalidade.
Timóteo: E novas maneiras para alterar o cérebro?
RAW: Oh, claro que sim. Eric Drexler, no livro dele sobre o assunto, conversa sobre construir micro-replicadores que, se você os deixarem soltos no corpo, eles correm por todo lado, inspecionando cada celula. Se não está funcionando corretamente eles voltam, obtêm informações do computador principal e consertam isto. Você pode fazer a mesma coisa obviamente com circuitos de cérebro. Substituirá psiquiatria provavelmente.
Nanotecnologia está cambaleando assim, nós não podemos pensar nisto sem hipérbole, e está vindo rapidamente. Os japoneses estão gastando quantias fantásticas nesse tipo de pesquisa.
Timóteo: O que pensa você na idéia que muitas invenções são de fato redescobrimentos de tecnologias que já existiram no passado?
RAW: Isso me parece muito improvável. Há alguns casos—a máquina a vapor foi descoberta na Grécia e foi esquecida até que Watt redescobriu isto—mas eu duvido que haja muitos. A maioria das coisas não foi descoberta até que elas poderiam ser descobertas, até lá era a herança do tempo que liga, ou até que a acumulação de informação tinha alcançado o nível necessário. Isto é por que você tem tantos casos de descoberta paralela em ciência onde em cinco anos três pessoas patenteiam a mesma coisa em países diferentes. Como disse Charles Fort, ” serão máquinas a vapor quando chegar o momento de máquinas a vapor”.
Timóteo: É como quando se tem informação acumulada mas não o clima político ou social necessário para acontecer? Bibliotecas foram queimadas e o conhecimento perseguiu subterrâneo por forças autoritárias.
RAW: Bem, ” Se que a pessoa não pode falar, a pessoa deveria permanecer calada “.
Timóteo: O que você pensa do papel da ciência na Ecologia?
RAW: O primeiro livro que eu li sobre ecologia foi nos anos quarenta. Chama-se “A Estrada para a Sobrevivência”. Eu sempre fui fascinado pela ecologia. Isso é por que Bucky Fuller me fascina. Eu escrevi muitas coisas satíricas sobre ecologia popular porque eu acho que muitas pessoas estão transformando isso em algo como o Marxismo. Se transformou em um jogo de culpa, onde as pessoas culpam outras pessoas. Culpa está na moda na civilização Ocidental.
Albert Ellis disse que o jogo mais popular na civilização Ocidental é a denúncia. Eu achei tão impressionante que eu incorporei isto em um par de meus próprios livros. Toda geração escolhe um grupo de pessoas ruins. Na idade vitoriana era meninos adolescentes que se masturbavam, e agora é os fumantes de cigarro. Há sempre alguém para se denunciar e perseguir, e à extensão a ecologia se degenerou nisso, desperta meu instinto satírico. Mas claro que a ciência da Ecologia é tremendamente importante, e quanto mais as pessoas saberem sobre isto, melhor.
Timóteo: Os métodos de ciência e arte estão começando a alcançar algumas coisas maravilhosas juntas. Você não acha que se criou uma brecha entre as duas disciplinas, e elas estão se fundindo agora?
RAW: Ciência e arte. Agora o que criou tal brecha entre elas? Por que isso aconteceu? Eu acho que eu vou voltar a culpar a Inquisição. Ciência teve que lutar uma batalha contra a Inquisição e isto criou uma ressaca histórica na qual os cientistas tiveram hostilidade aguda a toda forma de misticismo, não só para a igreja católica que tinha os perseguido. E há algo místico sobre a arte, não importa quanto que você tenta racionalizar isto. Se você tem um grupo de artistas que falam juntos, eles parecem um grupo de místicos.
Então havia a elevação do capitalismo. Eu sou inclinado a concordar com Karl Marx sobre isso, que toda forma prévia de sociedade teve valores diferentes, uma hierarquia de valores. Capitalismo tende a reduzir tudo a só um valor—o que pode vender? E como disse Oscar Wilde, ” Toda a arte é bastante inútil “. O valor da arte depende de quem está manipulando a feira no momento. É fantasmagórico. Arte é o gato de Schrodinger.
De repente, um Andy Warhol vale um milhão e ninguém sabe como isso aconteceu. Então é outro alguém no próximo ano. Picasso nunca pagou por qualquer coisa nos últimos vinte anos da vida dele. Ele escreveu cheques que nunca voltaram para o banco dele. As pessoas salvaram ele porque elas sabiam que a assinatura valia mais que a soma do cheque. Elas sabiam que valeria até mesmo mais em vinte anos, e assim por diante.
Alguém perguntou para um mestre Zen, “qual a coisa mais valiosa no mundo “? e ele disse, ” A cabeça de um gato morto”. E perguntaram ” Por que “? e o mestre Zen disse, “Diga-me seu exato valor”. Isso é um bom exercício de escritura criativa. Escreva um conto onde a vida do herói é salva pelo fato de que ele pudesse achar o valor da cabeça de um gato morto. Poderia acontecer. Tudo tem um valor flutuante.
No capitalismo, tudo é reduzido a isto. Cidadão Kane, um exemplo notório, geralmente é considerado um dos melhores filmes já feitos. Perdeu dinheiro em seu primeiro ano de exibição, assim Orson Welles teve uma dificuldade extrema no resto de sua vida para adquir dinheiro suficiente para fazer outros filmes. Ainda que Cidadão Kane tenha feito mais dinheiro que qualquer outro filme fez em 1941, se você conta até o presente, por que ele é revivado mais do que qualquer outro filme. Mas os banqueiros que são donos dos estúdios não estão interessados em lucro em vinte anos, eles querem lucro junho que vem. Eles querem o Indiana Jones, não o Cidadão Kane.
Timóteo: Assim, se as áreas de ciência e arte estão se fundindo isso indica um movimento longe da perspectiva capitalista.
RAW: Sim. Eu acho que a teoria da informação trouxe junto novamente ciência e arte. Norbert Weiner inventou a equação básica para a informação ao mesmo tempo que Claude Shannon. Isso é outro exemplo de coisas que acontecem quando elas estiveram prontas para acontecer. Weiner explicou a informação dizendo que um grande poema leva mais informação que uma fala política. Informação é o imprevisível. Como nós vimos, perceber o valor do imprevisível, o valor da arte ficou mais claro.
Você passa por um museu e você olha para um Leonardo, um Botticelli, um Rembrandt, um Van Gogh, um Cezanne, um Picasso, um Klee, um Jackson Pollock, e é óbvio o valor de cada um deles, eles não estavam copiando um ao outro. Se os Van Gogh estivessem copiando Rembrandt ninguém daria nada para Van Gogh. Ele teve a audácia de pintar sua própria visão. Alguém que tem sua própria visão não repetirá um estilo diferente—isso é informação. Informação é o novo e imprevisível, e a teoria da informação conduziu aos computadores que fascinam os artistas. Computadores abriram novas áreas inteiras na arte.
Timóteo: Informação é a imprevisibilidade de um sinal, mas não é totalmente caos ou algo ramdômico. Leva uma mensagem.
RAW: Sim. Quando a imprevisibilidade se puser muito alta, a informação se transforma em barulho. Aquela parte da teoria de Shannon envolve uma matemática muito complicada e eu não estou seguro para entender isto completamente; Eu só sigo intuitivamente. Lá tem que ser uma relação de redundância de informação onde o grau mais alto de informação é diluído com repetição.
Timóteo: Porque é tão imprevisível que não pode relacionar isto a qualquer coisa.
RAW: Sim. Originalidade freqüentemente se parece com caos até que nós aprendemos a lidar com isto, até que nós achamos a redundância nisto.
Timóteo: Você teve alguma experiência com sonhos lúcidos ou conscientes?
RAW: Eu tive muitos sonhos lúcidos, mas eu não posso pensar em nada que é particularmente de valor neles. Eu gostaria de aprender mais sobre isto. Acontece espontaneamente às vezes. Eu tenho um hypnagogic muito rico, como Philip K. Dick. William Burroughs me falou do caráter dele, todo o manifesto de vozes em devaneio de hypnopompic antes de elas terem corpos, ou nomes, ou qualquer outra coisa. Robert Shea, um velho amigo meu que é um materialista científico do tipo mais rígido, admitiu ouvir esse caráter. Eu suspeito que todos os escritores o escutam. Eu acho que a diferença entre um escritor e um channeler é que o channeler achou um modo para ganhar mais dinheiro fora disto que a maioria dos escritores já fazem.
Timóteo: Sincronicidade é um tema principal que transpassa a maioria de, se não todos, seus livros. Que modelo você usa para interpretar este fenômeno misterioso?
RAW: Eu nunca tenho um só modelo. Eu sempre tenho pelo menos sete modelos para qualquer coisa.
Timóteo: Qual é seu favorito?
RAW: O Teorema de sino combinou com uma idéia que eu obtive de Barbara Honegger, um parapsicologista que trabalhou para Reagan. Ela escreveu um livro que denuncia Reagan, Ollie North e uma multidão inteira, enquanto estava dentro da sujeira que ela descobriu quando estava na Casa Branca. Logo antes de Barbara se tornar uma figura política controversa, ela me deu a idéia que o cérebro constantemente está tentando se comunicar com o seu lado esquerdo. Se você não escutar o que ele está tentando te dizer, ele lhe dará sonhos mais vívidos e se você ainda não escutar, ele o conduzirá a deslizes Freudianos. Se você ainda não prestar atenção, o cérebro o conduzirá a um lugar no espaço-tempo onde a sincronicidade acontecerá. Então o cérebro esquerdo vai prestar atenção: “O Que!?!”
Timóteo: O que você acha que acontece com a consciência depois da morte física?
RAW: Alguém perguntou para um mestre Zen, “o que acontece depois da morte”? Ele respondeu, ” eu não sei “. E eles disseram, ” Mas você é um mestre Zen!” Ele disse, ” Sim, mas eu não sou um mestre Zen morto”. Alguém perguntou para Mestre Eckart, o grande místico alemão ” Onde você pensa que irá depois da morte “? Ele disse, ” eu não planejo ir a lugar algum “. Essas são as melhores respostas que eu ouvi até agora. Minha desconfiança é que a consciência é como um todo, uma função não-local do universo, e nossos cérebros são receptores locais. De fato, é uma desconfiança muito forte, mas eu não estou fazendo um dogma sobre isto.
Timóteo: Você poderia compartilhar conosco qualquer experiência que você poderia ter tido comunicando com o que você pensou ser extraterrestre ou entidades não-humanas?
RAW: Eu tive muitas experiências com o que poderiam ser interpretadas como comunicações extraterrestres. Elas também poderiam ser interpretados como ESP, ou como acesso a partes de meu cérebro que normalmente não estão disponíveis, ou como contatando uma consciência não-local que penetra tudo. Há muitos modelos diferentes para este tipo de experiência. Eu fiquei fascinado pelo modelo extraterrestre em uma fase no início dos anos setenta, e ainda, de vez em quando, faz mais sentido a mim que quaisquer dos outros.
Outras vezes o modelo não-local fez mais sentido, que é um desenvolvimento do Teorema de Sino. Isto foi declarado claramente por Edwin Harris Walker em um trabalho chamado “O Antropólogo de Quantum Completo”. Ele desenvolveu uma teoria matemática de uma mente não-local para a qual nós podemos ganhar acesso às vezes. É um completo modelo quantum mecânico, um modelo matemático para explicar tudo o que acontece em experiência mística e oculta. Isso faz muito sentido pra mim, especialmente quando eu achei que Joyce estava usando o mesmo modelo em “Finnigan ‘s Wake”.
Eu também acho que o I Ching está explicado nesse modelo. Como também o meu livro “Coincidance”.
Timóteo: Como você vê a consciência evoluindo no século 21?
RAW: Cambaleia minha imaginação. Eu vejo aproximadamente até 2012 em minhas projeções futuras, então eu não posso imaginar além isso. Tanto vai mudar até lá.
Timóteo: O que vê você até 2012?
RAW: Nas condições de Leary, eu penso agora que um-terço do Ocidente entende o circuito neuro-somático, e algumas técnicas para ativar isto. Eu acho que isso vai alcançar cinqüenta a cinqüenta-um por cento brevemente—e isso será uma grande mudança cultural. Eu penso que cada vez mais entenderemos o circuito neuro-genético e a meta-programação daqui adiante.
É muito óbvio aquelas físicas de quantum, parapsicologia e todo o trabalho que eles estão fazendo prendendo scanners de cérebro a Iogues e mestres Zen, dominando meios e nós aprenderemos muito sobre o circuito de quantum não-local. Eu penso a história do misticismo como um grupo de firecrackers com dois ou três explodindo em todos os séculos. Com a revolução de LSD se tornou dois ou três todos os meses e agora estamos com dois ou três todas as semanas. Eu vejo uma real aceleração dentro da consciência, um pouco parecido com a tecnologia.
Timóteo: Logo teremos diariamente fogos de artifício. Uma pergunta final, Bob. Nos fale sobre seus projetos atuais nos quais você está trabalhando agora.
RAW: Eu terminei há pouco um livro chamado “Quantum Psychology subtitled: How Brain Software Programs Your Self and Your World”. Eu estou trabalhando em um filme, intitulado “A Cortina” que pode ou nunca ser produzido. Eu fui pago o bastante de forma que não estou desperdiçando meu tempo, que é uma coisa boa em Hollywood. Há todos os tipos de pessoas ao redor de Hollywood que o envolverá em projetos sem lhe pagar um centavo, se você é bobo o bastante para cair nessa.
Se o filme for produzido, ele terá um tremendo impacto. Eu também estou trabalhando em dois possíveis projetos de televisão e estou continuando meus romances históricos. Eu estou fazendo mais conferências em mais lugares que jamais fiz antes, com seminários aqui e lá que envolve muita viagem. Contudo, eu estou muito entusiasmado sobre o que trarão os próximos dez anos em minha vida.


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Bela-Parrachia, Vida e Morte dos Mitos
 
Apócrifos Cabalísticos
Introdução
Bela-Parrachia , 10 de julho de 56 D.V (correspondente a 153 d.c)
Sou um eremita da seita mais conhecida como Bela-Parrachia, chamam-me hoje de Von Darsê, somos um grupo de pessoas obstinadas a querer saber em que acreditar, mas nada acreditamos, melhor dizendo, acreditamos nas respostas que encontramos durante um tempo mas sabemos que respostas nunca são verdades. Vivemos como errantes rodando por esse mundo, a procura de respostas que escreveremos sempre a carvão, assim até mesmo o vento poderá apaga-las. Von-Darsê sempre foi fiel sua cultura, mesmo que fidelidade aqui não signifique respeito a tradição, nem mesmo concordância. Nascida na terra do sol nascente sempre a magia e os sonhos fizeram parte dos seus cultos incultos. Vou contar-lhes então algumas historias que aconteceram conosco para que possam compreender melhor a nossa seita tão religiosamente pagã.
Bela-Parrachia e a Linguagem.
Espíritos “nômades” vagaram muito tempo, pelas mais diversas terras inabitadas e mórbidas, alegres e ensolaradas, entre essas ja tinham passado uma vez por uma cidade chamada Swan-Tao, a muito, muito tempo….
O povo dessa cidade não podia se lembrar bem, aquele povo ja era agitado demais, vivam em função do futuro, não tinham tempo para lembrar o passado, tampouco o presente. Os espíritos voltaram a aparecer na cidade de Swan-Tao de modo tão espontâneo que chocaram as pessoas desprecavidas, um espirito chamava demasiada atenção, esse espirito era mais conhecido por Von Darsê, um eremita “solitário” da seita Bela-Parrachia.
O povo em Swan-Tao falava tanto do acontecimento que nada comunicava, sua linguagem era pura verborragia, a alma deste povo era fraca, talvez consumida demais pelas excentricidades sadomisticas do mundo moderno, sua linguagem era tão rica, sua língua tão bem escrita que nada comunicava, intrigado pela linguagem harmoniosamente brilhante dos Bela-Parrachia, um sujo e nobre camponês resolve perguntar a Von Darsê :
- O que precisamos para dizer como dizes? Comunicar como comunicas? Ser o que sois?
- Precisardes antes de mais nada serdes sexualmente ativos, assim não precisaras mais gaguejar a um instinto reprimido, não precisais de linguagens tão complexas quanto a complexidade que não alcanças por estardes tão presos e cansados como mortos. Palavras são palavras, olhe em meus olhos e veja além…
O jovem compreenderá a mensagem, olhará não só para os olhos de Von Darsê mas também para seus gestos, a velocidade de sua fala, sua movimentação labial, e começou a compreender o que nunca havia compreendido.
Posso ver não só teus movimentos, como teus sentimentos, mas como posso ser livre? Como posso gozar do livre sentido do nonsense ? O sábio ficou parado observando o jovem conseguir sua própria resposta….
O jovem olhou para o chão então e pode ver uma formiga que batalhava para levar um pequeno pedaço de arroz para tua casa, o jovem pegou teu arroz naquele momento, observou-o e disse:
- Todos somos grandes, todos devemos ser um pouco abusados e nunca humildes demais, devemos ser naturais e espontâneos e comeu o pedaço de arroz. Eu hoje desejo sangue, desejo com inocência, desejo acima de tudo arroz. Disse tudo com um sorriso altamente natural no rosto enquanto bebia vinho e comia arroz.
Era visível demais, Khon Hu, o jovem , apresentou-se aos espíritos e disse-lhes : Descobri todo sentido da comunicação mas não devo agradecer-lhes, apenas pelo arroz que jogastes no chão, esse me trouxe luz.
Sobre o Criador
O povo Bela-Parrachia dirigiu-se ao centro de Swan-Tao e começaram a montar um gigantesco ganso de bambu, o povo de Swan-Tao parou para observá-los, entrando em choque com a cena incomum de seus dias monótonos, o mais interessante era que o ganso de bambu de aproximadamente 2 metros possuía uma genital de aproximadamente 40cm, alguns então começaram a debochar do ganso e Khon-Hu deteve-os com sua neo-sabia-linguagem.
- Ganso, Deus, Genital Grande, Valor Sexo, Risadas, Pequenez, Moralismo, Embriaguez, Estupidez….então ficou olhando para cima e para baixo, depois manteve suas mãos numa linha retilínea, na linha do horizonte, na aurora, tocou então no cerne da questão.
O homem que até então zombava ajoelhou-se e disse:
- Perdoe-me, o tempo me matou, a falta de sexo enrijeceu-me, a moral trancafiou-me, preciso livrar-me de toda essa morte
Então gritou com toda força :
- 1, 2, 3, 90, 4 !!!!
Com esse gesto mesmo o homem comum tornou-se ali um Bela-Parrachia e quebrou o encanto nebuloso que haviam feito em ti. O homem então começou lentamente a andar de trás pra frente criando não só uma nova maneira de andar, criará ali, um novo mundo, e afirmará aos prantos:
- SOU TÃO DEUS QUANTO DEUS FOR O GANSO!! Seguirdes então o caminho que não levas aonde deseja chegar..
Von Darsê ainda falará com a multidão que aos poucos se ajoelhava para a estatua de bambu do ganso:
- A magia vos cerca, e não deveis temer, pois tudo que será feito poderá ser desfeito, pois tudo que ostentastes, tudo que tomastes, será roubado de ti pela magia. A magia de nosso criador que procuramos eternamente sem nunca ter encontrado, que procuramos eternamente sem ao menos querer encontrar. Viva Parrachia, que bela!!!
O povo então começou a observar a magia, observar que um ganso de bambu era tão poderosamente místico quanto mística fosse a magia de quem pudesse olha-lo, e as pessoas eram tão deuses quanto mágicos fossem eles mesmos, mas o povo ainda não compreenderá os arrozes que a todo momento os Bela-Parrachia jogavam no chão, e a todo momento comiam…
O Arroz e o Mito
Enquanto os Bela-Parrachia jogavam bolinha de gude, grande parte do povo os observava e tentava compreender aqueles espíritos ensolarados, alguns insultavam-os, alguns os veneravam, mas ninguém era de forma alguma indiferente.
Durante um ritual os Bela-Parrachia disseram todos juntos como num grande refrão harmoniosamente caótico:
- Bolas de gude, acerte aquela bola, derrube-a, esmague-a, aquela bola ja é velha demais.
Ficaram então correndo em círculos, gritando essa frase repetitivamente, eis então que a chuva começava a jorrar, destruindo sua própria cerimonia das bolas de gude, eles então começaram a comer arroz e dançar, esse era o famoso ritual da auto-destruição.
Nesse ritual destruíam suas próprias crenças em prol de novas crenças, assim poderiam sempre ir além na procura do desconhecido.
O arroz era um dos reagentes que utilizavam para fazer suas magias, utilizar sua alquimia, além de um grande vício que nunca poderiam largar se quisessem realmente superar a si próprios. O arroz continha uma magia tão grande que foi utilizada pelos Chineses para plantar e pelos Bela-Parrachia para chegar a um estado meta universal, o arroz produzia sensações neles que podiam ser comparadas aos transes hipnóticos produzidos em algumas tribos durante cerimonias religiosas, porem não se tratava simplesmente de um mero recurso psicológico.
Pelo arroz conheceram além do universo, e mostraram suas experiências para todos, mostraram o poder da dança dos deuses, depois aprendida por outras culturas e religiões, afirmaram que todos deveriam satisfazer seus desejos, qualquer que fossem, desde brincadeiras até os sexuais, independente de serem poligamicos ou monogamicos, independente de ordens políticas ou religiosas e assim o foi até a repressão e mutilação da naturalidade por pessoas quase sempre mal intencionadas.
“A grande verdade: a verdade temporal, a verdade que não afirma, a eterna duvida.”
A espontaneidade e o Caos Ordenado
Chuvia muito em Shaw-Tao, estavam todos no templo Quay-Wan, era um dia que não se podia ir as ruas, pois estava-se no dia da constelação Chen, dia sagrado para a religiosidade conterrânea. Um menino, porém, pedia muito aos país para irem a rua com ele, pois na rua se encontravam os Bela-Parrachia dançando e comendo arroz na chuva.
O pai revoltou-se e bravejou com sua áspera voz :
- Isso é um absurdo, hoje é dia de Chen, algo terrível acontecerá a aqueles incrédulos, os ceticos sempre foram uma praga filho, escute-me bem.
Um ancião Bela-Parrachia que estava perto não pode deixar de ouvir, e retrucou:
- Digo-vos irmão, tens tanto medo do perigo do fogo, que não percebeste que o fogo ja te queimaste por dentro, enquanto vos o prendestes. Liberte teu filho, não permita que vossa prole queime convosco. Recusar-lhe-ei a vida?
O pai do garoto mordeu os dentes e começou a pensar, observou que toda sua vida havia reprimido seus sonhos, seus desejos, do que sempre quis fazer e não o fez pelo medo e obediência das tradições e moralismos mas ainda tinha medo de seu filho servir de teste para o azar.
Resolveu então sair junto de seu filho, abalaram-se os portões da ordem, tiraram as roupas e saíram correndo pela chuva, em pouco tempo estavam dançando pelados como os Bela-Parrachia, e claro, comendo arroz.
Tinham agora uma nova tradição, caoticamente destruíram a ordem e então constituíram essa nova ordem, a de se despir, dançar, comer arroz…os Bela-Parrachia juntaram-se então, começaram a jogar bolas de gude até que resolveram não mais dançar e sim ler, entrava-se na era da leitura na China.
Leitura de um trecho do diário de Von Darsê :
- Hoje 16 de abril de 48, o sol já se esconde dentre as montanhas, estou muito feliz, estamos conseguindo comprir nosso objetivo, apesar de não termos uma meta paradigmática, o povo ja se solta mais, dança mais, ri mais, se diverte mais e se preocupa menos. O imperador está preocupado com a diminuição do trabalho dos camponeses e parece desejar nossas cabeças, não me é estranho esse comportamento de um ser que prende dentro de si tanto fogo, as queimaduras, a depressão e o desespero se fazem assim. Nós desejamos sexo, sorrisos, diversão, cultura, leitura e caos harmônico. Estou realmente surpreso pela vida que podemos levar quando negamos a morte na vida.
Espaço, Tempo e a Felicidade
As pessoas se perderam no tempo e no espaço, as pessoas roubam o tempo e o espaço uma das outras, como querer encontrar a felicidade se você não detêm o tempo-espaço da sua vida?
Um escravo conhecido como Amadah-Len veio perguntar aos Bela-Parrachia : Estou tão deprimido, como posso ser feliz?
Jung de Miro e Von Darsê responderam-no com a suavidade drástica dos Bela-Parrachia : Como quereres ser feliz, enquanto procuras a felicidade de olhos vendados? Como podes comer se não tens a comida, onde plantar e nem ao menos o tempo para comer? Para ser feliz precisas antes de mais nada de tempo para ser feliz, precisaste ter o teu tempo para ti…enquanto teu tempo é roubado, não poderás encontrar a felicidade, precisas pois tomar o tempo de quem te rouba, tua majestade, teu senhor, tua religião ou tua política e após retomar a terra roubada que outrora foste tua, e hoje te negam com veemência.
Ai jaz a essência da felicidade, mas não só ai, se tua religião te aprisiona em vida ou em morte não podes ser feliz, precisastes na vida do gozo que outrora fostes pecaminoso, precisastes viver no mundo, para fora, e não se trancar em si mesmo, o orgasmo pleno de um ser se faz ai.
Von Darsê então lhe deu uma lição que o escravo jamais esqueceria :
Seja livre mas não se esqueça, te prende um pouco também, não viva só como um animal, só pelos instintos, do mesmo modo que um pouco de veneno pode curar um envenenamento, um pouco de mal pode curar o mal da totalidade, vos é necessário um pouco de cada doença para que possas viver curado e não arriscar-se contaminar até a morte. Mais quando chegar tua hora terás de saber o momento certo de ficar doente e largar teus remédios, pois a doença é também uma cura.
Não se iluda com teóricos que lhe dizem que o tempo vai acabar, ou que começou por obra do divino, nem que o tempo é uma reta ou um circulo, o tempo é mais que simples teorias, o tempo não volta, o tempo não para, por isso precisastes da mudança, porque o tempo não vai acabar, mais vos um dia irá perecer, as ações humanas são infinitas porque infinitas são tuas idéias. Portanto não tema, retome teu tempo, retome teu espaço, retome tua vida, assim encontrarás, ou melhor, poderás encontrar a felicidade.
O Ritual da Autodestruição
Um dia de sol, as gramas estavam verdes em Swan-Tao, as pessoas ja tinham aprendido não só a aceitar os Bela-Parrachia mas também a adora-los, a maioria da população tornara-se Bela-Parrachiana e os que ainda se prendiam a neuroses e fobias começavam a desvirtuar aquela seita ou anti-seita que negava-se sendo. Criaram dogmas, verdade Parrachianas e começavam a dizer que só se chegaria a luz através do “ideal” Parrachiano.
Enquanto acontecia essa desvirtuação pálida dos Bela-Parrachia o jovem Khon-Hu olhava-se no espelho e conversava consigo mesmo:
- O que queremos? Era isso? Mais uma anestesia psíquica? Não, nunca foi e nunca será essa lastima, devemos negar toda verdade imortal e divina, devemos negar toda verdade imutável, devemos queimala ou devemos esperar que o tempo a queime?
Von Darsê que vinha passando não pode de deixar de escutar, escutou a conversa do jovem e chamou-lhe :
- Veja. (apontou para o sol e para as pessoas que ali trabalhavam).
- O que vê? – perguntava Darsê num tom melodioso.
O jovem Khon-Hu respondeu-lhe com sua percepção místicamente realista:
- Vejo pessoas que trabalham de dia, porque aprenderam que assim podem produzir mais e melhor. Nós não viemos aqui para ensinar-lhes o trabalho, contudo se tiverem duvidas, podemos reafirmar-lhes que o dia é melhor do que a noite.
- Sim, respondeu Darsê, contudo esqueceste de algo, esqueceste da noite, assim como no dia pode-se trabalhar, descansar e praticar o coito, a noite também é hora, a noite também é dia. Não deves prender-te a respostas tão superficiais como noite/dia, verdade/mentira, bem e mau, a austeridade se torna a miséria de quem a prática, o maniqueismo do tirano.
Khon-Hu então correu para a praça e começou a fazer movimentos que ninguem podia compreender, deu um berro de fúria, um piso no chão de raiva, fez algumas caretas, e começou a dançar mexendo bastante a região pélvica.
O que ele estava querendo? A maioria do povo olhava intrigada, alguns acusando-o de exibicionismo e falta de pudor, mas foi o sábio Arachimini um garoto de 13 anos que pode dizer aos intrigados cidadãos.
- Vocês estão cegos? Seus olhos estão tão fechados que não conseguem perceber a voz que sai dos movimentos? Ele está tentando mostrar-nos que a movimentação natural do corpo tanto pode trazer a tranqüilidade, a emoção, os sentimentos de volta, como nela não existe verdade, existe caos ordenado, existe vida, existe livre liberação de fluxo e não tentativas forçadas de tentar impor-lhes verdades como fazem. Ele dança como quer, faz o que quer, o que teu corpo quer e o que aprendeu e não nega o novo, jamais. Por isso ele não pode ser como aqueles que desejam tornar a beleza dos Bela-Parrachia mais um túmulo como o Cristianismo, o Judaísmo, e essas auto-sacrificações masoquistas.
Logo após o discurso flamejante do garoto, Jung de Miro foi a praça central da cidade conclamou o povo e disse :
- Vim dizer que nós Bela-Parrachia estamos partindo da cidade, porem antes de irmos proclamo a todos os Bela-Parrachianos a fazer o ritual da bola de gude sobre tudo que sabemos para que não nos tornemos jamais padres Parrachianos, essa aberração nunca existiu e não deve vir a ser. Deixemos que o devir entre em nossas vidas…
Então o povo Parrachiano voltou a sua essência lúdica, jogou bolas de gude, divertiu-se, dançou, comeu arroz e no final destrui qualquer vestígio de império e autoridade.
A Deriva e o Errantismo Parrachiano
“Vamos atravessar pontes
E de pontes para pontes
Assim urge nosso destino
Não ficaremos parados
Estagnados, esperando o acaso.
Não ficaremos parados
Com a faca na mão,
E a justiça no peito…nos matando a cada segundo.”
Os Bela-Parrachia então saíram de cidade de Swan-Tao e começaram seu caminho rumo aonde a beleza os levasse, é importante ter um objetivo, mas não para vida toda, todos objetivos devem cair para dar lugar a novos objetivos, para a vida não ficar rígida demais, assim como todas as localidades e condições de vida devem ser trocadas periodicamente para não se prender a um padrão de vida ou um padrão de ambiente, assim os Bela Parrachia construíam sua anti-sistemática, não confiando em verdades imutáveis, formava-se a deriva e a constante da revolução, o devir.
Foi com essa convicção que os Parrachia saíram em direção aos desertos Árabes enfrentando condições climáticas para eles aterradoras, o perigo era tão constante que levou a muitos a superarem a si mesmos para enfrentar a morte. Agüentaram bravamente tanto o clima do local quanto o tempo (quando se diz tempo, está se referindo não só a condições climáticas e sim a duração do próprio dia e indo alem do próprio minuto.).
Após dias de truculência chegaram a um Oásis onde vivia um tribo, essa tribo defenderia sua localidade estratégica com a vida, eles detinham armas (lanças, escudos, arcos…) enquanto os Bela-Parrachia não tinham nenhum tipo de armamento bélico. Tudo insinuava que eram os últimos momentos de respiração dos bombeiros incendiários, mas os Bela-Parrachia possuíam uma grande arma escondida na manga, a revolução do gato amargo.
Aproximadamente 300 guerreiros armados partiram em direção aos cerca de 150 Parrachianos, eis então que a situação mudou, quem vive no mato aprende com o coelho. “ Nas ocasiões que tudo inspira temor, nada deves temer. Quando estiveres cercado de todos os perigos, não deves temer nenhum. Quando estiveres sem nenhum recurso, deves contar com todos. Quando fores surpreendido, surpreende o inimigo”
Sun Tzu foi um grande inspirador dos Bela-Parrachianos, e foi exatamente a sua mentalidade que o povo Bela-Parrachiano utilizou para revirar a situação.
Os Bela-Parrachia então começaram a dançar e comer arroz na frente dos 300 guerreiros tribais e como era de se esperar a chuva jorrou, o místico ar tomará conta do local, os 300 guerreiros acreditaram ser os Bela-Parrachias Deuses, enquanto eles eram apenas parte da natureza, melhor dizendo, não apenas parte, ele eram a natureza propriamente dita, assim como você e eu.
A partir dai os tribais juntaram-se aos Parrachia, começaram a adora-los, mais logo os Parrachia os demonstraram que não só eles eram Deuses, mostraram que todos os são. Aqueles dois povos à partir dali aprenderam muito mutuamente como bons seres humanos, ou bons Deuses. A magia da deriva, como a magia do errantismo trouxe aos Bela-Parrachia muito conhecimento, evolução, força e afetividades guardadas de todos os locais, alem da possibilidade de manter-se em constante movimento, o constante movimento da vida.
A Virtude da Loucura (diário de Von Darse)
Durante as áridas caminhadas sobre desertos, florestas tropicais, vimos de tudo que se possa imaginar, até mesmo o inimaginável. Aquele sonho que se tem a noite ou mesmo de dia, para nós era realidade, o sonho e o pesadelo eram-nos igualmente virtudes, pois da vida, eles faziam parte.
Passou-se neve e chuva, sol e seca, até que podemos encontrar uma das maiores dadivas que nos esperavam… Encontramos jovens nômades durante o trajeto e ficamos muito amigos daqueles eruditos, mas um deles se destacava demais, tanto por sua anti-sociabilidade, como pela sua magia, seu intelecto e sua honestidade vibrantes.
Conheci esse Santo enquanto ele conversava sozinho, achei inicialmente estranho tal fato, comecei a achar que tal homem possuíra poderes sobrenaturais alem da luz, mais tarde iria comprovar minha teoria. Resolvi perguntar então a alguns Nômades sobre tal estranha figura.
Contaram-me que ele era um caso realmente muito estranho, não se envolvia muito bem com os outros Nômades, principalmente os mais austeros que traziam a estase daquele povo. Estes nômades austeros e jactanciosos que odiavam o jovem estranho eram os mesmos que traziam a paralisação daquela sociedade e sem duvidas o diferencial entre os Bela-Parrachia e eles.
Eu resolvi então falar com o jovem que era conhecido como Iquiz Tao Hiad e descobriu no jovem tanto uma noite* imensa quanto uma sombra ardente, o jovem era honesto de uma maneira una, não continha a peste da falsidade e da mentira trazidos da rigidez das cidades falsas.
O jovem dizia com os olhos ao mesmo tempo tão distantes como tão próximos do mundo como é raro de ser ver :
- As cidades fantasmas querem roubar minha alma, dentre este povo existem desde as mais celebres pessoas, até os mais árduos tiranos, me chamam de louco, dizem que perdi minha cabeça, mais quem quer tirar minha cabeça são “eles” (claramente falava sobre mais de uma entidade). Os normais estão loucos, e agora querem dominar a “loucura” dos normais, assim ninguém irá atrapalha-los a deter o poder, por isso fugi para essa tribo nômade que me acolheu de braços abertos.
Chamavam-no de louco, mas loucura para Von Darsê** ainda não era de certo aquilo, compreendo que em tal jovem haviam coisas um tanto quanto assombrosas, parecia que ele tinha fugido do mundo, criado seus próprios significantes, tanto para as palavras, quanto para a vida em si mesma. Eu resolvi ajudar (ainda que com medo de destruir-lhe a magia) aquele jovem, que apesar de tão honestamente inteligente, possuía uma angústia de uma tonelada ( se é que podemos medir os sentimentos.), mas não escreverei aqui como o ajudei, apenas quero relatar o meu encontro com o mais inteligente dos homens, mesmo porque foi o mais sábio e honesto deles.
* - Noite claramente no sentido de harmonia e beleza natural.
** - Aqui, falando sobre ele mesmo em terceira pessoa.
Usando o Vivido, Não se Vive, se Usa.
Os Bela-Parrachia após o encontro com os Nômades partiram para a maior cidade de Oriente, ja Ocidentalizada a tempos, Bombain, lá puderam observar as pedras que se locomovem e ficaram impressionados, terrivelmente impressionados, viram pela primeira vez uma cachoeira que não flui.
As pedras andavam a seus objetivos tão superficiais como elas mesmas, azedas, imóveis e duras, duras como….pedras. Seus únicos objetivos (que elas próprias não sabiam) era manter o grande pedregulho que mantinha seus status de pedra. Os pássaros que ali viviam largaram tudo que era vida, eles não possuíam possuindo, a partir de agora, tudo que eles detinham não detendo em prol de transformar toda aquela vida em simples uso. Foi ai que a maldição travou-se sobre Bombain, todos os pássaros viraram pedras e o pior, não sabiam que eram pedras, e defenderiam a condição de pedras, aqueles que um dia ja foram pássaros. Tudo aquilo era demasiado triste, ver aquilo era quase que como transformar-se em estatua e estar morto também.
Os Bela-Parrachia estressados e perplexos sabiam que aquela era a maldição para aqueles que transformam suas vidas em epílogos, e começaram a gritar sem se preocupar com as pedras e seus pseudo-objetos de uso, CRIEM INTRODUÇÕES, PROLOGOS, VIVA O INICIO, O MEIO E PRINCIPALMENTE O FIM, NÃO O FIM COMO DESFECHO, JAMAIS O FIM COMO CONCLUSÃO, MAS O FIM COMO A PERCEPÇÃO DO ETERNO ERRO!!!!
Enquanto berravam essas palavras, alguns vomitavam, outros praticavam o onanismo e gozavam, outros simplesmente cuspiam, outros respiravam com vontade e jogavam para fora todo ar velho, o fato era que todos demostravam o novo, todos mostravam o fluido da vida em oposição a estagnação e a reificação que os rochedos trouxeram.
Todos os Bela Parrachia viviam e mesmo que estivessem usando roupas, objetos, livros, eles viam tudo isso como vindo do mundo, melhor dizendo, tudo como participação do mundo e não objetos fragmentados, viam tudo como vindo e ainda presentes na terra, viam tudo como partes de si mesmos, viam a vida, eram ainda pássaros.
Enquanto os Bela-Parrachia viam tudo na vida, as pedras, viam tudo como objetos de uso, viam tudo até mesmo os animais como utilidades, tiravam suas características, tiravam suas vidas, fragmentavam tudo, transformando-os em objetos.
“ Se eu mantive-me inteiro até aqui,
O sonho, o sono, o despertar, não acabou
Aqui então viverei, aqui então morrerei
A energia fluiu, o mar de risos, de gritos,
De raiva, alegria, paixão, amor e ódio
Na noite ensolarada,
Tudo se vive, tudo é da terra,
A terra é de tudo, o cosmos, é tudo,
São de tudo, são de todos, são o tudo.
Somos nós. “
A Raiva e os Sentimentos
Evitam a raiva PRISÃOSem Sentimentos
Tem amor  VIDA Tem raiva
Amor  HARMONIA  Ódio
Tensão  GOZO  Climax, Alivio
Sexo  MAGIARitual da Auto-Destruição
Antagonismos formam sinteses ? Paradoxos naturais ou natureza
paradoxal ? Naturezas naturalistas, biopoliteistas ateus do devir?
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A quebra do equilibrio.
Estavamos numa floresta, realmente alegres em nossa caminhada
errante escutando o ancião Jung de Miro que contava-nos historias na
roda que se formara entre a fogueira e o vinho.
- A muito, muito tempo, existia um povo que não sabia rir, esse povo
era dominador, tinham lanças que cuspiam fogo*, guerreiros montados
em criaturas rapidas como dragões. Este povo era terrivel, rangiam
os dentes de tão angustiados, tinham os braços rigidos e os olhos
sem expressão. Tornaram a terra das tribos daquela floresta puro
fogo, pura lama, mataram todos animais e faziam panos com a pele
desses animais para vestirem-se e mostrarem seu status.
- Eles sabiam matar, eles sabiam dominar, mas nem ao menos sabiam o
que eram os sentimentos, a muito ja tinha se perdido disso, sabiam
matar, sabiam destruir. Um dia um desses guerreiros insensíveis
encontrou um menino Bela-Parrachiano e perguntou : Onde estão os
guerreiros Parrachianos? Enquanto olhava tenso para todos os lados e
suas mãos suavam rígidas como pedras segurando a lança que cospe
fogo.
- Eles estão como de custume brincando, tomando chá, vinho, fumando,
fazendo sexo, dançando ou caçando, aqui tudo é alegria e tristeza,
todos os sentimentos fazem parte de nossa vida, sabemos que negar um
sentimento é negar a todos, mas porque deseja saber? Deseja se
divertir conosco? Venha, venha! O garoto que antes fazia malabarismo
então deu as três maças que segurava ao guerreiro e disse, venha
brinque comigo.
Nesse momento o mundo parou, o guerreiro olhou com os olhos
lacrimejando, parecia que toda aquela sua defesa, toda aquela
barreira que o impedia de comunicar-lhe com o mundo havia sido
quebrada ali, por um simples menino, por simples bolas de
malabarismo. O céu refletiu o pranto e a chuva jorrou, jorrou tão
bela quanto a inocência daquele menino que transformara uma lagarta
em uma borboleta. O guerreiro então lhe disse:
- Por favor menino, seja meu mestre, ensine-me a sentir novamente,
isso é a melhor coisa que poderia ter me acontecido, não quero mais
viver a austeridade, deixe-me tornar um Bela-Parrachia.
Deve aprender então a raiva, pois a tristeza é tão linda como a
alegria, o que sente dos que fizeram de tua vida uma prisão? O que
sente com relação a aqueles que matam e destroem todos os
sentimentos, todos os povos que destroem a harmonia com a natureza,
pois se alienam da vida, o que sente?
Uma fúria incontrolavel tomou conta do guerreiro que começou a
chutar uma arvore ao lado e soca-la, seu choro não caia mais do céu
e sim de seus olhos, a vida pela primeira vez transpareceu para o
guerreiro que gritou :
- O QUE ERA A ORDEM QUE ME IMPUNHAM ? NÃO ERA PODRIDÃO E MORALISMO
LASTIMAVEL ? ME DERAM A MORTE E FALARAM QUE ERA VIDA, HOJE OS ÓDEIO!
O guerreiro então sentou-se e começou a meditar, meditava não
interiorizando o ódio e sim exteriorizando-se e entrando em contato
com o mundo real, tornava-se ali parte da natureza, tornara-se ali
um Bela-Parrachia.
Após o ódio o guerreiro pode compreender também o amor, pode
compreender todos os sentimentos que a vida traz, pode compreender a
própria vida. O guerreiro então agradeceu muito o menino e partiu
com sua missão de trazer de volta a vida para seu povo natal. Reza a
lenda que ele conseguiu, e todo seu povo hoje vive em montanhas
isolados em contato com os animais e a floresta.
* Acho que aqui fica claro a clarividência e os deja-vus dos
Bela-Parrachia, indo alem, fica claro a superação do tempo pela
psique Parrachiana.
A Família Parrachiana e a Guerra da Doença Contra a Natureza

“A família, tão consagrada instituição, tão famigerada relíquia,
passando tradições, contradizendo emoções, limitando relações.” Lyn
Myhn. 37 d.l (depois de Lyn)
Morte!!! Pecadores!!!!! Gritava enfurecida uma multidão de
religiosos que corriam atrás dos Bela-Parrachia… Tudo começou
quando os Bela-Parrachia resolveram acampar um tempo, bem próximo a
uma cidade religiosa, a grande questão que gerou o conflito entre
esses dois povos, foi justamente a questão sexual e familiar.
A família Parrachiana não continha os padrões monogamicos, rígidos,
culturalmente tradicionais assim como os desse povo “religioso”,
mesmo porque o Deus da religião que condenara os Bela-Parrachia era
um Deus assexuado (e a sexualidade para aquele povo se resumia a
procriação), e os deuses e deusas Bela-Parrachianos, sempre morrendo
e dando lugar a outros (ou não) eram em grande parte altamente
sexuados e altamente diversos, entre eles existiam deuses (e Deuses)
assexuados, poligamicos, monogamicos, heterossexuais, bissexuais,
etc..(entre eles animais, Deusas, deuses que não eram seres,
energias…), poderia-se até considerar que toda a natureza era a
deusa desse povo.
Dessa forma a família Parrachiana não existia como fragmentação
social, existia como totalidade popular e natural. Se formos
considerar uma família Parrachiana, deveríamos considerar todos os
adultos como pais e todas mulheres como mães, as crianças recebiam
educação de todos, principalmente dos mais velhos, assim como muitas
tribos indígenas que foram influenciadas místicamente e
atemporalmente pelos Bela-Parrachia.
Após a ardida fuga do povo Parrachiano pelas florestas de Swe’rohw,
o povo Parrachiano ainda estava confuso sobre o que aconteceu e
conversavam sobre o fato :
Kohn Hu : “ Perigo, incompreensão do amigo, então apontou uma arvore
caída sobre diversas plantas (a arvore tivera matado as plantas).” O
que devemos fazer? Lutar ou fugir? A terra deveria ser de todos,
mais eles a tomaram, nos atacaram simplesmente porque alguns de nos
faziam sexo no meio da praça, que fica no nosso próprio acampamento.
Von Darsê : Kohn Hu, a praça não é nossa, é deles e de todos, eles
querem nos impor suas leis, eles querem nos impor suas tradições,
acusaste-os de derrubar arvores sobre plantas, inferiste-nos de uma
pequenez ilusória. Eu compreendo que eles dominam o seu próprio povo
através de sua família e de suas leis, mas escute-me, nos não somos
libertadores, os maiores libertadores sempre foram os maiores
opressores, se querem acabar com o domínio devem fazer isso com as
próprias asas, se aquela febre patológica voltar a nos assombrar,
nos defenderemos com nossos remédios.
“ A prisão da família,
sentida na pele,
sentida a ferida.
Os olhos brilhavam,
enquanto descobria a vida,
Mais tudo aquilo lhe foi negado,
o mundo lhe foi roubado
Pobre garoto,
que hoje esconde o que quer,
Descobriu a felicidade na família Parrachiana,
Descobriu a liberdade,
descobriu a amizade,
Descobriu que tudo é de todos,
e todos são o tudo,
Descobriu que tudo é parte,
Daquela maravilha,
que se chama mundo.”
Kohn Hu, 23 d.k
A Maldição que Salvou Vidas. (diário de Von Darse)
Escuto um esporro, mas não aguço minha neurose, entro em contato com
o silencio esperando a cada vão o respaldo das ondas de som, que
adentrariam meu ouvido caso fosse necessário. Meu ouvido como o de
uma águia capta a maldição, alguém, algo, teria nos amaldiçoado, eu
ainda não pude saber o porque, ainda não pude prever e prevenir, só
sabia que meu povo estava doente.
Porque? perguntava a Deusa Éris, porque teriam os Deuses cometido
tal ato? xinguei-os, não pude evitar, não importava, estaria selado
nosso destino? Seria esse o grande fim que nós aguardava? Não podia
acreditar, comecei a chorar diante da chuva que completava o clima
de instabilidade, a chuva caia como que me corroendo, era tão acida,
era o reflexo de minha dor.
- Ei, Porque choras meu jovem? – Perguntou um senhor que passava.
- Não posso evitar, meu povo está doente, grande parte esta com
perigo real de vida, só o que fazem é ler, comer e dormir, mal
conseguem se locomover. Nosso povo sempre foi andarilho, sempre foi
atlético e nunca nenhuma doença nos assombrou com tal intensidade. –
respondi com voz mórbida
- Então o que estás fazendo a chorar? Procuraste a cura pro teu
choro e de teu povo? Nenhum Deus comanda nada, olhe para natureza,
observe como ela se locomove, Gaia*, é assim que a chamamos em minha
terra. – disse-me o velho que tinha os olhos indiscritivelmente
profundos.
- Você tem toda razão, muito obrigado.
Agradeci-o e parti rapidamente com uma parte do grupo que ainda não
estava doente a procura de cura, mas o mais interessante foi
observar que quem descobriu a cura para doença foram os próprios
doentes que estavam a ler bastante, como única atividade que eles
poderiam realizar.
Depois de uma pequena busca podemos encontrar os remédios para os
doentes e cura-los, e incrivelmente saímos daquela “maldição”
vigorosamente mais fortes, a nossa informação havia crescido,
conhecíamos agora melhor as curas e as próprias doenças e felizmente
não houve preços para isso. Jamais pagaríamos um preço alto para nós
trazer tais informações, ou tecnologias, como as pedras as chamam,
jamais seriamos cruéis como as pedras de sacrificar vidas por tais
tecnologias, mesmo porque estas nos trazem informação, o que é bom,
porem não nos trazem o mais importante, que é a felicidade e
harmonia de nosso povo.
Mais tarde so que Von Darsê** foi saber que o velho que lhe falará
era o famoso e hermético Dan Ki Chopper***, um santo ateu que
grassava pelas cidades mostrando o mundo para os que se atolam em
metafísicas e esquecem de viver.
* - Aqui fica claro de onde surgiram as teorias de Gaia que só hoje
são reconhecidas, iniciadas com o mestre Dan Ki Chopper
** - Novamente Von Darsê usa seu nome em terceira pessoa.
*** - Dan Ki Chopper alem de santo ateu foi o criador de uma técnica
oriental de concentração que é utilizada até hoje.
O Mapa da Felicidade (diário de Kohn Hu)
Onde está ela que todos procuram? Onde está a Deusa, o mar, a luz e
a razão da vida? Onde está a felicidade?
O céu caiu sobre as flores que murcharam, o céu se abriu e as flores
levantaram, onde está a felicidade? Onde está a felicidade? No
levantar da pétala? Ou no murchar da dádiva colorida da Deusa?
Resplandece-me os olhos tanto a morte quanto a vida, tanto o inicio
como o final e igualmente o decurso. Onde desses itens estará a
felicidade? Em si mesmo, na alma ou na sociedade, no barco ou na
viagem? No mar ou na terra? Na certeza ou na duvida?
Resolvi perguntar ao mestre Von Darsê onde poderia encontrar a
felicidade, e se eu fosse ajudar as pessoas a encontra-la, para onde
eu deveria apontar.
- Von Darsê, preciso de uma resposta, onde posso encontrar a
felicidade? Perguntei-o
- Estais triste? Não encontrastes vossa musa?
- Não. Estou feliz, sei que me tornei feliz quando vim pra ca, antes
eu era muito triste, então a felicidade se encontra onde vivemos e
como vivemos?
- Talvez, o que achas?
- Não sei ao certo, porque apesar dos pesares em minha antiga terra
haviam pessoas felizes, é realmente muito estranho, existem pessoas
felizes em tantos lugares. Na minha antiga terra sempre diziam que
felicidade era encontrada na raiz do coqueiro, mais eu nunca vi
felicidade ali, na raiz do coqueiro. Porventura eu a encontrei nos
cocos e não na raiz do coqueiro. Sinto-me confuso, acho que a
felicidade não está em nenhum lugar definido e sim onde cada pessoa
possa encontra-la de acordo com sua formação histórica e intelectual.
- Talvez, vossa opinião é sabia, assim como a verdade não é una, a
felicidade pode encontrar-se tanto no raiz do coqueiro, como no
próprio coco, na queda do coqueiro, e mesmo a própria tristeza pode
encontrar-se nos mesmos lugares que a felicidade. Porem é necessário
dizer-vos que existem coisas que podem trazer doenças e limitar ou
mesmo destruir qualquer possibilidade de felicidade. Não deveis
deixar de lado vossas necessidades e as de teu corpo, porque tua
religião ou tua política te prendem, isso se queres ser feliz. Não
devemos colocar a felicidade num pilar e criar teorias para
alcança-la, devemos vive-la.
E assim disse Von Darsê, influenciado pelo espírito místico de
Ninguém, espírito esse que influenciou muito os Bela-Parrachia. Mais
não vou me adentrar nesse sacro santo nesse momento. Eu pude
compreender a felicidade, que tantos procuraram sem querer
encontrar. Muitos da minha antiga cidade diziam procura-la mais
estavam a todo tempo se punindo, como querer encontrar a felicidade
na punição, na dor e na amargura? A doença ja defecara naquele
local, e seu povo esta doente demais para perceber “a praga”.
“A felicidade do velho coelho,
Jamais se traduziu em palavras
Era vista em gestos, doces lagrimas
Que caiam, subindo ao céu
A doença, a praga não lhe acometera
A sua cachoeira não era paralisia,
Era fluxo, vida, nunca hipocondria
A própria vida era felicidade, e tristeza
O mundo inteiro era sua vaidade
Que se entrelaçava nas arvores da verdade
Não tinha lar, não tinha medo,
Tudo era teu, nunca em segredo
Teus muitos filhos brincavam
Teus e de todo povo
O sol brilhava
Também a lua,
Na floresta o povo sentia,
Amor”
Kohn Hu
A Vida dos Gansos e o Culto ao Lúdico
A vida dos gansos Parrachianos “sempre” foi a marca do júbilo e do
culto ao lúdico, e por isso, talvez, as árduas críticas por povos
que “necessitavam” (ou simplesmente queriam) que o trabalho fosse
cultuado e mistificado como algo sagrado, nobre, onde invertiam as
relações de dominação teoricamente. A realidade desses povos contudo
como ja lhes disse, é exatamente o inverso, o proprietário que não
trabalha (ou trabalha menos, superficialmente..) é o nobre, ja o
camponês que trabalha arduamente acometido pela peste trabalhista é
o pobre e o escravo.
Os gansos Parrachianos então renegavam o trabalho trabalhando, a
questão para eles era, o que é o trabalho? Se o trabalho é
obrigação, se trabalho é imposição, se o trabalho é chatice, se teu
trabalho é usado contra ti ou roubado de ti, se o trabalho é
evolução para os donos do poder, devemos amaldiçoa-lo, abomina-lo,
destrui-lo, agora se teu trabalho é diversão, felicidade, superação,
evolução, mobilidade, expressão e mesmo tristeza pode-se ou mesmo
deve-se ama-lo.
A vida dos gansos Parrachianos era lotada de diversões, entre elas
um jogo onde usavam uma bola e com os pés devia-se ludibriar o
adversário*, esse jogo cabalístico foi inventado por um ganso
Parrachiano chamado Ganso Goiano ou G.G.Elder, essas diversões
tinham fim em si próprias contudo eram também rituais místicos.
O trabalho para eles não era “trabalho” pois detinha essa conotação
de diversão, alegria, brincadeira, etc.. portanto mesmo quando
procurando, produzindo coisas essenciais os gansos Parrachianos
faziam jogos, por exemplo : quando tinham que caçar disputavam quem
conseguiria abater primeiro um animal, então iam se divertindo.
Na sociedade dos gansos Parrachianos não existia propriedade, era
como um anarquismo primitivo, ressaltando novamente que nada era
trocado, vendido, negociado, usado, tudo era vivido e pertencia a
todos, não porque tudo era distribuído e sim porque tudo era da
natureza, mesmo o modificado pelo homem era em essência natural,
assim como os próprios homens, portanto tudo era de todos mesmo sem
haver uma conceituação disso.
No errantismo Parrachiano não havia lugar para lideres, somente em
casos de guerra ou real perigo de sobrevivência, como pragas os mais
sábios ou mais velhos assumiam uma postura de organização ou
coordenação da comunidade Parrachiana e assim que a guerra, ou peste
sumissem esses “lideres” eram depostos e assim vivam os gansos
Parrachianos e assim Parrachiavam os gansos vividos.
“Livros a ler, trabalho a fazer, diversão a acometer, vida a
decorrer, Saúde a vencer, mente a voar, pássaros a cantar, arvores a
viver, morrer, respirar, sementes a brotar, bebes a nascer e
verdades a transgredir”
* - essa prática foi fulminar no futebol moderno.
Sobre o Suicídio Místico
Trevas, escuridão, as gramas submersas na água escura naquele
pequeno alagamento, apenas uma planta tinha força para se manter em
pé e em estado deplorável, se antes tivesse morrido a desgraçada. O
que fazia de pé? Deveria ter morrido, faz parte do fluxo da vida,
faz parte da própria existência.
A verdade absoluta sempre foi vista como desgraça para os
Parrachianos, isso não é segredo para ninguém, simplesmente é vista
com desdém. A planta velha que não morre, deve morrer, deve deixar
que as novas plantas triunfem, deveria permitir sempre a renovação.
Começou a estranha história num árduo dia de chuva, nos primórdios
Parrachianos, uma tempestade terrível atolará tanto os pés quanto a
mente de alguns Bela-Parrachia. Em todo esse “caos” na tribo, alguns
Parrachianos resolveram “tomar conta da situação” e começaram a
criar mitos e autoridades, começaram a resplandecerem-se como
salvadores.
Observando abertamente a situação, diversos Parrachianos entre eles
Von Darsê, Jung de Miro, Kohn-Hu, entre outros resolveram intervir e
chamaram todos os Parrachianos e demonstraram o fato, os próprios
suspeitos concordaram com a suspeita e admitiram estar fazendo
aquilo. Deveria a comunidade chegar a uma conclusão de como combater
o vicio do narcisismo, a exaltação do nome, o desejo de entrar para
história Parrachiana.
Essa situação incrivelmente foi tomar um rumo bem parecido com o
ritual de autodestruição, incrivelmente a superação do narcisismo.
(diário de Von Darsê)
- Andávamos pela floresta de Macatú, Hujará (um dos “narcisistas”),
Jung de Miro e eu, estávamos a procura de respostas, tanto mentais
quanto da resolução dos problemas da enchente. Espreitando a
escuridão e o medo escuto um berro : AREIA MOVEDIÇA, CUIDADO!!
Afastei-me e olhei com cuidado, era Hujará, com sua face pálida,
encolhia-se como um verme com um terrível medo da situação, contudo,
quando fomos ajuda-lo nos disse com árduas palavras – deixe-me, irei
me libertar sozinho – eu via o estopim da situação, o narcisismo
máximo, o limiar entre o narcisismo e a separação do mundo, a
angustia pura.
- Deixe-nos ajuda-lo Hujará, de que vale todo essa egolatria? Não é
isso imundice e pequenez? O grande homem se faz na vida e não
precisa deixar marcas, não precisa de monumentos, ele é grande, ele
foi grande, não precisa e nem quer provar isso a ninguém.
Hujará nos escutou e sorriu, ajudem-me gritou o homem, gritou o
menino, gritou o idoso, não importa a idade, Hujará foi sabiamente
inocente. Nos o ajudamos, ele saiu da areia movediça… e começamos
a refletir juntos sobre o que tinha acontecido.
- Como podemos acabar com esse narcisismo? Alias, como podemos
diminui-lo? Como podemos fazer que as pessoas queiram crescer por
elas, e não para um futuro ilusório, e não só para “imortalizar-se”
– perguntou Jung de Miro
- Qual o mecanismo que as permite tal vontade de “imortalizar-se” –
perguntei-os e a resposta veio dos dois ao mesmo tempo.
- É o nome, responderam confusos
- Então ai está, derrubem o nome e estarão derrubando também a
identidade imortal, a autoridade, o ídolo e o estigmatizado.
- Mais não estaremos deixando assim de sermos nos mesmos? argumentou
sabiamente Hujará
- Você é seu nome ou você é o que vive? Você é palavra ou você é
mundo? Respondi-o
- Tem razão Darsê, mais o nome facilita a comunicação, talvez fosse
mais sábio a troca após um tempo.
- Sabia opinião, estou de acordo.
Então voltamos a aldeia e discutimos com as pessoas da tribo e no
final todos concordaram com a idéia, conversamos bastante, tomando
muito chá, comendo maças, dançando, gritando, rindo…tudo era
motivo de festa para nós, a vida era festa, a tristeza era festa, o
amor é lindo, o ódio necessário, então após a nossa esplendida
confraternização juntamo-nos e mudamos de nome, simplesmente assim.
Neste momento então o céu abriu, o chuva parou, a volúpia tomou
conta de todos, era lindo, as gotas de água caiam lentamente das
plantas refletindo os sorrisos das pessoas, o arco-íris surgiu e
resplandeceu as lagrimas que corriam o rosto de alguns, era O NOVO
NASCER DA VIDA, um segundo parto, uma segunda vida, e desde então
fazemos o suicídio místico de tempos em tempos.
Seja Você ( Diário de Von Darsê )
Importa-se? É tudo isso verossímil? Meu diário uma farsa? Nossa
seita uma ameaça? Um mito, um santo, um Deus, um pranto? Sim, talvez
seja tudo uma mentira, importa-se? Exporta-se? Não importa se sua
verdade é real, ou uma ilusão, uma mentira. Nós continuamos a
existir, na mente de quem for demente, o louco gênio que não pode
ser compreendido por quem não se sublevar contra a normalidade, o
homo normallis, a autoridade, o rei, o papa, a mitologia.
Iremos continuar por ai a fora, matando deuses, criando mitos,
construindo alicerces e os quebrando, continuaremos a jornada da
vida, evoluindo, desiludindo, disseminando o fogo e a chuva.
Importa-se? Exporta-se?
Ao seu lado estará um Bela-Parrachia, ao teu lado estará a vida e a
morte, sem medo, com medo, sentindo a vida mesmo que com dor, com
coragem. Daqui a 1800 anos, estarei ao teu lado para destruir a
ordem, causar o caos harmônico, estarei ao teu lado para trazer o
novo, o devir, porque? Porque nos somos imortais. Porque a Deusa
Éris está ao nosso lado, porque Jesus ja foi um de nossos guias
porém ja o quebramos, melhor, ja quebramos parte de suas idéias, ja
não está mais entre nós. E você homo normallis, importa-se? Teu
trieb* está morto, da demasiado valor a mentira, a falsidade e a
irracionalidade, está é a sociedade que estais a criar, o aviso ja
foi dado pelos Deuses, pelos Gansos, a natureza ja se rebela contra
ti, um segundo mais, um segundo mais, o tempo gira e você não muda,
gira, gira, gira, gira, gira.
Mate-se homem, mate-se mulher, crie um pouco de esperança, VA LER,
VA VIVER, CANTE, DANÇE, não tenha medo dos outros, não tenha medo do
Outro. Sente-se e medite, sente-se e suicide-se, viva uma nova vida,
seja outra pessoa. SEJA VOCÊ!
“ revivere, revigorum semper”
* Trieb – Instinto
:
Contos e Encontros: O Bela-Parrachia e o Bêbado Lúcido
- Dançando com os gansos – Ensaios sobre o saber viver.
“E quando tudo sumiu de sua vista, ele viu finalmente”. Kohn-Hu 88 d.KH
Prefacio de Frei Nando.
Este é apenas um pequeno conto, que remonta das tradições modernas do Bela-Parrachianismo. Em 1971 foi publicado a guisa de re-introduzir o Parrachianismo na cultura contemporânea. Ele saiu num Zine alternativo francês chamado: “Les mots”, e o texto saiu na publicação como: “Il faut savoir-vivre, le Parrachian en dance avec les jars” (É preciso saber viver, o parrachiano dançando com os gansos) tendo pouca repercussão na época, em especial pela publicação ter ficado pouco conhecida. O protagonista do texto chamava-se na época de Dr.Spotin, apesar do texto ter sido publicado por um insurgente da época, que foi amigo de franceses que ficaram famosos, como os Situacionistas. O nome desse jovem era Ruy Garcia (1942-1986) e foi jornalista.
Sabemos que, contudo, esse nome não significa muita coisa na tradição Parrachiana, pois os nomes nesta tradição são trocados eventualmente, em especial através do ritual das bolas de gude¹. O motivo especial desta troca é não favorecer o que chamamos na moderna psicologia de “Ego”, pois é através do nome que identificamos a algo como nossa propriedade, isto é “meu”.
Não desejo estender-me muito sobre esse prefacio, gostaria apenas de ressaltar que este documento é extremamente interessante devido a falta de traduções de textos no Brasil sobre o Parrachianismo. Inclusive, creio que este é o único documento que temos em português que o autor aborda a tradição dos gansos, tão conhecida e ao mesmo tempo tão pouco conhecida em nossa contemporaneidade. O texto mostra também que o Parrachianismo não se resume a um nomadismo territorial, e qual sua origem, permanece mutante, e adepto do arroz.
Faço apenas o apelo final para que os Parrachianos possam além de estar suprindo-nos de novos textos, possam também estar fazendo traduções e trazendo a tona textos arcaicos dessa tradição tão bonita que foi perdida as margens da história.
Frei Nando, 2006. Um ávido Parrachiano.
O encontro: O bêbado e o Parrachiano.
Eram dez da noite, e eu acompanhava de perto a procissão que passava pela rua, eram tochas e pedras de estudantes rebeldes. Mas, ainda, algo me interessou como um relâmpago: Era um ser, com um olhar de cabra e um cheiro de tinta óleo misturado com canela. Ele olhou para mim, como um qualquer, e jogou uma caneta no chão. Fiquei durante uns cinco minutos parado, olhando para a caneta, tentando entender aquele gesto, foi quando ele levantou-se da cadeira e veio andando com sua bengala até perto de mim e soprou na minha cara.
Eu imediatamente sentei, e meditei: “Estou demasiado bêbado ou este ser é louco?”. Neste momento a luz do bar piscou, e sentamos para tomar uma cerveja. Eu comecei imediatamente a perguntar qual era seu nome, e por que diabos ele tinha cheiro de tinta óleo e canela, ao que ele me disse:
- Estou com fome, vou abrir um saco de amendoins.
Então ele abriu o saco de amendoins e começou a botá-los na mesa formando, no final, o esboço de um desenho que se parecia um elefante, foi quando ele me perguntou:
- O que você acha?
Respondi após tomar um gole de minha cerveja:
- É bonito. Você provavelmente é um artista.
Ele me olhou com assombro e disse:
- Se é bonito, por que você está parado?
Após dizer isso, comeu o elefante e riu, falou que eu era estranho e se apresentou:
- Me chamo Spotin e o senhor?
- Ruy Garcia, é um prazer conhecê-lo.
- Spotin, o que faz nesse bar? Perguntei.
- Bebo. Respondeu.
Nesse momento percebi que não se tratava de uma pessoa comum e que eu estava perante um grande sábio. Resolvi então fazer-lhe perguntas que pudessem nos levar a algum lugar avançado.
- Mr. Spotin, posso lhe fazer algumas perguntas?
- Você pode beber cerveja.
- O que você acha desta revolta?
- Exatamente. Respondeu.
Então ele começou a falar, precedendo minhas perguntas:
- Bem, já que você parece um gravador com pernas, eu lhe darei bons ouvidos. Eu sou de uma religião conhecida como Bela-Parrachia. Certamente, você nunca ouviu falar dela, pois já percebi que você não tem bons ouvidos.
- E no que ela consiste? Perguntei, antes que ele pudesse pagar a conta e fugir.
- Ela se resume a tudo mais. Me diga, meu jovem: Você já viu seu bisneto?
- Mas, senhor, meu único filho só tem 2 anos!
- Eu sabia que você era cego! Eu acabo de beber o seu neto!
Fiquei apavorado! Eu sabia que eu já tinha bebido demais, e talvez por isso desse tanto valor a aquelas palavras enigmáticas que beiravam a loucura. Eu sabia, no fundo de minha alma, que deveria continua a beber. Aquele dia, apenas aquele dia.
- E quem é meu neto? Perguntei, enquanto começava a vê-lo duplicado.
- Seu neto é um ganso.
- E como então você o bebeu?
- Ora! Se eu não bebesse gansos, eu já estaria morto!
Então ele explicou-me que a realidade ultima provinha dos gansos, e que tudo mais era ganso, exceto o nada, o não-ser, o não-aí, isso era o Pato. Explicou-me que a medida que o ganso ganseia o mundo se faz, e a medida que o pato – que não tem um pescoção – se move, o mundo caminha a seu fim, ao apocalipse.
O mais estranho foi que a medida que eu ia bebendo, eu começava a escutar um barulho estranho, um Q, após um U… Tive medo, terror, angustia! Finalmente pude compreender o que era: “Quên, quên”, ouvi aquele barulho assustador em minha mente, como um canhão rosnando em uma guerra… Desmaiei imediatamente.
Quando acordei, percebi que eu não estava mais bêbado, mas algo havia mudado em mim. Vi amendoins jogados no chão, e compreendi a realidade. Peguei-se e os organizei. Comecei a jogar os amendoins como bolas de gude, então começou a chover, e a chuva jorrava de maneira linda! Como eu nunca havia visto antes.
Depois do jogo foi andar na chuva, eu tornei-me um ganso, percebi plenamente a medida que eu batia minhas asas e andava nu por aquelas calçadas. As pessoas passavam e não percebiam a minha nudez, mas afinal, aquilo não tinha mais sentido. Eu era ganso, eles eram ganso, o chão era ganso. Comecei a beijá-los todos, os gansos-gentes, os gansos-chãos e até mesmo os gansos cervejas, em poucos segundos eu fui deslizando pela cidade como uma lesma e uma multidão de animais, pessoas, coisas, me seguia, de maneiras muito diferentes, e partia em direção a algum lugar. Acordei, por volta das três da manhã perto de um lago, achei que eu estivera muito bêbado. Comprei um jornal e fui descobrir que ontem a noite, por volta das 22:00 uma multidão de pessoas parecendo gansos selvagens havia invadido um mercado e “roubado” diversos itens argumentando que os itens roubados eram eles mesmos e numa outra praça publica diversas pessoas, agindo como gansos, haviam tirado suas roupas e feito uma festa, com direito a orgias e muito arroz, segundo o jornalista.
Ruy Garcia.
.Texto dedicado ao excelentíssimo Parrachino, senhor: Dr. Spotin que me proporcionou a maior vivencia da minha existência.
Asa Pada
Que me importam os vultos? Os vultos dizem muito mais do que uma clareira numa noite de verão… versão acabada da neblina, tonteia as vistas dos visores. Só um idiota pode ser engolido por seus olhos. Aquele que de fato vê se esforça por nublar o mundo, acaba por chacoalhar as pedras. Os sonhos de verdade estão nas mãos.
Depois do estilete verbal de Von Darsê, as pessoas fecharam os olhos e abriram as bocas, línguas se entrelaçaram e massas viraram moças, maças fizeram-se em rostos e vermelhas frutas. Quantos cantos não saíram daquele lago aberto ao fechado. Mãos manearam os arquetes e fizeram salgadas comidas: está é a santidade da massa, fazer comida com. Aqueceram-se junto ao fogo, pois é o fogo que queimou a tristeza e a melancolia. E.T.ernidade.
Fraternos irmãos, se aconchegou de suas palavras Gagaya Mana. Que hoje seja um dia e não mais outro, que hoje seja uma noite e não mais outra. Vocês me escutam com as mãos e eu lhe falo com a pele: não queridos concubinatos, o concúbito não é de se fazer de paisagens! Um pintor que se rende a iluminação não passa de um holofote! Imbecil, não consegue criar! Imbecil, não consegue concertar! Imbecil, não consegue construir!
Os meus pés dançam e minha mente morreu para dar lugar a minha alma. A alma não sabe da linguagem, o automatismo da linguagem se contrabalanceia pela fluidez da língua. Não, amados, chega de fotógrafos! Roubam nossa almas as fotografias, roubam todo poder do deus do momento, Jihoku-Uhuban. Uhuban nos deu(s) a luz e a volúpia de tal forma que a forma se perdeu, meu corpo agora é corpo. O circulo, a reta, o hexágono são todos possibilidades. Ninguém nasceu para se perder em fotografias, ninguém nasceu para ser gravador de vozes, ninguém nasceu para repetir, ninguém nasceu para olhar no espelho. Idiotas, ainda não aprenderam o valor que o fogo tem! Idiotas, ainda não tomaram uma ducha de luar! Idiotas, não viram que a aurora era feita com corpos e salivas? Idiotas, não sabem ainda construir!
Meu ódio é de um amor tremendo, e assim me aniquilo, não de palavras, nem de imagens, não de sentimentos, nem de pensamentos. As respostas foram feitas para quem não sabe formular perguntas. Nada é tão visível quanto um neblina. A turvidão é mais reta do que o claridão. Aloha irmãos, toquem pois vossos corpos e estejam a espreita do matagal, pois é do mato que surge o que tem valia. O sapo pula e águia voa, mas ainda nossos espelhos não aprenderam a falar.


Por que o Bela-Parrachianismo não desenvolveu no Brasil ou de como o Sol secou a terra
Por FernandoR.¹
Depois de séculos de bela-parrachianismo é interessante fazermos uma pequena, quiçá ridícula, re-visão crítica. Analisarmos de que forma os Bela-Parrachia sucumbiram na tarefa de chuvar os áridos desertos pomposos de verdades irrefutáveis na região brasileira.
Para quem não sabe o bela-parrachianismo começou na China, não se sabe a data certa dessa gênese, pois os bela-parrachianos tem um sistema de datação muito complexo, que parte da data de nascimento dos sujeitos particulares, p.ex. eu que me auto-denomino “Frei Nando” possuo 42 anos, logo, a data plausível seria: 42 p.F (pós Frei, polícia federal ou prato feito). Existia também, nas sociedades nômades propriamente parrachianas, um sistema de datas coletivo que era dado por uma representação fantasmática, como um Luther Blissett ou Timóteo Pinto modernos. Mas havia uma diferença. Embora esses seres não sejam, em última instância, identidades particulares como nossos nomes próprios, eram nomes que pertenciam a uma única pessoa e que, de tempos em tempos – normalmente uma estação de ano – mudavam de lar.
Esses nomes eram compostos de certa animosidade, como se ao incorporar aquele nome o sujeito tomasse para si um pouco da história do nome, um pouco da herança ancestral que vivia naquele nomina.
Mas vamos às contemporaneidades. Esses seres tão fabulosos, os bela-parrachia, como Jung de Miro, Von Darsê, Kohn Hu, Kai Mai Ching e Fernando Rivelino, Hujará, e, last but not least, Lyn Myn, dominaram o imaginário “underground” chinês durante séculos, entretanto, no Brasil sua aparição é atualíssima. Foi um árabe que se chamava Kohn Hu que trouxe os alfarrábios parrachianos que chegaram a minha mão, ainda em 1994. Este douto árabe já tinha traduzido alguns textos, que na época, muito me interessaram. Em 1999 comecei meu aprendizado de árabe com o professor Arthur e, em algum tempo, pude decifrar o estranho “Bela-Parrachia: Vida e Morte dos Mitos”. Evidente que já haviam outras tentativas de fazer-adentrar o parrachianismo no Ocidente, como na França em 1971. (cf. Contos e Encontros).
O livro trata de assuntos muito diversos, mas procura trazer um pouco de flexibilidade as verdades escritas a diamante. Ora, com tamanha estranheza o livro foi interessar especialmente os discordianos, os freaks, além de alguns anarquistas ontológicos e detratores do mainstream. O fato é que este livro ameaçava as rígidas convicções de estruturas inapeláveis: de diversas formas de “ismo”.
De certa forma é importante considerarmos que o bela-parrachianismo foi derrotado na guerra contra a paranóia. As verdades venceram, o literalismo, a seriedade e o trabalho. Fomos derrotados em nosso próprio terreno tropical. A chuva cessou, o deserto resplandeceu: a comédia morreu.
¹ - FernandoR. é pesquisador da CNPQ para estudos parrachianos, além de membro do comite inter-setorial para divulgação e promoção de realidades alternativas.


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KALMA SURTA
O Livro das Transmigrações Shimonianas

Esse livro é segurado por quem segura! Fase BETA: efeitos Culaterais evidentes!
Introdução Proctológica e Vulvavisional ao Texto
Hoje, meu singelo e querido amigo, resolvi abrir sua mente para o que há de real no nosso ocultismo.
Na verdade, deixe eu te contar um segredo: o que é Real não presta! Nem o que é Irreal.
Sabe o que presta? NADA! NADA! NADA!
Por isso, eu estou te chamando para o lar dos discordianos, a Torre do Mago Saruman, a Batcaverna,
a mente iluminada: S.H.I.M.O!
Conheça a S.H.I.M.O. e mude sua vida!
Onan te chama… e eu também!
- Grão Pestífero
Do Kalma Surta
O Kalma Surta sempre existiu, e você já o leu mui vezes… na verdade o Kalma Surta é o corpo de Onan manifesto em Redun, isso desde que tua mão resolveu moldar o universo…
Onan se mostra como palavras para não cegar o olho do simples Mortal e dos Ímpios Cara Cinzentas…
“Vida para ser vivida, inicialmente tem que ser cuspida”
Redun, em Lembranças Esquecidas que Esqueço de Lembrar que não Lembro
Subliminar, não Há Isso de Modo nenhum aqui, Ora!
A irresistível irrealidade do real é sureal!
Da SHIMO A Sociedade Hermética Iniciática da Mão Onanástica é a única escola de mistérios onde você receberá o verdadeiro conhecimento oculto através dos Mestres Altamente Recomendáveis (M.A.R.).
Temos a audácia da ignorância, estamos sempre a par das últimas informações erradas, mas isso não impede de afirmar que aqui você aprenderá tudo o que já sabia sobre NADA!
Aqui você entra Grão e sai Montanha.
OOoOooooooOOooooooooOOoOOOOOoooooOOoooOOOOOOoOooOOoO
“Tirou o vestido da festa, pendurou no armário e foi ao banheiro fazer a barba!”Kassib Ib Nashi,
em Terrível Mundo Tolo Livro 3 Cap 23 ¹/²
DOS GRAUS DE NOSSA SACRA (DES)ORDEM
Os Graus Gerais, com seu simbolismo numérico:
0=0 - Grão
0x2 para o São Paulo - Pedregulho
999 = 0, nove fora nada - Morro ou Mato (depende da violência do sujeito)
488773636474 - Colina (o phoda é lembrar o numero)
22 (para os gagos 222) - Montanha
Graus Onanásticos:
0=1 Mão de Seda
1=2 Mão de Veludo
3=4 Mão de Mel
4=5 Epa, cade a mão!?
6=9 Punhetaerus Maeximus
Graus Canetonianos Pretorios:
Mensalonico Valérico
Cuecus Dinheirus
Graus Vakonianos:
Companheiro Vulvianiano Menor
Companheiro Vulvianiano Maior
A História da Peregrinação ao Cume
De nossa estupenda blibioteca em cordel em contramos o registrado e confirmado pela CPI, o mais valoroso livro no formato de poketbook em 34 volumes excitados e editados, a veridika e verdadeira, única por assim dizer nessas palavras, a real viajem sem LSD dos 3 neófitos cagados de medo, verificado pela trilha baixo à (reparem que este “A” também está crazeado) cima, ao encontro da Sapiência Totalitária e Absolutista SHIMONTIKA. Semente germinada ou germitudo, da S.H.I.M.O.
Paranormalinoidemente esses intrépidos Trupinianos evokaram os escritos mágicos da Caneta de Tinta Preta da feitos pela misteriosa Mão Onanástika e se tornaram possuidores do clarividenciamento concluido por pagamento liquidado ou seu débito de volta da, levantando o rabo da Vaka Preta, a, porque não dizer, desobliterada Vulvavisão em 180º.
O retorno do cume foi mais difícil, merda escorrega, mas agora os simples Imortais da Academia humildemente tornaram-se Altas Montanhas.
Quem quizer possuir na íntegra a epopéia, encaminhar um cheque em branco à (reparem que o “A” voltou a se crasear) S.H.I.M.O. e remeteremos até gozar onde quer que você esteja.
MAR Dom
Tem a Vulvavisão Estereofônika
Pneumônica totalitária
De steuninstelling voor etnische minderheden in de provincie Gelderland. Zij werken aan het
bevorderen van sociale participatie en economische.

“Macaco véio usa a cambuca é pra cagar”
DO PACTO DA ALMA
É simples, raciocine:para que raios você usa a sua alma? Sinceramente, nessa vida ela só é um peso a mais, ou melhor, nem isso porque nem chega a pesar…
Então, livre-se dela e seja imortal! Mande-a para mim e lembra-te de falar isso todo dia:
EU SOU D’US, NÃO EXISTE D’US FORA EU!
Ou em sigilo: EUSODNAXITFR!
Então, negócio fechado?
“O Homem Feliz Não Usava Camisinha!”
Ciclos Sagrados ou Mandamentos Esses são só ciclos de 1, 2 e 3 ciclagens…
ø Monociclo
Um SHIMONIANO é um SHIMONIANO, com as conseqüências que qualquer entendimento do que venha a ser izzo queira dizer.
Ø Bicicleta
Um SHIMONIANO não dá conselhos! (Izzo é util)
Um SHIMONIANO não ouve conselhos (Izzo é inútil)
ø Triciclo
Um SHIMONIANO nunca manda a Vaka pro brejo
Um SHIMONIANO nunca pensa na morte da Bezerra
Um SHIMONIANO não espera nem faz a Vaka tussir
Assim esta escrito (ou esta sendo) de acordo com o nosso sagrado e onibenevolencioso livro KALMA SURTA, O LIVRO DAS MUTAÇÕES SHIMONIANAS
O Sexo do Condivíduo– Por Grão Timóteo Pinto
O canto dos pássaros… tão singular como afrodisíaco, sexo.. sim, o voar cataclismático das intempéries canadenses, dos pássaros estados-unidenses, e o flutuar carioca da brisa do mar, irmão blissett ainda conhecerá nosso barco. O sexo, ora isso, ora aquilo, se destingue pela relaçao-contato genital, nu contato com zonas erógenas entre dois ou mais seres, que pode ou não levar ao gozo, ou ao ápice enérgetico e sua diminuição posterior.
Enquanto dois seres múltiplos e singulares na sua diversidade única, o contacto entre dois condividuos ou o contacto consigo mesmo (de duas partes de sua personalidade) atribui ao condivíduo um carater onanástico shimoniano, que masturbando-se-sexualmente a si próprio, produz um contato sexual múltiplo.
Isso nos leva a experiências indígenas de proliferação organismica bio-energética de plantas através do sexo perto das mesmas, e esse carater-florido sexo-influência pode ser perpassado aos seres humanos… o contato sexual em um recinto aberto-fechado pode levar a grandes ondas sexuais-masturbatórias. Em vez de nos fecharmos em um quarto, Timóteo Pinto deveria, não obstante, abrir as portas e praticar o coito consigo mesmo, enquanto estrela. Eu posso evocar o sonho e a fantasia e tornar reais tais prometéias pois a psicose degenerativa da minha personalidade é, com efeito, a multiplicação da evolução sexual enquanto cadeia dogmatica-incestuosa-incerta.
Fazendo o incesto consigo mesmo, enquanto membro da mesma familia, Timóteo Pinto cria a orgia, pois é muitos e nenhum.
Assim torna-se o que sempre foi, um vilão sagrado da história de um porco alado, chamado Harashingá.
Isso é um peixe?
Dualidade do Ping e do Pong Saudações Onanásticas!
O cumprimento sem mão!
De acordo com o Kalma Surta - O Livro das Transmutações Shimonianas, Cap 24, pag 69 temos:
No principio eram os Atarianos (lembra do Atari?), e neles haviam dois principios, o Ping e o Pong.
Simplesmente, por uma observação excessivamente koanistica, deve-se ter um mente que se a primeira faz Ping a segunda, necessariamente sem ser regra, pode e não ou deve fazer Pong…
Pegai e derivai-vos!
Aquele que não tem o Ping e Pong em si esta em desequilíbrio com o poliverso, eles são os principios que coligam a mente com outras dualidades: casar ou comprar escada? Cagar ou Peidar? Dinheiro ou Cueca?
Ping e Pong refletem os caminhos e escolhas da vida de um devoto da verdadeira SHIMO!
Assim termina o relato do Kalma Surta sobre esse transverso e poluente e ortogonal tema…
???????????? …Ficou provado que Tudo Pode ser redizido a Isso….Será?!?!?
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“Cebola com Chocolate tem sabor de BigMac”Grão Dudu
Exercicio de Ping-Pong
Montanha Mestre Dom explicou bem dentro da reversão sigilante…
Ainda passo um exercício que achei numa página do K.S. (Kalma Surta) para desenvolver o princípio de Ping e Pong no organismo:
- Deve-se arrastar um amendoim (simbolo sagrado na SHIMO) de um canto a outro de um corredor.
A que esse exercício te leva? Simples: de um lado a outro do corredor!
“PEIDEM OU APLAUDAM! TANTO FAZ! TANTO FEZ!”
“Andar no Metrô sem se segurar é uma das sendas para a iluminação!”
Kassib Ibn Nashi
Ativação da CUdaLIGUE do Ping e Pongo Esporádico
raquete, ping
raquete, pong
raquete, ping
raquete, pong
raquete, ping
raquete, pong
raquete, ping
raquete, pong
raquete, ping, ping, ping, ping, ping…..
oºoOoOoOooOOOoOººººOoOoºooOOºOºººoºOo Bolhas Bolhas Bolhas

O DUPLO TERNÁRIO
Todo Shimoniano é reconhecido pelo uso do Duplo Ternário no final de suas mensagens: :::
Isso porque nós sublimamos as reticências através de Redun e através de nossa Disxlexia Desocasional
=/=/=/=/=/=/=//=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/=/
“A esperança não existe. A esperança é o caralho.”
Punheta Onanástica Transcendental
- Grão Jeremias, Grão Cinco e Cinquenta e Cinco e Grão Timóteo Pinto
A yoga onanástica deve ser atingida através da meditação diária na Deusa
A alma gêmea está em nós e não em outro.
A punheta transcendental é para descoberta da alma gêmea em sí.
Segundo os preceitos tântricos a punheta transcendental jamais deverá chegar ao orgasmo. Deve chegar a implosão interna e não o esvair por esvair.
Fale menos e beba mais ou beba menos e fale mais ou ainda menos fale mas beba ou beba e fale ou fale e beba.
Moral da história: Se beber falando, baba!
Sabe, a parte mais legal de uma piada interna, é quando ela é tão interna que você precisa de análise para começar a rir….
e pensando nisso, me surgiu uma velha dúvida, que apenas a grande e portentosa sabedoria Shimoana poderia responder…
sabem, sobre vacas e seres humanos….
assim: se você aperta as tetas malhadas de uma vaca preta no meio do pasto, ela apenas vomita, e começa a (note a falta espontânea da crase) mastigar… se você aperta as tetas de uma mulher no meio da rua, provavelmente tu se encontra tão bêbado que dali a pouco, quem gorfará serás tu….
Agora vamos à questão da pergunta…
se enfiamos os dedos nos rins de uma pessoa, ela se contorce de dor, depois se levanta e te espanca vigorosamente….
então o que aconteceria se enfiássemos os dedos nos rins de uma vaca preta com tetas malhadas?? seríamos nós a sentir a dor absurda?? é, eu pensei em fazer este experimento… mas sabe, a dor até vai, mas fiquei com receio de que ao passar a dor, eu me levantasse e espancasse a vaca vigorosamente….
ainda tenho traumas da última vez que briguei com uma vaca…
Narciso é do Baralho Saldemo-nos indefinitivamente aos limítrofes de uma singular mínima estrofe perdida numa poesia shimoniana voltada ao nada absoluto reinante na totalidade das esferas paranormalinóicas de uma terra que dista igualmente de um ponto ao outro equanimente ou equitativamente.
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“Quando cumprimentar ou comprimetar uma Confreira pela primeira vez, esta deverá ser beijada da nas axilas como sinal de respeito – e verificação de sua asseidade na higiene pessoal infero braçal!
(epa!)”
-Assim disse Onan ao ver Éris!

<0>)))O><0>)))O><0>)))O><0>)))O><0>)))O><0>)))O><0 p=""> Ode a Narciso
Pai eu não sou lixo
Mãe eu não sou bicho
Minha própria porra
Porra minha própria
Própria porra minha
Minha própria porra
Mãe eu não sou lixo
Pai eu não sou bicho

Teorias Shimo Pancreaticas de Cunho Proctologico
Nunca morri logo não posso morrer
Mulher é que nem dinheiro, se você tem uma de 100 reais as de 5 reais correm pra ficar de “troco”
Não tem ninguem olhando então é meu
:::: (sim 4 pontos sobre 4 pontos auuahhuahu)
pacta sunt servanda
MAR Anderson
1. Eu nunca morri em minha vida
2. Coisas iguais não são diferentes entre si
3. Tempo é dinheiro. Eu tenho Tempo para ficar escrevendo essas coisas e você lendo, isso implica que soumos Rico!
MAR Thiaguito, o Tio!
A Argentina existe para mostrar aos brasileiros que Algo pode de ser pior…
A Sabedoria de nada serve se você não tiver a Sabedoria para descartá-la nas horas essenciais de sua vida….
Não vale a pena levar a vida na ponta dos pés para chegarmos Silenciosos à Morte…….
Três Pontos servem para delimitar o retângulo, dentro do qual está inscrita a Egrégora Shimoniana…… —-> Essa é a essência da nova Matemática proposta pala S.H.I.M.O.
Lilah: Filósofa de Boteco nas horas vagas…e como horas vagas, que deixam vagas de pensamento em minha vaga mente que busca a iluminação do Vagalume sagrado…..
“Foda é dois na cama
Agora, foda mesmo é dois na cama e um no armário.
Agora, foda, foda, foda mesmo é os três na cama.” Grão Caibalion

1- Maldade não é ter complacência com as idiossincrasias humanas, mas sim ter indolência quanto as miríades dos incautos.
2- Saber que nada sabe é não saber que tudo sabe, mesmo sabendo que saber não é tudo.
3- O Caos é organizado.
4- O peixe-boi não é peixe, é um mamífero.
5- Amor não é lei porque lei é uma bosta. Apesar que foder deveria ser lei e foder não é uma bosta.
Falou aqui o Grão Insignificante Máshimo!
O despertar do Mago
Uma das técnicas largamente usadas é dar um soko no sako, mas se ele não acordar vai dar uma puta dor.
Ou jogando um Godo encima do Mago! (epa!)
“!Alho Alho Alho, essa Caipa é do Baralho!”
DISSERTAÇÕES SOBRE UM MISTÉRIO
Se a ordem dos fatores não altera seu produto. Quando você caga, mija, porque então quando você mija não caga?
E o que é o peido para quem anda cagado?
Iluminaste-te! o.O
É simples… É porque sua urina está na razão inversa de sua merda, conforme demonstra o teorema de Shitágoras. O resultado é que sempre que o nível de merda sobe, a cabeça fica cheia e a única forma de resolver é postar na comunidade da S.H.I.M.O. no Orkut. Daí porque melhor papel higiênico que a S.H.I.M.O. não existe.
“Não importa o nome: uma flatulência cheira como peido e pum!”

CONTOS ZEN-SHIMONIANOS ou DE QUANDO SOMOS SÁBIOS
Duas mulheres, acompanhadas de um esbelto rapaz, vão consultar o Sábio Shimoniano.
- Ilustre Montanha! - diz a primeira. - Este rapaz prometeu casar-se com a minha filha.
E a outra:
- É mentira! Ele prometeu casar-se foi com a MINHA filha.
E ficaram neste bate-boca por alguns minutos, até que Sábio sentenciou:
- Tudo bem! Vou cortar o rapaz em dois e cada uma de suas filhas ficará com uma das metades.
- Por mim, tudo bem! - responde a primeira.
- Não, Grande Montanha! - implora a segunda. - Não faça isso! Deixe a filha desta outra mulher casar-se com ele.
E então, sabiamente o sábio Montanha proclama:
- Ordeno que o rapaz se case com a filha da primeira mulher.
- Mas, Altíssima Montanha! - reclama a segunda mulher. - Ela não se importou quando o senhor disse que iria cortá-lo em dois.
- Por isso, mesmo! Isto prova que ela deve ser a verdadeira sogra!
O discipulo pergunta ao Mestre:
-Mestre, por que o senhor está aqui parado a 2 horas 23 minutos e 15 segundos?
-Estou respirando…
-E para que o Senhor respira, mestre?
O discipulo, esperando e vendo o mestre ficar roxo pergunta atonito (não ao antonio, atonito!):
-Mestre, porque parou de respirar com minha pergunta?
-Meu filho: quando respirar respire… quando pensar pense, unicamente..
Aqui há sabedoria
Enquanto meditava, fui levado à (repare na crase anunciando a seriedade do assunto) 23ª dimensão, onde comprovei fatos e encontrei questões…
O Sorriso: me deparei hoje sorrindo ao espelho, enquanto cuidava de minha belíssima (cache da Globo) barba! Mas de onde e porque razão existe o sorriso, e porque nem todos se deixam conduzir a ele?
O sorriso me parece é o climax de hoje em dia, de nosso caminho, o selo do segundo de felicidade… claro, não me refiro ao sorriso das garotas propagandas, mesmo porque, delas, aprecio outras coisas…
No dia a dia vemos um sorriso para cada profissão: o presidencial, que se divide em duas partes (sorriso de campanha e sorriso de vitória).
O sorriso é como o amarelo do semáforo: é a questão de segundos que nos permite respeitar ou ultrapassar os limites… mas claro, não permite que o seu sorriso também fique amarelo!
Um Homem muito infeliz com a sua vida miseravel resolve trabalhar… ganhou dinheiro abrindo um negocio que logo comecou a dar certo
comecou abrir vários pelo pais inteiro… Ficou muito rico e casou-se… a sua vida ficou monotona e sua esposa parecia nao ser o suficiente e decidiu ter filhos…
Teve filhos.. muitos.. e filhas.. muitas também… mas ao ver que eles se casavam e o abondavam tão rapido quanto percebeu que não era o suficiente
e resolveu sair em busca de um outro objetivo.. dessa vez de nível espiritual… para ver se dava um jeito nessa sua eterna insatisfação….
abandonou tudo e seguiu na direção que ele achava ser certa e resolveu ir em busca da VERDADE… obstinado para a encontrar ele nadou em lagos profundos, buscou nas grutas mais misteriosas e escuras, andou sobre nevascas…
em bosques floridos e em desertos tão distantes que pareciam não ter fim, depois de anos andando encontrou-a em uma montanha alta e solitária.
Uma velha caolha, sem dentes, corcunda usando mantos rasgados velhos e feios.
perguntou quem era e ela disse…
-Sou a verdade.
Entao ele enxeu seus olhos de lágrimas e implorou de joelhos que o ensinase o caminho da verdade.
ela entao o aceitou como pupilo.
por anos a fio foi doutrinado e achou que estava na hora de compartilhar tudo o que ele sabia pois tanta sabedoria tinha que ser repartida.
se despediu da velha e antes de descer a montanha ela lhe deu as ultimas instrucoes.
- “Se alguem lhe perguntar como eu era… diga que eu sou Linda… alta… e de beleza imensurável……”
Eitcha Baguio Baum!!!
HINO
Pelas Escadarias da S.H.I.M.O. no Poente
Vou me cansando pakas.
Vou me cagando em matas.
vou me escorregando nas merdas.
vou me estoporando nas pedras.
Meditando alegremente Vou me.
Pensando profundamente Vou me.
Peidando abundantemente Vou me.
Mijando torrencialmente Vou me.
Rindo Vou me espocando.
Vindo Vou me retornando.
Findo Vou me acabando
Iluminação Shimoniana Estava eu a refletir hoje, sobre como alcançar a iluminação, a qual, descobri, não podia alcançar sozinho, necessitava de ajuda.
Sendo que ainda não me aprofundei nos conhecimentos Shimonianos, então não tenho certeza, mas creio que descobri um dos mais poderosos instrumentos ritualísticos Shimonianos, a CADEIRA. Sim, após longo período de reflexão, descobri que a melhor maneira para alcançar a iluminação, era utilizando esse grandioso instrumento ritualístico, encontrado em qualquer lugar, a “cadeira”. Lá fui eu, peguei-a, centraleizei-a o melhor que pude da iluminação e pude então alcançá-la.
Desculpem-me MARes e Montanhas se revelo aqui um conhecimento velado de vossa filoshofia, mas não pude me conter ao se revelar para mim tão profundo conhecim…

A Cruz de CaraVaka
O longo “Breviário da Cruz de CaraVaka” foi escrito a tempos atrás das moitas, uma concepção sexualmente introduzida retirada e reintroduzida até seu ápice. Neste momento fikou a Vaka com cara de cruz credo e a cruz, uma encima da outra.
Voltemos à (se olharmos bem fixamente notaremos que o craseamento aqui se faz presente pelo poder de discernimento da letra “A”) Vaka Preta, sim caríssimos confrades a espera de suas confreiras, existe uma relação intimista, e porque não dizer sexual extremista, entre (ou sáia) a Cara e a Vaka porque a Vaka contem a Cara e a Cara está na Vaka, sem nenhum complexo de racismo esposto, por icho não somente a Cara mas tambem seu corpo é, por assim dizer, todo preto ou negro ou tiziu. Utilizando o veículo da Vulvavisão 183,432º, que é, e icho tenho certeza (mas não tenho se é com “Z” ou “S”) um instrumento da própria Vaka, obtive, em gozo místiko, a compreenção do todo apartir dexxe momento nirvâniko os segredos não mais existiam. Isis já levantava o véu pra mim (e sua sáia também).
Bebi das fontes das Tetas da Sabedoria e por i..o po..o afirmar que a “Magia Sexual da Vaka Preta”, a serviço dos M.A.R. da S.H.I.M.O., os Montanhas Thiaguito, Torre e Dom (aki não se lê 3 Patetas, ok?), segue seus caminhos na divulgação dos mistérios do cume da montanha da S.H.I.M.O. onde lê-se claramente “De Bûke is om de Têibou”. Onde se encontrava o Rei Arthur, Babalorixá da Nação Avalon.
Meu SARAVAKA à (e..e “A” que se craseia voltou para uma breve despedida) todos.
:::
Dom
M.A.R. da S.H.I.M.O. a shima de tudo
Adágio Paradoxolico
Lembro que comer a Vaka é sacrilégio
Extensão do Adaágio: Koi Txangaré!
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“Pirulito que bate bate, se quebra todo”
Profecias Infantis Natalíticas
Desce de um OVNI, entra pela chaminé, penetra em nosso lar, seduz nossas crianças com seus presentes…
Tá tudo fazendo sentido; eis o grande Messias da Nova Ordem Mundial: o Papai Noel…
Reinteração vulvacional da Profecia
PAPAI NOEL NÃO ERA PAPAI NOEL
Ou da Conspiração do Coelho da Pascoa!
Um papiro achado recentemente na cesta de lixo de um de nossos Montanhas trouxe uma revelação importante: Papai Noel não era Papai Noel, mas sim o coelhinho da Páscoa. O coelho meliante descia as chaminés para roubar cenouras e para despistar deixava um presentinho. O pior de tudo é que depois se veio a saber que os presentes eram contrabandos trazidos por Cinderela. Saibam tudo lendo o pergaminho ultra secreto da S.H.I.M.O.
De como Pus o Pois é ou de Como foi o Como
O que é “Pois é”?
Seria alguem de boka cheia querendo dizer “Foi Zé”?
Pelas Nobres Tetas da Vaka Preta numa reflexão Shimônika-milkniana, subindo a grande escadaria que leva ao mosteiro donde se encontra toda sabedoria, escrita, vivênciada e cuspida, encontraremos os 3 Montanhas Mestres em total meditação à (demorou ele aparecer mas ei-lo novamente entre nóis totalmente craseado) uma resposta tão hermética que somente o Abridor de Latas Mandálico poderá desdobrar o véu, a grinalda e todo vestuário que esconde o sublime mistério e lá veremos escrito de uma forma tão simples apenas “POIS É”, porque antes “POIS FOI”, hoje “POIS É” e amanhã “POIS SERÁ”.
Sabemos que em outras terras existe uma variação a “ORA POIS POIS”. “SERÁ ORA É POIS FOI”, UM NOVO MANTRA ACALENTARÁ O MUNDO!
Mantra Indicado
Pois éééééééééééééééééééééééééééééééé…
Pois éééééééééééééééééééééééééééééééé…
Pois éééééééééééééééééééééééééééééééé…
Pois éééééééééééééééééééééééééééééééé…
Nota: não se deixem assustar pelo som de bezerros desmamados, é proposital para que entremos em sintonia com a Vaka Preta
Lilah Seixas -> Foi andando pelos quatro cantos do mundo que descobri: o Mundo não tem cantos, pois é redondo!!!!!!
Rito de Acasalamento Unitario da SHIMO
Esse é o Rito que une a alma de dois (ou mais) SHIMONIANOS…
O Homem: dois sentimentos ingenitos e patológicos que arrebatam a moral, a periferia enigmatica das ações beligerantes: o amor, esse polipo ginecológico; e outro a paixão, essa pitonseca acrobatódica e mimocénica que subjulga a alma e coração mephistophélico!
Peço diante de sua contraparte vultuosa a merencorica mão, simbolo geológico e apodítico de nosso amor!
A Mulher: Pudicamente esquisofélica, permito que o apendice desse polipo consumológico e ginecológico que o abrasa consuma-se em mim mesma em eu, redundantemente e pleonasticamente sendo não desrepetitiva…
Vou poupar a viscera das pulsações e a lingua do salivar, desejo que possamos concumitantemente num amanhã
inquebrantável entrelaçar em um nó, num himineu indisolúvel!
O MAR: Eu vos declaros ameixas! Quem ama nunca se deixa!
Te benzo e te curo
Com as necessidades do Burro!
MAR Thiaguito, nada é divertido como a diversão!
Extensão de Dom: Linda sua descrição do coito. Nunca trepei dessa forma.
Mais um peixe: >)))º>
“Quando comer, coma!
Quando durmir, durma!
Quando acordar… ve se faz alguma coisa, porra!”
Mais outro peixe: >)))º>
Trindade Shimoniana Vaka Preta: Portadora das Divinas Tetas, dizem que o derramar do seu leite deu origem a Realidade do Irreal
Onan: a Mão Misteriosa que escreve com a caneta de Tinta Branca nas páginas do Tratado Nadístico!
Redun: o senhor da Verborréia e Redundância Redundante!
OOoOooooooOOooooooooOOoOOOOOoooooOOoooOOOOOOoOooOOoO
DAS PRÁTICAS
Introdução
Pratico a prática praticada pelos praticantes na praticidade prática das práticas práticas e das não-práticas, também praticando práticas impraticáveis pelos praticantes da prática praticada.
Com práticas despraticantes, a prática que prático praticamente pratifica as práticas praticáveis e as impraticáveis.
Praticamente uma prática shimoniana.
Aulas Práticas para Alunos Teóricos
Questões Posturais
Mantenha o corpo ereto, a priori pratique o não-pensamento, após começe a pensar em coisas aleatorias e ir lentamente fazendo movimentos ondulatórios no falo… tudo que você pensar lhe dará prazer e tudo que lhe dará prazer será o que você pensar… tire as mãos do falo, aleatoriamente paralize o que estava em sua mente, repita o procedimento desde o inicio… agora no final, você gozará.
Desta maneira, se libertará
“Quem não tem falo tem que ter lingua
É o que eu sempre falo!”
Grão Caibalion
Mantras Todos os Mantras respeitam a seguinte instrução:
Deve-se passar o ar direto pelo nariz, verbalizando com o mover gutural e, inspirando e expirando sem o uso dos pulmões, podendo qualquer outro orgão, equivalente ser utilizado em substituição
Mantra do Despertar:
Trrrimmm Trrriimmm Trriiimmm
Mantra Eufemistico Sonoro de PQP(repare no som ao pronunciar este):
Buda que Barril!Buda que Barril!
Mantra ParaBroxante Levitacionista:
Lingua e Dedo, mulher não mete Medo!
MAR Torre :::

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“De onde viemos? Vim de lá vou pra cá”
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DAS DATAS
Dia do Unitário
E as estatísticas não mentem: para cada homem solteiro há sempre uma mulher casada!
E lembre-se de namorar e noivar por muito tempo… assim o casamento dura menos!
Ser marido é passar metade da vida desejando uma mulher… e a outra metade tentando livrar-se dela…
É mais comodo ter 3 mulheres fora de casa que uma dentro
Depois de casadas as mulheres ficam um ESTOURO em seus vestidos: estoura um botão toda vez que vai fechar (nossa, essa o grupo feminino vai falar rsrsrs)
E a sogra… esse parente afastado que se torna cada vez mais próximo…
Dia do COME COME
Ah! A gula… não importa como você coma, sempre há o risco da barriga crescer
O comer e suas variantes e pomposas e pompoariosas interpretações… nunca te esqueça:
1) Comer VerDura (só no trocadilho) não emagrace: os elefantes comem ixxo
2) Peixe não emagrece: as baleias comem ixxo
RITO DA GULA
Toda Sexta Feira faça o seguinte:
1. Coma algo de pé! Não precisa ser Comida, e se não for sorte tua!
2. Divida a comida com alguém! E se não era comida então azar o seu!
COMO FAZER PARTE DA SHIMO? Se depois de ler isso você não sabe como fazer parte não te preocupa, pois a SHIMO já esta fazendo parte de você! A questão é: por onde ela entrou????????????????????????????????
Ilustrativamente esse é o Rito:
#Numa folha qualquer, antes de desenhar um Sol amarelo, desenhe o contorno de tua mão ritualística
#Vá ao banheiro mais próximo e consagre-se, ESVAZIANDO-SE de maneira vai-venística, como Onan fez na criação do Nadístico
#Enquanto consagra dessa maneira podem ocorrer fenômenos de enema excretor, nesse caso medite no Mantra: Cagar é Lei do Mundo/ Cagar é Lei do Universo/É assim cantando que consagro o Universo!
#Saia do banheiro, lave mui bem as mãos e entregue o papel para o MAR mais próximo.
#Ele escreverá teu nome nessa mão de Papel e agora você é OfiShialmente um Shimoniano


x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/xx/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x/xx/x/x/x/x/x/x/x/x/x/x
Prólogo Lógico do Final, do Começo Não Haveria de Ser!
Aqui termina e começa algo grandioso ou pequenoso demais para teus ouvidos cansados de tantas cores e de sentirem o alto odor…. algo que não para de acontecer porque nunca ocorreu: A partir daqui Tudo não passa de Mentira!
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absurDesire - Olimpo of Amour Fou

 

“In the sphere of mad, elective love, woman, the path of reconciliation between man and nature, is ADORED. The surrealists are, in this particular, modern heirs of the romantics. In fact, women maintain, by their biological composition and millennial social formation, much more expressive than man, a way of life more innocently linked to mystery and magic. The woman’s beauty, a promise of happiness, is a living attempt on the “performance principle” of the affluent society, as well as the emphasizes the frankfurtian Herbert Marcuse in Eros and Civilization. “


- Timóteo Pinto, pataphysician post-thinker

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Sacred Links:

Amour Fou - Folie à Pleasures
Pataphysical Onanastic Guide of The Hermetic hEreCtic Society of the Onanastic Hand

Olimpo Portal

Freakroned Amour Fou Tag

absurDesire Tumblr

absurDesire NSFW - On Tumbex

Tender Addiction

- More Cuteness

Olimpo on Facebook

 
Amour Fou on Olimpo Portal:

 


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Manifesto da Filosofia Bozo
por Rev. Ibrahim Cesar


Não, os filósofos que seguiram a auto-denominada Filosofia Bozo jamais se levaram a sério. Na verdade, de acordo com o ponto de vista de muitos deles, não havia outra forma de se levar. O principal ponto de ruptura que caracterizou o movimento como uma filosofia diferenciada foi que, se antes tentava-se entender o mundo ou ensinar aos homens o-que-quer-que-seja, isso foi totalmente desprezado pela Filosofia Bozo. Que declarou por um de seus porta-vozes:

"Nosso objetivo é matá-los. Matá-los de rir."

Ora, dizem eles, caso a filosofia se ocupasse de julgar um dos grandes assuntos e chegasse a um veredito sobre isso, digamos sobre a existência ou a não-existência de deus, que impacto isso teria?

No dia seguinte a tal veredito, de certo as pessoas acordariam como todas as outras manhãs, fariam suas coisas e viveriam como todos os outros dias

A Filosofia Bozo apenas assumiu o que se sabia desde sempre: Não é possível ensinar a quem quer que seja aquilo que ele já acha que sabe.

DEFINIÇÃO DE FILOSOFIA BOZO

A Filosofia Bozo não têm definição e isto vêm direto das páginas do Principia Discordia como muitos devem ter notado. De fato é altamente documentado que os primeiros a aderir ao movimento eram de fato discordianos ou simpatizantes e usaram muitos conceitos discordianos em seus trabalhos.

Rev. Ibrahim Cesar chegou a declarar que a Filosofia Bozo guardada as devidas proporções era uma tentativa de criar um discordianismo laico. Muitos detratores tentavam denunciar essa ligação da Filosofia Bozo com o Discordianismo, como o objetivo de uma se parecia muito com que no Discordianismo se chama Operação:Mindfuck. “A Filosofia Bozo não passa de Mindfuck!” declaravam aos berros ao que eram respondidos em meio a troças deles: “Dizer que a Filosofia Bozo é Mindfuck, é Mindfuck”

Eles queriam resgatar o protagonismo da filosofia que hoje não passava de uma tia velha que ninguém mais dá atenção.

"Estamos cansados de filosofos dedicarem suas vidas a reinterpretarem Nietzsche, Hegel e Kant. Eles estão mortos. A morte sempre teve uma importância fundamental no pensamento humano pois ela elimina os conservadores da geração anterior, relutantes em abandonar uma teoria velha e falaciosa para adotar uma nova e mais precisa. A Filosofia Bozo é imediatista. Queremos falar do aqui e agora e não rever a moral da Grécia Antiga."

Foi no Manifesto da Filosofia Bozo publicado pela primeira vez na Cabala 1001 Gatos de Schrödinger que Rev. Ibrahim Cesar declarou iniciado o movimento com estas palavras:

"Eu sou Rev. Ibrahim Cesar e estou me citando na terceira pessoa a fim de conseguir a tão almejada imparcialidade. Eu declaro que a Filosofia Bozo começa em 5,4,3,2,1…AGORA!"

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Manifesto Meta-Manifesto Dada Engine
1. Não resta mais nada do que antes era o que se chamava Eu.
2. Tudo o que se escreve é repetição indômita do que se foi.
3. “There´s nothing i could say that i haven´t thought before”.
4. Não há nada que eu possa dizer, que eu não tenha pensado antes.
5. A tentativa tão desesperada de alguma oriniginalidade é vã; é vaidade infrutífera. Tão inútil quanto despropositada.
6. Toda originalidade reside na repetição monótona, do que é, foi e será.
7. Não há fuga possível da finitude para o Eu.
8. O Eu não pode fugir da finitude.
9. O Eu é a própria finitude, monotonia.
10. Os mascaramentos, na forma de deslumbramentos, por mais que distraiam, não apresentam solução real.
11. A desesperança pode ser sincera, ainda.
12. Vive-se como se pode. Qualquer meio de vida ou sobrevivência é tão válido quanto outro.
13. Quem pode com absoluta certeza legitimar a fundo qualquer regra?
14. vive-se de ilusões.
15. Há ilusões mais ilusórias que outras.
16. Há ilusões mais ilusórias que outras?
17. Os critérios são ilusórios.
18. E quem poderá dizer que existe razão?
19. A razão, este vampira morto-vivo, sugador de sangue animal.
20. A incerteza, grande mãe da liberação.
21. Longe da paixão, longe da certeza, aquecido pelo frio, livre da felicidade, livre do destino, livre da referência e de lugar a se chegar: e por fim, livre da eternidade.
22. Expectativas, sonhos, desejos. Do indivíduo, dos outros, dos familiares. Quem é quem afinal? Quem quer o que afinal?
23. A mente, esta grande tela de TV.
24. Vive-se de imagens.
25. Quem vive a vida? O humano ou a TV?
26. Fragmentos ou unidade?
27. Conceitos ou ações?
28. Ações sem conceitos? Conceitos sem ações?
29. Superfície e fundo: questão de perspectiva.
30. A relatividade absoluta.
31. Resta alguma moral, verdade, bem e beleza enquanto valores absolutos?
32. A cultura como um castelo de cartas.
33. A cultura como um jogo de azar.
34. Quem está certo?
35. Rapaz negro do sax, música por favor!!!!!!
36. A melodia não encerra nenhuma verdade.
37. Os diferentes sentidos percebidos na palavra e na realidade possuem igual valor.
38. A realidade está morta.
39. A realidade está morta. Ela se suicidou.
40. A realidade está morta. A causa de sua morte é o eterno retorno.
41. A realidade é um mito.
42. A realidade não passa de um jogo idiota.
43. A verdade é a maior das mentiras.
44. A verdade está morta. Ela foi morta pela sociedade.
45. A verdade está morta. Ela foi morta pelas classes sociais.
46. Não existe nada mais falso do que o verdadeiro.
47. As coisas mais verdadeiras são as absolutamente falsas.
48. Somos todos mentirosos.
49. A sociedade é uma ilusão.
50. A sociedade não passa de uma piada de mau gosto.
51. As classes sociais são um mito.
52. Quem busca sentido nas classes sociais é um tolo.
53. Somos todos vítimas da cultura.
54. A civilização é o ruído de fundo da história.
55. A história não passa de uma brincadeira obscena.
56. A história está morta. Ela morreu de repetição infinita.
57. Estamos todos condenados à repetição infinita.
58. Não existe um fim para a repetição.
59. Estamos todos condenados à redundância infinita.
60. Não existe um fim para a redundância.
61. Aqueles que acreditam que existe um fim para o contínuo da redundância são idiotas.
62. A individualidade é uma ilusão.
63. A individualidade não passa de ruído.
64. Quem busca consistência na individualidade é um tolo.
65. Somos todos vítimas da individualidade.
66. A consciência está morta.
67. A consciencia está morta porque a individualidade a matou.
68. Somos todos ovelhas que se crêem conscientes.
69. Somos todos ovelhas que acreditam ser inteligentes.
70. Somos todos ovelhas.
71. Somos todos marionetes.
72. Somos todos autômatos.
73. Somos todos autômatos que acreditam ter autoconsciência.
74. A linguagem não é nada além de ruído.
75. Buscar coerência na linguagem é uma tolice.
76. As coisas mais significativas são as completamente sem sentido.
77. Não há nada mais significativo do que o absurdo.
78. O Demônio de Maxwell não existe.

Agora você também pode produzir seus próprios manifestos políticos e ensaios pós-modernistas com o exclusivo e multifuncional Dada Engine. Apresentado nas cores vermelho-limão e laranja-madura, o Dada Engine vem ainda com o prático Postmodern Generator. Deixe seus professores encantados com sua erudição! Maravilhe seus colegas com citações sem sentido! Espante seus pais com seu radicalismo político! O Dada Engine pode ser adquirido absolutamente grátis na Herbert's Homepage. Ligue djááá!)

Fontes: Kingmob, Malprg


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O Decálogo do Terrorista Cultural (Timóteo Pinto Remix 2007)

1. O Terrorismo Cultural (doravante denominado também TC) tem por base a revolta contra a hipocrisia conservadora e contra o bem-pensantismo progressista. Mas o principal inimigo do TC é a indiferença. Chama-se "Terrorismo" porque, nos dias atuais, a atitude mais sã é adotar/adaptar os termos mais desprezados. Se George W. Bush elegeu "O terrorismo" como seu inimigo principal, e todos se sentem obrigados a condenar o terrorismo, então o TC proclama-se terrorista. Não se trata de terrorismo contra a vida das pessoas - um empreendimento estúpido e inútil, já que a maior parte das mortes não naturais são provocadas pelas instâncias que se proclamam antiterroristas: governos, empresas, igreja, nações... Trata-se de terrorismo cultural, no sentido antropológico e mais lato do termo: terrorismo contra as crenças, os valores, os hábitos e os projetos que as instituições que temos - e muitos dos parvos que as representam - defendem.

2. O Terrorismo Cultural aceita a contradição permanente. Ao contrário da dialética, que percorre o espectro direita-esquerda, o TC defende que as contradições não se resolvem. Nesse sentido, o TC está mais próximo de algumas filosofias orientais e de outras ditas "primitivas" que vêem a contradição como o elemento dinâmico constante da sociedade, sem outra resolução que não a sua repetição cíclica e infinita. Só não é uma filosofia oriental porque não tem paciência para orientalices babacas, nem para a forma como elas têm sido cooptadas por yuppies budistas de Los-Angeles e gente do new age. Só não é um elogio do primitivismo porque não tem paciência para intelectuais burgueses que se fascinam com as danças tribais no Discovery Channel e gastam uma fortuna em viagens naturalistas à Amazônia para serem picados por mosquitos.

3. O TC é um bricolage de influências. Nele pode encontrar-se um pedaço de tudo: um bom pedaço de Anarquismo Libertário, tanto na vertente socialista européia como na vertente liberal americana; um bom pedaço de Zen-Budismo, assim como um bom pedaço de Liberalismo; pedaços de Surrealismo, de Groucho-Marxismo, de Filosofia Pragmática, de Hedonismo, de Hihicronedismo, de Zenarquismo; sobretudo, o TC simpatiza instintivamente com o Cinismo Surrealista. (O bricolage do TC não tem nada a ver com o bricolage dos pós-modernos, pois o TC não tem paciência para os pós-modernos que cooptaram um certo potencial TC para o (des)conforto de universidades americanas freqüentadas por filhos de narcotraficantes ou para o small print de revistas crípticas publicadas na França). Aquilo que o TC não suporta é o elogio absoluto da racionalidade ou o elogio absoluto da emotividade; o primado da biologia ou o primado da cultura e da construção social; as pessoas que se armam em marginais ou as pessoas que se armam em sistêmicas. O bricolage e a contradição permanente são aliados natos na luta cínica pelo desmascaramento dos sistemas de ação e pensamento. São do mais realista que pode haver - sobretudo porque o TC não se preocupa com a utilidade.

4. A primeira virtude de um TC (que não se chama virtude, pois o TC não tem paciência para as virtudes, assim como não tem paciência para o imoralismo militante dos pensadores "marginais") é saber gozar consigo próprio e ter prazer nisso. Não é possível aterrorizar a cultura sem se usar a si próprio como exemplo de como as coisas realmente são: bricoladas, contraditórias, irresolúveis. O projeto de identidade pessoal dum TC é a ausência de projeto, pois este necessita sempre de um sistema de crenças coeso ou, no mínimo, da submissão a uma autoridade ou a um status quo proclamado pelo senso comum.

5. Esta coisa de "irresolúveis" merece uma explicação: será o TC um desesperançado? Acha ele ou ela que nada tem solução? Não é bem assim.
O TC abomina utopias, milenarismos, histerias de massa, populismos, demagogias, livros de auto-ajuda e outras formas de substitutos da religião - incluindo a religião em si. Está mais que visto que conduzem ao desastre: do "socialismo real", às guerras religiosas, passando pelas seitas em que todos acabam mortos. O TC tão-pouco acredita na ilusão de felicidade através do consumo promovida pelo capitalismo. O cinismo realista do TC desconfia das lavagens cerebrais, quer venham da direita quer da esquerda, do campo religioso ou do campo científico, do campo socialista ou do campo capitalista. Não quer isto dizer que o TC seja um hedonista ou um "desconectado". Os primeiros são uns tontos, porque não percebem que obtêm o seu prazer à custa de não questionarem o que lhes permite obterem-no; os segundos tontos são, porque escolhem hipocritamente aquilo em que participam e aquilo em que não participam (por exemplo, não votam porque "não participam nessa farsa", mas nunca falham a picar o ponto no emprego...).

6. O TC desconfia daqueles que dizem que fazem TC: artistas, comentadores e opinion makers, jovens em manifestações anti-globalização, e outras espécies. O TC desconfia também dos que dizem que eles são apenas diletantes ou pessoas que estão a passar por uma fase. O TC desconfia dos primeiros porque de fato acha que são diletantes ou estão a passar por uma fase. Mas desconfia dos segundos porque acha que eles não têm autoridade para emitirem aquele juízo: a sua opinião é o simples balbuciar das banalidades auto-satisfeitas do senso comum.

7. Tudo o que um TC disser está sujeito à revisão por outro TC e assim sucessivamente até ao infinito, numa discussão eterna, bricolada, contraditória, realista, cínica e humorada, desde que com isso ninguém deixe de almoçar, dormir, ir à praia, dizer a sua opinião e fazer qualquer coisa de criativo.

8. Um bom TC destruiria imediatamente este texto. Um bom TC não pode admitir a possibilidade de ajudar a criar um dogma, associação, movimento, escola, partido, tendência, seita, culto, lobby, grupo de ajuda e muito menos uma empresa.

9. Não existem bons TCs.

10. Não existe ponto 10: um TC não consegue resistir a escrever um Decálogo só com nove pontos.

O Decálogo do Terrorista Cultural - wodouvhaox remix

O Decálogo do Terrorista Cultural - Versão Original


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Aaní ::: Caos Mimetizado :::

por Zoenous (zoenousarrobayahoo.com.br)

O quê?
Aaní é uma palavra de origem Tupi, que significa “Não, Nada”. É equivalente à palavra grega Xáos (Caos), de mesmo significado. O conceito de Caos foi corrompido pelo tempo e pela ignorância, pelo moralismo e pela resposta que a “Realidade Consensual” deu a movimentos como o Anarquismo de Bakunin, transformando este conceito em sinônimo de “desordem”. Hoje, sabe-se através da Ciência Quântica que o Caos não é desordem, baderna ou arruaça, mas refere-se à impreditabilidade do espaço vazio primordial. Caos, Aaní, não pode ser definido, pois fazê-lo seria negá-lo. Entretanto, o mais próximo que podemos chegar de sua equivalência abstrata é considerá-lo como sendo a vastidão interminável de possibilidades que permeia o Cosmos. Nós estamos, inegavelmente, dentro desta “qualquer coisa em potencial” e ela está dentro de nós.
O objetivo desse Movimento, Projeto, Aglomeração, Reduto, Façanha, Acepção Ruim, ou qualquer outra palavra que possa definir essa coisa que achamos por bem nomear Aaní é justamente explorar, difundir, criar, destruir e re-criar estes conceitos e aplicá-los nas áreas das Artes Plásticas, Literatura, Música, Jornalismo, Tecnologia da Informação, Sociologia, Antropologia, Psicologia, Mitologia, Expressão Religiosa e outros campos que possam surgir no meio do caminho.

Para quê?
Para quê Alexandre, O Grande, saiu globalizando a Macedônia, o Oriente Médio e o Mundo de sua época? Para quê as Feministas se organizaram no final do século passado visando direitos iguais aos dos homens? Para quê Aleister Crowley revolucionou a cena ocultista da Inglaterra e do resto do Ocidente no início do século XX? Para quê derrubaram a Ditadura? Para quê tiraram o Collor? Para quê puseram o Lula? Para quê vão tirar o Lula? Para quê foram criados o Rock n’ Roll, o movimento Punk e o Hip Hop? Para quê o Dadaísmo, os Beats, a Generation Jones, os Kings Mob, os Góticos, neo-Góticos, Clubbers, Cybers, Caoístas, Discordianistas, Grungers, Head-bangers, Backpackers (hitchhickers, mochileiros), Body Modificators (tatuagem, piercing, cirurgia cosmética, implantes), Freegans, Vegans, Greens, Wiccanos, Seiðmaðr e Völva (Asatrüar, Seiðr, neo-Paganismo Nórdico), New Agers, Geeks, Freaks, Ravers, Graffiti, Pachucos, Nerds, Otherkins (Vampiros, Lobisomens e antropomorfos), Thelemitas, Ateístas e todas as outras subculturas? Pra quê? Responda a estas perguntas e esta será a resposta de “Para quê um movimento como o Aaní?”

Por que?
Porque o ser humano muda. E se esta mudança demora a sair naturalmente, ela pode ser provocada. Muitas pessoas reclamam da violência, do descaso com o meio ambiente, da falta de liberdade, da libertinagem alheia, da corrupção do governo, da apatia da arte contemporânea, da falta de oportunidade, da elitização econômica do conhecimento e da informação, e não conseguem nem podem fazer nada sozinhos. Porque a Política, a Moral, a Ética, a escala de Liberdade, a Justiça, a Crença, a Aceitação ou Rejeição de idéias e ideais de um povo, são todas determinadas pela sua Cultura Dominante. É impossível, ou pelo menos muito difícil, conseguir que estes resultados (Política, Crença, etc.) de processos culturais sintetizados sejam alterados, sem antes alterar base estrutural destes processos, ou seja: A Cultura.
É ela que determina e regula o comportamento, o vestuário, a expressão artística, a religião, as leis, a forma de governo, a produção e transmissão (ou bloqueio) da informação, o que pode e o que não pode. À medida que estas Culturas Dominantes, com o tempo, passam a aceitar melhor as cenas de nudez no cinema; a linguagem explícita em público; permitir que mulheres votem, dirijam e trabalhem; que os homossexuais troquem carícias em público; que uma menina de quinze anos espalhe que é bruxa sem ser queimada; que pessoas se tatuem, coloquem piercings e silicone na testa; que homens se maquiem; que top models engravidem de jogadores de futebol, ou de um rock star, para fatiar sua fortuna e serem convidadas a apresentar programas de TV; E outros tabús vão sendo quebrados, os movimentos de contracultura, originados por subculturas, vão sendo absorvidos por essas Culturas Dominantes, permitindo que novas subculturas surjam para substituir suas precursoras. Até que, um dia, estas subculturas (agora parte da Cultura Dominante) se tornem obsoletas e sejam alteradas pelo mesmo processo que recomeça. O Aaní existe porque sabe que, e quer que, cedo ou tarde, estas subculturas se hibridizem e se permitam trocar informações, expandir sua atuação e aceitação, para que novas subculturas apareçam.

Como?
Através dos memes. Meme é um termo, cunhado em 1976 por Richard Dawkins no seu bestseller “O Gene Egoísta”, que é para a memória o análogo do gene na genética: a sua unidade mínima. É considerado como uma unidade de informação que se multiplica (é transmitida) de cérebro em cérebro, ou entre locais onde a informação é armazenada, e outros locais de armazenamento ou cérebros. O meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode, de alguma forma, auto-propagar-se. Podem ser idéias ou partes de idéias, línguas, gírias, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autônoma. O que determina a sua auto-propagação é a facilidade com que é absorvido e propagado, bem como sua habilidade de transmutar.
Exemplos claros de memes são Celulares, Mp3 Players, I-Pods, I-Phones, Tamagoshis (Lembra? Rs), Grampeadores, Slogans Publicitários, Refrões de música ruim (que não saem da cabeça), ou Jingles de Comercial (Dolly, Dolly Guaraná, Dolly), Mulher com pouca roupa em comercial de cerveja, “56, meu nome é Enéas” e “Lula-lá”, “Deus é Grande” e “Jesus é Fiel”, “Vuco-vuco”, “Merry Meet, Merry Part and Merry Meet Again”, “Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei”, “Nada é Verdadeiro, Tudo é Permitido”, Piadas, Provérbios e Aforismos, Metáforas, Fórmulas para decorar a tabela periódica e equações físicas em Cursinhos Pré-vestibulares, marcas e estilos de roupas, Paródias, Trocadilhos, Frases de duplo sentido, Colocar A Primeira Letra de Cada Palavra em Maiúscula para Denotar Importância, TRAVAR O CAPS LOCK PARA GRITAR COM LETRAS, spam, lixo eletrônico, forward de Power Point, Livros, imã de geladeira, canções de ninar, et cetera. Fenômenos como o Orkut, My space, Yahoo Grupos, Skype, Wikis, Subculturas, Religiões, Teorias Políticas, Lan Houses e Danceterias são chamados memeplexos (conjuntos, complexos de memes). O conceito do Memeplexo é semelhante ao do Paradigma, forjado por Thomas Kuhn e colocado em prática por Peter Carroll. A singular diferença entre Paradigma e Memeplexo é que, enquanto o primeiro pode ser criado por um indivíduo sem nunca ser transmitido, o segundo carece da transmissão.
O estudo dos modelos evolutivos da transferência de informação é conhecido como memética. Esses modelos evolutivos sofrem variações, em que uma idéia ou meme muda conforme é transferido de uma pessoa para outra. Poucos memes mostram uma forte Inércia Memética (que seria a característica do meme de ser expressado do mesmo jeito, e de ter o mesmo impacto, independentemente de quem esteja recebendo ou transmitindo a idéia, e permanecer na memória de seu propagador). A variação memética cresce quando o meme é transmitido de uma maneira descuidada com a expressão da idéia, enquanto a inércia memética é fortalecida quando a forma de expressão rima ou usa outros dispositivos mnemônicos para preservar a memória do meme antes de sua transmissão.
Uma mnemônica é um auxiliar de memória. São, tipicamente, verbais, e utilizados para memorizar listas ou fórmulas, e baseiam-se em formas simples de memorizar maiores construções, baseados no princípio de que a mente humana tem mais facilidade de memorizar dados quando estes são associados a informação pessoal, espacial ou de caráter relativamente importante, do que dados organizados de forma não sugestiva (para o indivíduo) ou sem significado aparente. Porém, estas seqüências têm que fazer algum sentido, ou serão igualmente difíceis de memorizar (por exemplo, usar os ossos dos punhos cerrados para lembrar qual mês contém 30 ou 31 dias – ossos são 31, vãos entre eles são 30). Produzir e controlar a forma de um meme, sua propagação e interação com outros memes e memeplexos é produzir níveis de alteração da realidade e, com certas limitações, controlá-la.

Quem?
Estão convidados a participar e se auto-intitular Aanidi (tupi com plural em latim, para evitar o trocadilho com Aanitas e “Presença de Anita” – se bem que, informando o motivo, já fodeu tudo), Aanidum no singular, todos aqueles que integram subculturas, ou nenhuma delas, mas rejeitam a Cultura Dominante.
São eles: Caoístas (chaotes, caos magistas, rabanetes, zees etc.); Cybers; Artistas incompreendidos; Atores alternativos; Jornalistas sem hobby; Bandas não comerciais; DJs; GLS; Afrocentristas; Feministas; Dadaístas; Beatniks; neo-Góticos; neo-Hippies; Neuromantes; Psiconautas; Discordianistas; Body Modificators (tatuados e tatuadores, piercers e piercingados, cirurgia cosmética, implantes); Vegans; Wiccanos; neo-Pagãos em geral; New Agers; Geeks; Freaks; Ravers; Graffiteiros; Nerds; Otherkins (Demônios, Vampiros, Lobisomens e antropomorfos); Thelemitas; Zos Kia Cultistas; Ateístas; Agnósticos; Henoteístas; Suiteístas; Magos independentes; Spammers; Cegos, Surdos e Mudos; Publicitários Falidos (exceto Marcos Valério e Duda Mendonça); Macumbeiros; Ciganos; Índios; Brancos; Não-tão-brancos; Negros; Pardos; MSC (Movimento sem Cor); Roxos sem quota em faculdade; Tantristas; Cabal… não, cabalistas não; Proletariados; Místicos não-ortodoxos; Hindús; Pragmatas; Straight Edges; neo-Punks; BDSM (Bondage/Disciplina, Dominação/Submissão, Sado/Masoquismo) Green pacifistas; Nudistas; Urbanóides; Portadores de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); Bichos-estranhos; et cetera, et cetera, et cetera. Se você não está supracitado, mas se considera minoria, significa que você é mais minoria ainda, e que isso é muito bom.
Toda crença, cultura, preferência política, preferência sexual, estilo de vida, e diferenças de traços que chamam de raças são igualmente idiotas. Se você não enxerga isso, significa que é preconceituoso. Ou Cabalista. Deixa pra lá esse negócio de Cabalista. A questão é que as diferenças podem (e deveriam) ser respeitadas, toleradas e, inclusive, louvadas. Além disso, se você se deixa ofender por uma crítica à sua crença, cultura, preferência política, preferência sexual, estilo de vida, e diferenças de traços que chamam de raças, significa que essa crítica de tamanho ridículo é maior que você. Identificação é necessária, sim, mas um baixíssimo nível de identificação é o suficiente para criar uma convivência caótico-pacífica-interessante. Nenhuma crença, cultura, preferência política, preferência sexual, estilo de vida, e diferenças de traços que chamam de raças são melhores do que outras. Quando isso for percebido por 1/3 da população mundial, teremos 1/3 dos Deuses na Terra.
Ø

Projeto Sái do Chão!
Organização das Mutações Unidas - Organizando para DesOrganizar a sua cabeça

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“Em um nível pessoal, Freaking Out é um processo pelo qual um indivíduo se livra de padrões obsoletos e restritivos de pensamento, moda e etiqueta social de modo a expressar criativamente seu relacionamento com o ambiente próximo e a estrutura social como um todo. (…) Em um nível coletivo, quando qualquer número de ‘Freaks’ se reunir e se expressar criativamente por intermédio de música ou dança, (…) chama-se a isso de freak out. Os participantes, já emancipados de nossa escravidão social nacional, vestidos com seu traje mais inspirado, realizam, como grupo, qualquer potencial que tenham para livre expressão. Nós gostariamos de encorajar qualquer um que ouça essa musica a se juntar a nós (…) Tornar-se membro das Mutações Unidas (…) Freak Out!”
Frank Zappa, 1966.

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